A Stellantis está se mexendo para assumir a produção das Fiat Titano e Peugeot Landtrek. Hoje as picapes têm montagem terceirizada, feita pela Nordex no Uruguai, mas sem um volume adequado para atender toda a América Latina.
O primeiro passo foi dado. A Stellantis anunciou um investimento equivalente a R$ 2 bilhões na fábrica de Córdoba, na Argentina, destinados para uma nova família de veículos e um novo motor, em ciclo que irá de 2025 até 2030.
Este anúncio foi feito pelo presidente da Stellantis na Argentina, Martín Zuppi, em entrevista ao portal Cadena 3. Poucas horas depois, a empresa divulgou os planos para a imprensa brasileira. De acordo com o executivo, o aporte será utilizado para desenvolver uma nova família de veículos e a produção de um motor, tanto para o mercado argentino quanto para exportação.
Zuppi nem deixou espaço para especulações e já afirma que a nova linha de produção terá uma picape. A informação meio que confirma o Projeto KP1, que seria a fabricação da Fiat Titano e suas “irmã” Peugeot Landtrek na Argentina.
A picape não será o único produto. “Não é necessariamente um investimento em um modelo em particular, mas o que estamos fazendo é o desenvolvimento para que possamos fazer diferentes modelos dentro da fábrica. Isso é muito benéfico para a Stellantis porque permite à empresa alterar a produção no futuro e que estaremos preparados para o que vier como investimento”, explica.
O presidente cita o caso do Fiat Cronos, o único carro feito em Córdoba atualmente, dizendo que ele “funciona muito bem no mercado argentino”, mas que terão outros tipos de modelos. O sedã compacto ainda tem um desempenho morno no Brasil, mesmo que tenha crescido nas vendas nos últimos anos.
Na apresentação feita no Brasil, a Stellantis afirma que estes novos carros não utilizarão a plataforma MP do Cronos e nem a CMP dos Peugeot 2008 e Citroën C3, sendo feitos com uma nova arquitetura.
Sem comentar muito sobre qual motor foi escolhido para a produção na Argentina, o presidente da Stellantis para América do Sul, Emanuele Cappellano, disse à QUATRO RODAS que será vendido no Brasil e que “tem que ter a flexibilidade para adotar novas tecnologias, podendo ser flex e receber uma eletrificação”. Uma possibilidade é o 2.2 turbodiesel de 180 cv, justamente o motor que equipa a Titano.
Falando de datas, Zuppi revela que a produção dos novos veículos está prevista para 2025 e que os planos estão bem avançados, a ponto que a empresa já está contratando mais funcionários. O complexo hoje emprega quase 1.500 pessoas e o executivo fala de dobrar este número.