Dez carros que foram depenados no Brasil
Eles são vendidos aqui e em outros países. Mas fora daqui têm muito mais a oferecer
Nacionalizar um carro é um processo complexo e exige estudos de viabilização técnica e financeira. As fábricas precisam adaptar seus produtos ao nosso combustível, às nossas vias super bem conservadas e até ao estilo tupiniquim de dirigir.
Na prática, frequentemente isso pode significar uma redução na lista de equipamentos e até mudanças estruturais. Listamos dez modelos que destoam de suas versões americanas e europeias quando o assunto é conteúdo.
Para Pedro, Pedro para
O Up! feito no Brasil é estruturalmente idêntico ao europeu, como comprovam suas cinco estrelas no teste de impacto. Mas a versão europeia, além de ser mais curta, tem diversos itens de série e opcionais extras.
Quer alguns exemplos? No outro lado do Atlântico o Up tem ar-condicionado digital e sistema de frenagem autônoma de emergência capaz de parar o carro em velocidades de até 30 km/h.
Sem tirar do bolso
Alguns modelos da Honda nunca foram exatamente um exemplo de custo-benefício – costumam ter preço salgado. Em outras palavras, muito dinheiro por poucos equipamentos.
E essa impressão fica ainda pior quando a gente compara o modelo nacional com a lista de itens oferecidos no Fit europeu (chamado de Jazz). A relação inclui sensor de estacionamento, ar-condicionado automático e partida do motor por chave presencial.
O mais completo… do mundo (mas só importado)
A segunda geração do Hyundai Tucson chegou ao Brasil em 2010 rebatizado como ix35 e repleto de equipamentos, como ESC, controle de descida e ar-condicionado digital.
Quando foi nacionalizado, porém, perdeu estes e outros itens. Eles só voltaram a equipar o modelo nacional quando foi reestilizado cinco anos depois.
Básico que não sai da linha
O Honda Civic é considerado um sedã de entrada nos Estados Unidos. E mesmo assim os clientes do hemisfério norte podem incluir no pacote até itens de condução autônoma.
Não está convencido? Tem também controlador de velocidade adaptativo e sistema de auxílio à manutenção da faixa de rolagem – em um carro de entrada(!).
Crise militar
E quando a síndrome de vira-lata afeta não só os nacionais, mas quase todos os importados de uma marca? Por usar a mesma faixa de frequência destinada ao exército, todos os Mercedes que vêm ao Brasil não dispõem de controlador de velocidade adaptativo.
O cenário começou a mudar com o novo Classe E, que usa outra frequência. Mas, por enquanto, nada de o Classe C e GLA nacionais receberem a atualização.
Muito além do facho alto automático
O rebaixamento do Volkswagen Golf nacional vai muito além da suspensão traseira por eixo de torção e câmbio automático convencional.
Em relação ao modelo alemão, o hatch paranaense também abriu mão do freio de estacionamento elétrico e sistema de farol automático (capaz de projetar uma sombra em torno do carro à frente, para não ofuscá-lo), que foram aposentados em nome da redução de custos.
Roda, roda e não desliga
O detalhe do Nissan March nacional é um lembrete permanente da partida por botão que nunca tivemos por aqui.
Mas o Micra (nome do hatch na Europa) tem itens quase inexistentes no segmento no Brasil, incluindo start-stop e ESC.
Proteção lateral para quê?
Nosso Renault Duster (e a família Sandero/Logan) finalmente passaram a oferecer controle de estabilidade no Brasil. Mas só nas versões com câmbio automático ou robotizado, apesar do importante item de segurança equipar todos os Dacia na Europa.
E, neste quesito, os romenos dão um baile na gente, incluindo até airbag lateral. O equipamento, aliás, será oferecido no Kwid como item de série em todas as versões.
Olho que não vê
O Toyota Corolla brasileiro demorou três anos para oferecer o controle de estabilidade – item de série em outros países. Mas frenagem autônoma de emergência, farol com facho alto automático e leitor de placas de trânsito, que exigem uma câmera especial no para-brisas e equipam o modelo europeu, seguem de fora do sedã.
Seguro e completo
A Ford afirma que o novo Ka foi um projeto global liderado pelo Brasil – que, inclusive, teve a primazia de receber a terceira geração do compacto. Mas nem sempre quem pega primeiro se sai melhor.
O Ka estreou na Europa com o sobrenome Plus (identificado pelo mesmo + usado no sedã nacional) com uma suspensão mais firme, ar-condicionado digital, bancos aquecidos e airbags laterais e de cortina.