Show dos milhões
Estrelas milionárias de alto desempenho que brilham nas vitrines de São Paulo
Uma das áreas mais valorizadas de São Paulo são os bairros Jardim Europa e Jardim América, na zona sul. Não por acaso eles concentram a maior parte das lojas dos carros importados mais caros à venda na cidade. Esculturas sobre rodas impulsionadas por potentes motores e gerenciadas pela mais arrojada tecnologia, não é difícil encontrar um modelo que ultrapasse a casa dos 2 milhões de reais.
O zero-quilômetro mais caro da cidade é o Lamborghini Aventador. Com os 2,99 milhões de reais pedidos pelo superesportivo, você compra a versão LP700-4, com motor V12 de 700 cv, que alcança os 100 km/h em 2,9 segundos e atinge 350 km/h, segundo a fábrica. Além dos superlativos mecânicos, outros números impressionam. Com 2 500 km está prevista a primeira revisão, na qual são trocados fluido da direção, água do radiador e óleo do motor. São 12 litros de lubrificante para completar o nível. Pelo serviço, o cliente desembolsa uma considerável soma, que fica entre 3 000 e 5 000 reais. Há apenas uma unidade da Aventador exposta na Lamborghini da Avenida Europa, branca, com interior de couro vermelho. Se essa configuração não agradar, o comprador pode encomendar outra versão, com espera média de oito meses. “Quase sempre o cliente deseja um ou outro detalhe diferente, mas, como não quer encarar a espera, acaba levando o modelo exposto”, afirma Walter Baron, executivo de vendas da Lamborghini São Paulo.
Há três modelos seminovos da marca em exposição na loja. Um deles, um Gallardo cinza, tem história. “Este Lamborghini foi o primeiro importado oficialmente pela marca”, diz Baron. “Quando o dono trocou de carro, em outubro de 2011, levou o primeiro Aventador do país, com as mesmas cor, costuras e freios do modelo anterior.”
O posto de mais caro do país do Aventador está ameaçado por um membro da família. O Aventador Roadster, versão conversível do cupê à venda por aqui, deve começar a ser importada em outubro, com preço que ultrapassa os 3 milhões de reais.
Enquanto o novo superesportivo não chega, o segundo lugar da lista é da Ferrari F12berlinetta, que custa 2,9 milhões de reais, ou 90 000 reais a menos do que a Lamborghini. Há uma unidade no showroom, mas é possível encomendar novos carros à casa de Maranello, sede da marca na Itália.
A entrega ocorre de seis a nove meses depois. A F12 chegou ao Brasil em abril, substituindo a 599 GTB na linhagem dos V12 Ferrari. Os 740 cv levam o cupê aos 100 km/h em 3,5 segundos.
Em contrapartida, o consumo médio, segundo a fábrica, é de 6,7 km/l, o que dá ao carro uma autonomia de aproximadamente 610 km. Para encher o tanque de 92 litros, o motorista precisa desembolsar em média 340 reais, considerando que 1 litro da gasolina de alta octanagem custa em média 3,70 reais. Na hora de pagar a conta, o motorista deve acrescentar o IPVA. No caso da F12berlinetta, o equivalente a um ano de imposto é 114 000 reais, montante suficiente para comprar um BMW 118i e quitar o IPVA. Na Ferrari, ainda superam os 2 milhões de reais a FF, por 2,8 milhões, e a 458 Spider, por 2,1 milhões. Entre os usados, uma 458 Italia 2011 de 1,1 milhão. O modelo é a única Ferrari no Brasil com bancos de Alcantara vermelho. Com 10 000 km rodados, já teve dois donos.
Um dos modelos mais luxuosos do mundo também pode ser encontrado por aqui. O Rolls-Royce Ghost é o único modelo importado regularmente pela representação da marca de Goodwood no Brasil. No showroom da Avenida Cidade Jardim, cada uma das duas unidades custa 2,4 milhões de reais. “Nosso cliente prefere não ficar em filas de espera. Por isso, configuramos os carros de acordo com um gosto médio dos nossos compradores”, diz Milton Chameh, gerente comercial da marca. Os interessados também podem personalizar o carro – a marca se orgulha de não haver dois Rolls- Royce idênticos no mundo. Diante do incrível número de 44 000 combinações diferentes, o futuro proprietário pode escolher entre cores da carroceria, tecido e cores dos estofamentos, tipo de madeira do painel, rodas, acabamento da grade e opcionais dos mais variados, o que faz cada Rolls- Royce ser verdadeiramente exclusivo.
Entre as opções mais exóticas, couro rosa, estofamento de fibra de sisal e a estatueta Spirit of Ecstasy de ouro. Tanta exclusividade tem um preço. “Com essa gama de escolhas, brincamos que o céu é o limite, tanto em preço como em combinações”, diz Chameh. A Rolls-Royce se estabeleceu no país há menos de dois anos e pretende vender, até o fim do ano, entre oito e 12 unidades.
Fora do circuito do Jardim Europa, a multimarcas Autotass, em Moema, vende um superesportivo que é raridade no país, o McLaren MP4-12C. Custando 1,75 milhão de reais, traz um V8 biturbo de 3,8 litros de 625 cv. A unidade à venda é a única na América Latina com um tom especial de prata, garante Cristovão Tasselli, proprietário da loja. A manutenção também requer cuidados especiais. Se o motorista encarar um buraco um pouco maior, a conta pode ficar cara. Um jogo de pneus Pirelli P-Zero sai por 7 500 reais, enquanto o par de pastilhas de freio não sai por menos de 2 000 reais.
Além do clube dos zero-quilômetro caríssimos, há opções de seminovos que custam mais de 1 milhão de reais. A multimarcas Stern, na avenida Europa, possui dois modelos nessa faixa. Com 5 000 km rodados, a Ferrari 599 GTB ano 2007 está à venda por 1,2 milhão de reais. Ela divide o espaço com o único Rolls-Royce Phantom Coupé do Brasil. O modelo produzido em 2009 está com 6 000 km e custa 1,5 milhão de reais.