A Toyota enviou para as redações de jornais, revistas e sites, um comunicado em que anuncia uma campanha de recall.
O texto informa todos os detalhes do problema, os riscos, o procedimento para correção e ao final dispara: “Esta campanha abrange um total de uma unidade”.
Como assim? Uma unidade? Como isso é possível?
Recalls na indústria automobilística costumam ser coisa da ordem de milhares de unidades, em razão do volume de carros produzidos e também pelo fato do compartilhamento massivo das peças entre diferentes modelos.
A chance de uma fábrica ter apenas um carro com problema (e poder constatar isso) deve ser mais remota do que acertar sozinho as seis dezenas da mega sena da virada que corre amanhã.
Segundo a Caixa, a probabilidade de alguém ganhar com uma aposta simples é de uma em 50 milhões.
O modelo alvo do recall é o sedã Camry, que chega ao Brasil, importado do Japão. O chassi da unidade com defeito é o de número JTNBZ3HK9K3011453 e foi produzido no dia 26 de agosto de 2019.
Se não fosse esse carro, o Brasil nem tomaria conhecimento desse recall.
Segundo a Toyota, a atual geração do Camry está à venda no Brasil, desde dezembro de 2017 e, de janeiro a novembro deste ano, foram comercializadas apenas 143 unidades do modelo.
O que explica esse recall de um carro só é que a campanha é mundial e envolve cerca de 25 mil veículos. E o problema não está só no Camry.
O defeito pode surgir também em outros carros produzidos pela Toyota no Japão e vendidos em diferentes partes do mundo.
Entre esses modelos estão os Toyota Alphard Vellfire e Noah Voxy Esquire (minivans), C-HR (SUV) e Coaster (ônibus), e também o sedã Altis, da marca Daihatsu, e os ônibus da marca de comerciais da Toyota, Hino, entre eles Riesse II e Riesse II Big Van.
Esse 25 mill carros foram vendidos nos mais diferentes cantos do planeta. De acordo com a fábrica, cerca de 10 mil estão nos países da América do Norte; 8 mil, no Japão; 2,7 mil, nos demais países da Ásia; 2 mil, no Oriente Médio; 1,3 mil, na Oceania; 700, na Europa e 200 no restante do mundo, onde se encaixa o Brasil.
Se você somar todos volumes, a conta para em 24.900. Os 100 que faltam se deve a imprecisão dos dados. Eles provavelmente estão espalhados pelas diferentes regiões consideradas.
O comprador brasileiro será comunicado pessoalmente pela Toyota, mas atendendo a legislação, a empresa fará o anúncio formal do chamamento, pelos veículos de comunicação.
O dono do carro poderá agendar a ida à oficina a partir do dia 20 de janeiro de 2020.
Segundo a Toyota, o veículo chamado é equipado de série com cintos de segurança traseiros com duplo sistema de travamento. Mas, foi identificado que, durante sua produção, um dos sistemas de travamento pode não ter sido montado corretamente nos bancos traseiros.
Essa falha pode fazer com que o cinto de segurança não seja retraído de forma adequada em casos de freadas bruscas ou colisões, aumentando o risco de ferimentos aos ocupantes do veículo.
Para resolver o problema, a fábrica diz que vai inspecionar os três cintos de segurança traseiros instalados no veículo (lado direito, central e lado esquerdo) para identificar a possibilidade de existência do defeito.
Caso seja confirmada a existência do problema, será realizada a substituição da peça. Estranho O tempo de inspeção e eventual reparo é de aproximadamente duas horas.