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Volkswagen irá aposentar 6 em cada 10 de seus modelos nos próximos anos

A estratégia será basicamente vender menos, mas vender modelos de maior qualidade e maiores margens de lucros - como os elétricos

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 abr 2022, 15h33 - Publicado em 8 abr 2022, 15h31
Volkswagen ID.5 GTX
Volkswagen ID.5 GTX (Divulgação/Volkswagen)
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O Grupo Volkswagen adotará, como nunca, o clichê de que “menos é mais”. Isso porque a empresa, incluindo todas as suas marcas, deixará de produzir ao menos 60% dos modelos a gasolina ou a diesel na Europa nos próximos anos. O número de unidades também será reduzido.

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Para o novo diretor financeiro do Grupo, Arno Antlitz, a explicação é simples: “estamos focados em qualidade e margens, em vez de volume e participação de mercado”. O executivo continuou dizendo que o objetivo não é almejar um crescimento de mercado.

Cupra Born
Cupra Born (Cupra/Divulgação)

Assim, o mercado europeu verá a gama de modelos a combustão das fabricantes pertencentes à Volkswagen caírem em 60% nos próximos 8 anos. Hoje, cerca de 100 modelos das marcas do grupo são a gasolina ou a diesel. Ou seja, apenas cerca de 40 deles sobreviverão – o restante da linha será composta por elétricos.

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Mais do que isso, os modelos sobreviventes não serão escolhidos ao acaso: apenas aqueles mais rentáveis, ou seja, com maior margem de lucro, seguirão em linha. Compactos como o Volkswagen Up! e o Seat Mii, por exemplo, saem de cena pelo alto custo de desenvolvimento e um baixo lucro. Eles serão substituídos por elétricos da linha ID e, assim, mais caros.

Volkswagen Passat
Volkswagen Passat agora, só na versão perua; a configuração sedã deixou de ser rentável (Divulgação/Volkswagen)
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Da Seat vem mais um exemplo dos desejos da Volkswagen. Enquanto a marca mais popular emplacou 391.200 unidades em 2021, a submarca Cupra, com vendas quatro vezes menores, representou 1/4 dos lucros da Seat, já que seus poucos modelos (e produzidos em menor escala) são mais rentáveis.

Estratégia parecida já foi feita por Audi e Porsche no auge da crise dos semicondutores, quando as marcas priorizaram a produção de seus carros mais caros.

Sobre elétricos, Arno Antlitz destaca ainda que o custo de matérias-primas para baterias deverá cair ao logo do tempo, mas não esconde uma preocupação. O diretor financeiro admite que ainda existem dúvidas sobre até quando modelos elétricos serão mais lucrativos do que os modelos a combustão.

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Porsche Taycan Cross Turismo
Taycan Cross Turismo foi um dos modelos priorizados pela Porsche, por ser elétrico e um dos mais caros da marca (Divulgação/Porsche)

Produção reduzida, empregos reduzidos

Embora o próprio Grupo Volkswagen já tenha convertido empregos, o assunto é delicado. Em Zwickau e Emden, na Alemanha, linhas de produção de carros a combustão foram transformadas em linhas de elétricos. Os trabalhadores foram mantidos, com alguns remanejamentos de funções. Porém, nem sempre será possível manter os empregos.

De acordo com a Associação Europeia de Fornecedores, banir motores a combustão até 2035 causará a perda de 501.000 empregos de fornecedores de componentes, sem contar os trabalhadores diretos das fabricantes.

No caso do Grupo Volkswagen, que tem 120 fábricas espalhadas pelo mundo, com mais de 662.000 funcionários, o estrago deverá ser grande considerando que não apenas modelos sairão de linha, mas também os que permanecerem terão seus volumes reduzidos. Logo, a necessidade de mão-de-obra humana ficará menor.

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