Imagine a seguinte situação: você compra um carro totalmente elétrico, seja porque você é preocupado com o efeito estufa, ou porque você gosta do torque instantâneo. Com todos os trâmites burocráticos de compra feitos, há a descoberta que seu carro (elétrico!) foi taxado em quase US$ 11.000 porque tem uma emissão alta de dióxido de carbono (CO2). O carro em questão? Um Tesla Model S – modelo que sequer tem um sistema de escape para emissão de poluentes.
O feito inusitado aconteceu em Cingapura, onde o proprietário Joe Nguyen decidiu importar um Tesla Model S usado, trazido de Hong Kong e que demorou sete meses para ser autorizado a rodar pelas estradas do país. Segundo o departamento de transportes de Cingapura, foi constatado que o Tesla Model S emitia uma quantidade de CO2 equivalente a 222g por quilômetro.
As emissões foram calculadas com base em uma tabela que põe um valor sobre as emissões geradas pela produção de energia – neste caso, eletricidade. Em Cingapura, 95% da eletricidade é produzida a partir do gás natural, um combustível fóssil. O país tem uma política de incentivo para a população comprar veículos com baixas emissões de carbono, oferecendo até US$ 30.000 de descontos e uma multa pesada de mesmo valor para os carros com índice de emissões mais elevados. Híbridos são favorecidos por essa política, mas automóveis 10% elétricos não.
Mesmo assim, as reclamações do proprietário do Tesla chamaram até a atenção do presidente da marca, Elon Musk, que prometeu “investigar a situação” no país asiático, tendo entrado em contato até com o primeiro ministro do país, Lee Hsien Loong. Cliente e marca também citam o caso de um proprietário de um Peugeot Ion (também elétrico) que, ao contrário do Tesla, acabou recebendo um desconto de US$ 14.400 do governo de Cingapura após passar pela mesma avaliação.