Além do ano novo, a Toyota também comemora uma marca importante: os 30 anos vendendo Corolla, Hilux e SW4 de maneira oficial no Brasil.
Voltando no tempo, em 1992, a empresa trazia os três modelos para que os brasileiros pudessem dar uma primeira olhada nos carros que já eram sucesso mundial. A apresentação aconteceu durante o Salão do Automóvel de São Paulo.
Corolla e o Brasil
Mas a história do Toyota Corolla no Brasil tem bem mais do que 30 anos. Na edição de janeiro de 1973, QUATRO RODAS publicou o teste exclusivo dos Corolla cupê e perua de segunda geração.
A fabricante japonesa fabricava o Bandeirante no Brasil desde 1962 (a fábrica de São Bernardo do Campo, fechada neste ano, foi a primeira da Toyota fora do Japão) e àquela altura flertava com a venda de automóveis.
Os carros emprestados pela fabricante há quase 50 anos impressionaram a equipe de QUATRO RODAS na época pela mecânica, dirigibilidade, visual e segurança. O cupê tinha motor de 1.6 de 89 cv e a perua tinha um 1.4 de 84 cv.
Mas foi apenas em sua sétima geração, aquela do Salão de 1992, que o Toyota Corolla de fato começou a ser vendido no Brasil. Ele era importado do Japão apenas na versão sedã LE, equipada com motor 1.8 16V de 115 cv e câmbio manual de cinco marchas.
Comparado a outros modelos nacionais, o Corolla era inovador. Na parte mecânica, ele vinha com injeção eletrônica, algo ainda incomum por aqui nos anos 90, além de trazer piloto automático, airbags e freios com assistência ABS, itens de segurança avançados para a época.
Em 1995 foi a vez da versão perua chegar, com o mesmo motor 1.8 do sedan, que recebeu uma versão de entrada chamada DX. Seu motor era um 1.6 de 116 cv e vinha com opções automática de três velocidade e manual de cinco.
Já com os planos de construir a fábrica de Indaiatuba, no interior de São Paulo, em andamento, a oitava geração chegou em 1997. Essa era sempre equipada com o motor 1.6 de 106 cv, tendo como opções o sedã GLi e a perua XLi, as duas com opção de câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro velocidade com overdrive.
No ano seguinte o Corolla estava nacionalizado e especialmente desenvolvido para o Brasil. Além de um facelift, o modelo ganhou novo motor 1.8 de 116 cv e trouxe mais inovações de segurança. trazendo airbag duplo, cintos de segurança dianteiros com pré-tensionador e limitadores de força, bem como cinto de três pontos e apoio de cabeça para todos os passageiros.
O primeiro Corolla nacional tinha versões nas versões XLi, XEi e SE-G, mas apenas na carroceria sedã. Todas tinham a opção de câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro com overdrive.
Foi só em 2002 que a perua voltou ao mercado nacional e agora com novo sobrenome. A Corolla Fielder, que a partir de 2004 virou só Fielder, junto com o sedã, os dois na nona geração e como ano-modelo 2003.
Essa também foi a geração responsável por introduzir a série especial esportiva, S, que teve 1.800 unidades produzidas. E em 2007, a novidade ficou por conta do novo motor 1.8L 16V VVT-i de 136 cv, primeiro flex da marca.
Um outro motor flex foi introduzido em 2008, junto com a décima geração. A inédita versão Altis também estreava com motor 2.0 16V de até 153 cv. Em 2012 o Corolla ganhou um facelift e o motor 1.8, ainda presente nas versões mais baratas, teve sua potência aumentada para até 144 cv. Por fim, a série especial XRS era lançada já em 2013.
Um ano depois, a décima primeira geração chegava ao Brasil, maior, com assoalho plano e câmbio CVT. A suspensão mais rígida deu outra pegada ao sedã, que recebeu uma repaginada no visual em 2017 e um reforço na segurança, trazendo 7 airbags contando com controle de estabilidade, tração e assistente de subida, o que garantiu 5 estrelas no Latin NCap.
A geração mais recente chegou em 2019, com novo motor Dynamic Force 2.0L 16V de 177 cavalos, injeção direta e câmbio CVT de 10 velocidades. Mas a maior novidade foi a introdução da versão híbrida leve, com motor flex 1.8L 16V e dois motores elétricos, que juntos somam 122 cv e nova transmissão Hybrid Translaxe, que aumenta a troca de marchas para melhorar a eficiência.
A última novidade foi a versão GR-Sport, lançada no ano passado. Para 2023, a Toyota vai trazer como padrão o pacote de segurança Toyota Safety Sense, com sistema de pré-colisão frontal, sistema de assistência de permanência de faixa, com função de alerta de mudança de faixa, faróis altos automáticos e controle de cruzeiro adaptativo.
Os ‘hermanos’ Hilux e SW4
Quem acompanhou o Corolla nessa vinda foram a picape Hilux e o seu irmão SUV, SW4. A primeira chegava já em sua quinta geração e com motores diesel 2.4 de 83 cv e 2.8 de 88 cv, com opção de tração 4X2 ou 4X4 de cabine simples ou dupla.
Já o SW4 estreou na segunda geração, apenas com o motor 2.8 e tração integral. Anos depois, chegaram as variantes com motor 2.4 e 116 cavalos e o V6 3.0 com 152 cavalos a gasolina. Nessa época, os dois modelos vinham importados do Japão.
Em 1996, o SUV foi atualizado para terceira geração, com novidades no visual e um terceira fileira, que aumentou o número de lugares para sete. Também chegaram três novos motores: os 2.7 com 152 cv e V6 3.4 com 186 cv a gasolina e o 3.0 turbodiesel com 116 cavalos. Um ano depois, a Hilux deixava de ser importada do Japão e passava a vir da fábrica de Zárate, na Argentina.
Em 1999 o SW4 ganhava uma leve alteração visual, ganhando novos para-choques e grades. A picape também foi mudando e no facelift de 2002 veio acompanhado dos motores turbodiesel com 2.0L e 116 cv e 2.7L 16V a gasolina com 142 cv.
Em 2003, acompanhando a picape, o SW4 também passou a ser importado da planta hermana. A quarta geração trazia o slogan “Revolução Total” e tinha motores turbodiesel 3.0L 16V com 163 cavalos, além dos novos 2.7 16V com 158 cavalos e 4.0L 24V V6 com 238 cavalos, na versão de sete lugares. Anos depois, em 2012, SW4 ganhava, pela primeira vez, central multimídia.
Sob o mesmo lema, a Hilux chegava a sétima geração em 2005. O novo visual ficou em segundo plano, já que a tecnologia roubou a cena. A picape trazia pela primeira vez câmbio automático e, com o tempo, foram sendo adicionados itens como ar-condicionado digital, computador de bordo, recalibração da suspensão, e a introdução da tecnologia flexfluel em sua motorização.
Em 2015 a Hilux estreou sua oitava geração e o destaque era a segurança. O número de airbags passou para três, nas versões de cabine simples e sete na cabine dupla, com direito a cinco estrelas no Latin NCap. Na parte mecânica, chegava o novo motor diesel 2.8L 16V, quatro cilindros, com 177 cv.
O SW4 foi atualizado um ano mais tarde. A quinta geração trazia os motores diesel 2.8L 16V de 177 cv e a gasolina 4.0 24V V6 de 238 cv. Repetindo o feito da Hilux, o SUV também recebeu nota máxima de segurança no Latin NCap, muito graças a introdução dos sete airbags.
2021 marcou o primeiro facelift da atual geração do SW4. O SUV, assim como a picape, tiveram uma melhoria, que passou a desenvolver 204 cv nos dois modelos. A dupla também ganhou diversos itens de segurança, como controle de velocidade adaptativo (ACC) e frenagem automática de emergência, a partir da versão SRX.Eles também receberam uma versão esportiva GR-Sport, com motor a diesel de 224 cv e 55 kgfm. A versão Diamond, que havia estreado em 2008, retornou ao portfólio do SW4 nesse mesmo ano.
Nesses 30 anos de vendas, os três modelos conseguiram se estabelecer bem no mercado, sendo líder de seus segmentos. De acordo com a Toyota, o SW4 soma mais 190 mil unidades desde 1992, a Hilux 700 mil, enquanto o Corolla, seu maior sucesso no Brasil e no mundo, já passou do 1 milhão de veículos vendidos.