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SsangYong tenta negociar com credores para evitar recuperação judicial

Marca sul-coreana não consegue honrar suas dívidas e sua proprietária, a Mahindra, não parece disposta a ajudar

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 dez 2020, 10h38 - Publicado em 22 dez 2020, 10h35
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  • SsangYong Actions Sports
    SsangYong Actions Sports é um dos carros mais conhecidos da marca no Brasil por conta do visual (Divulgação/Ssangyong)

    O conselho diretivo da SsangYong entrou com pedido de falência em Seul. A mais antiga das fabricantes sul-coreanas em atividade não conseguiu honrar uma parcela de dívidas, que superam os 60 bilhões de wons, 345 milhões de reais.

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    A dívida deveria ter sido paga em 14 de dezembro e tem os bancos Bank of America, JPMorgan Chase e BNP Paribas entre os principais credores. Diante da impossibilidade de renegociar suas dívidas, a  SsangYong solicitou o uso de uma ferramenta similar à recuperação judicial para ganhar tempo. 

    Na prática, nesta primeira etapa a recuperação seria feita por conta própria, com a empresa negociando diretamente com seus credores. Se essa etapa não solucionar a questão, avançaria para uma recuperação judicial. Por ora, os credores se negaram a aumentar o prazo para quitação e a entrada de dinheiro na empresa não é suficiente para pagar as dívidas.

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    Essa crise na SsangYong não é nova. A marca vem apresentando perdas financeiras e queda de participação em mercados de exportação há três anos. Atualmente é a única marca da Coreia do Sul a não ter aumento nas vendas, mas sim queda: 18% de janeiro a novembro, quando vendeu 79.400 carros.

    SsangYong
    SUV Korando ganhou nova geração recentemente (Divulgação/Ssangyong)

    Convém lembrar que quase 75% da SsangYong pertence à Mahindra, fabricante indiana que a salvou do colapso em 2011. O volume de investimentos chegou aos 520 bilhões de won, mas agora a fonte secou e a própria Mahindra anunciou um programa de corte de custos, que envolve o encerramento de projetos não lucrativos.

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    Antes do início da pandemia, a Mahindra planejava investir cerca de 412 milhões de dólares no desenvolvimento da empresa coreana, mas esses planos foram abandonados durante a crise. Em junho, os indianos anunciaram que estavam prontos para reduzir sua participação na SsangYong, ou mesmo vendê-la. E vêm, desde então, buscando ativamente um comprador.

    A Mahindra não parece disposta a salvar a SsangYong, como a General Motors não quis salvar a sueca Saab. A sorte pode estar no governo sul-coreano, que tem diversos pacotes de estímulos financeiros para casos semelhantes. Para isso, deverá paralisar a venda de ativos, continuar sua atividade comercial e honrar o pagamento de seus funcionários.

    E no Brasil?

    A SsangYong havia ensaiado um retorno ao Brasil em 2017, quando trouxe um novo lote dos modelos Tivoli, Korando e Action Sports. Contudo, algumas concessionárias da marca ainda têm unidades 2017/2018 zero quilômetro à venda e não houve importação de novos carros. Lançamentos que estavam previstos à época nunca chegaram.

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