O governo federal dos EUA acusou hoje a Volkswagen de adulterar intencionalmente a análise de emissões de poluentes de quase meio milhão de veículos a diesel no país – entre eles as versões TDI do Golf, Jetta, Beetle e Audi A3 produzidas entre 2009 e 2015, além de Passats feitos entre 2014 e 2015.
A fraude foi descoberta primeiro por uma análise independente feita por pesquisadores da universidade de West Virginia. Segundo investigações da Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) e o Conselho de Recursos do Ar californiano, o grupo VW instalou softwares que podem ter liberado a emissão de alguns poluentes até 40 vezes mais do que a lei permite.
Um sofisticado algoritmo seria capaz de perceber quando uma inspeção técnica está sendo feita, regulando adequadamente o controle de emissões. Já ao identificar uma situação normal de condução, ele reduziria a efetividade do controle, provavelmente para permitir melhores marcas de consumo. O conselho da Califória diz inclusive que executivos da marca já admitiram a instalação do sistema defeituoso.
A primeira medida reparativa do processo deve ser o recall de todas as unidades envolvidas.Se for condenada pela atitude deliberada, a multa aplicada ao grupo alemão pode chegar a até 18 bilhões de dólares, considerando-se que a multa para cada um dos 482 mil veículos comercializados nos EUA teoricamente seria de 35 mil dólares.
Recentemente, a General Motors foi condenada em 900 milhões de dólares por defeitos na ignição que causaram acidentes fatais, enquanto o grupo Hyundai- Kia teve de pagar 300 milhões de dólares por divulgar em suas propagandas dados incorretos sobre o consumo de combustível.