Apesar do imenso pioneirismo da Toyota no segmento dos carros híbridos, foi só há alguns meses que a japonesa lançou seu primeiro carro elétrico, o bZ4x. Agora é a vez do segundo veículo da família bZ chegar às lojas: o novo Toyota bZ3 é um sedã que será inicialmente restrito ao mercado chinês e tem um desenvolvimento tanto curioso quanto confuso.
Como praticamente todas as montadoras estrangeiras que fabricam na China, a Toyota opera no país asiático em regime de parceria com a FAW, de origem local. A FAW-Toyota se juntou à também chinesa BYD para, então, criar a BTET, que é a joint venture responsável pela fabricação do bZ3.
Indo além da papelada, a união permitiu que cada companhia entregasse o que tem de melhor na criação do novo veículo. Do lado da Toyota, veio a poderosa plataforma e-TNGA, que já demonstrou um pouco de sua capacidade no bZ4x — além da ausência de coluna de direção, o SUV elétrico conta com sistema de carregamento via placas solares, entre outras novidades.
Já do lado da BYD vieram as baterias; assunto no qual a empresa vem adquirindo liderança global e até seduzindo “queridinhas” do setor de carros elétricos, como a Tesla. A fabricante dos recém-lançados no Brasil Tan, Han e Song Plus cederá sua tecnologia de bateria com células laminares, que tem até 50% mais energia armazenada em determinado peso e volume do conjunto em relação a tipos convencionais.
Graças a maior densidade energética, a Toyota afirma que a autonomia do bZ3 excede os 600 km, ainda que a medição tenha sido feita no otimista ciclo CLTC. Sendo a única marca que, há muitos anos, tem veículos eletrificados à venda, a japonesa ainda usou sua expertise para desenvolver compartimentos e sistemas de monitoramento e refrigeração exclusivos para o sedã.
O resultado disso é que, após 10 anos de uso do carro, sua capacidade energética estará em pelo menos 90% da original, garante. A tecnologia de baterias laminares da BYD também contribui para a segurança do conjunto, graças à sua maior resistência a incêndios e danos causados por perfurações do assoalho.
Simples mas aconchegante
Ainda que não seja um carro popular, o bZ3 busca ser um elétrico mais acessível aos chineses, que vêm tomando gosto pela coisa. Para tanto, o interior do carro passa longe de ser luxuoso e foca em design clean.
A grande maioria dos comandos está concentrada na generosa central multimídia vertical, que é acompanhada de um quadro de instrumentos digital mas bem menor. A alavanca de câmbio dá lugar a um disco de seleção de marcha e, além das entradas USB-C, também há carregador de celular por indução.
O espaço interno, por outro lado, é um ponto de destaque do carro. Ainda que o bZ3 seja apenas 6 cm maior que um Toyota Corolla, o sedã elétrico tem 18 cm a mais de entre-eixos graças aos balanços reduzidos que a e-TNGA permite. O design do modelo também segue a linha do bZ4x, com forte ênfase na aerodinâmica, traseiro com caimento fastback e dianteira que, segundo a Toyota, remete a um tubarão-martelo.
Mais detalhes do Toyota bZ3 serão revelados quando o carro começar a ser vendido, provavelmente no final do ano.