A segunda-feira foi movimentada para o mercado automotivo e marcou a quase extinção dos SUVs para PcD no Brasil. Com o anúncio de encerramento imediato da produção de automóveis na fábrica de Camaçari (BA), a Ford fez Ka e EcoSport saírem de linha no Brasil.
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Com isso, o EcoSport SE Direct 1.5 AT deixa de ser uma opção para quem busca um carro com isenção total de ICMS e IPI.
A Hyundai, por sua vez, optou por encerrar a oferta do Creta Attitude 1.6 AT. Em comunicado enviado ontem (11) aos concessionários, a fabricante tratou o caso como suspensão temporária, mas revelou incerteza na possibilidade de produção devido a falta de insumos.
Como havia expectativa por essa decisão, o número de pedidos pelo modelo cadastrados na última sexta-feira (8) foi de aproximadamente 3 meses da produção prevista para a versão que atende ao público PcD.
Com Chevrolet Tracker e Volkswagen T-Cross Sense com vendas suspensas e sem previsão de volta, e com Caoa Chery Tiggo 2, Jeep Renegade, Citroën C4 Cactus, Peugeot 2008 e os Renault Captur e Duster oficialmente sem uma versão com isenção total, o último que resta é o Nissan Kicks.
Se trata do Nissan Kicks 1.6 S Active CVT, que custa R$ 69.990 ou R$ 55.228 após as isenções de ICMS e IPI. De série, tem rádio, ar-condicionado, controles de estabilidade e tração, trio elétrico, rodas de aço aro 16 com calotas e maçanetas e retrovisores pintados na cor do veículo. O motor é o 1.6 16V flex de 114 cv combinado com câmbio CVT que simula seis marchas.
Procurada, a fabricante japonesa confirmou que o Kicks PcD segue disponível para venda, mas não de imediato.
“Em respeito aos clientes, a marca está trabalhando com ciclos de reserva para que a produção seja compatível à demanda, evitando filas de esperas. Os ciclos para janeiro e fevereiro já foram atendidos e, por isso, a Nissan, neste momento, não está aceitando novos pedidos do Kicks Active. Em breve, com a abertura do novo ciclo, os pedidos serão normalizados.”
Desta forma, o nicho que foi fundamental para que alguns fabricantes mantivessem o volume de produção, principalmente após a paralização das fábricas durante a pandemia da covid-19, está em extinção.
Essa verdadeira debandada tem uma explicação: há quase 13 anos o valor teto para aquisição de modelos PcD com isenção de ICMS é o mesmo: R$ 70.000. Esse preço foi definido em setembro de 2008 em uma determinação do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e desde então não teve nenhuma alteração.
As organizações e entidades de defesa ao público com deficiência têm pleiteado, com o apoio da Anfavea, o aumento do teto há alguns anos, mas ainda sem sucesso. A proposta seria de elevar o teto aos R$ 90.000.
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