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Volkswagen Taos mira no Jeep Compass, mas pode acertar T-Cross e Tiguan

Novo SUV médio terá motor e plataforma do Jetta, e tecnologias do Nivus. Mas parecem faltar a ele outros atrativos para se esquivar dos irmãos

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 out 2020, 18h26 - Publicado em 7 out 2020, 17h50
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Grade com friso de led será o grande destaque no design do VW Taos (OverboostBR/Internet)

O segmento de SUVs médios era dominado por coreanos e japoneses até 2016. Os Hyundai iX35 e Tucson, o Mitsubishi Outlander e o Kia Sportage dominava o segmento. Isso, com eles emplacando entre 600 e 1.200 unidades por mês, cada.

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Então apareceu o Jeep Compass. Conseguiu mais de 2.500 emplacamentos no primeiro mês de vendas, novembro de 2016, e um ano depois já passava dos 5.000 emplacamentos mensais – o que se repetiu por vezes nos últimos quatro anos. Enquanto os antigos líderes do segmento viram suas vendas encolherem e outros fabricantes passaram cobiçar a clientela do Jeep.

A Chevrolet bem tentou com o Equinox e a Volkswagen até conseguiu emplacar mais de 1.500 Tiguan Allspace em um mês. Mas nenhum deles assumiu posicionamento de preços para ameaçar o sucesso do Compass. Por isso o Volkswagen Taos (ex-Tarek), que terá sua revelação global na próxima semana, é tão relevante. Ainda que possa ameaçar T-Cross e Tiguan.

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Traseira do Taos tem formas similares com as do Tiguan e até é conservadora (OverboostBR/Internet)
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Posicionado entre o T-Cross e o Tiguan, o VW Taos apostará em acabamento melhor e em equipamentos mais avançados que não estão presentes no T-Cross Highline e será maior que ele. Mas não tanto a ponto de aproximar de um Tiguan.

Enquanto o T-Cross tem painel e portas com plásticos rígidos, o Taos terá material emborrachado nessas áreas, tal e qual o Compass. Piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, carregador sem fio para smartphones e assistente de estacionamento automático.

Central VW Play com Android Auto e Apple Carplay (este sem fio), faróis full-led, quadro de instrumentos digital, vistos no Nivus e nos T-Cross mais completos, também estarão presentes. Estes equipamentos, além do teto solar opcional, serão fundamentais para se igualar ao que o Compass oferece.

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Assim será o visual do VW Tarek na América do Norte (José Iván/Reprodução)
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Mas o VW Taos também precisará se esquivar da ameaça dos outros SUVs da VW no mesmo showroom. E dois aspectos podem atrapalhar ele: o design e o motor.

As projeções do Overboost para o canal De Carona com Leandro são baseadas nas imagens do carro camuflado divulgadas pela própria Volkswagen. Mesmo com uma dianteira própria, com faróis maiores e grade com exótica barra iluminada por leds, o Taos é muito parecido com T-Cross e Tiguan quando visto de perfil, e com o irmão maior quando de traseira.

Por sinal, o Taos terá visual diferente para cada mercado onde será vendido. Ainda que seja derivado do Tharu, vendido na China desde 2018 (onde é mais um entre 13 SUVs vendidos pela VW), o Taos segue outra linguagem de design.

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Traseira ainda preserva muito do Tharu chinês (José Iván/Reprodução)
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Além disso, os carros que serão fabricados no México (com foco nos Estados Unidos, diga-se) terão para-choques diferentes dos fabricados na Argentina – de onde virá para o Brasil.

Outro ponto é que as unidades argentinas terão sempre motor 1.4 TSI de 150 cv e câmbio automático de seis marchas. É conhecido, confiável e flex, mas é o mesmo conjunto do Tiguan 250 TSI (R$ 145.430) e do T-Cross Highline 250 TSI (R$ 122.990). Os mexicanos terão o novo 1.5 TSI de 160 cv e mais eficiente, além do câmbio automático de oito marchas. 

E tem outro ponto: hoje o Jeep Compass usa um 2.0 aspirado de 166 cv, mas até meados de 2021 terá trocado ele pelo novo 1.3 turbo flex da família Firefly, com cerca de 170 cv e câmbio automático CVT.

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Visual do Tharu chinês tem linhas mais retas e remete ao antigo VW Atlas vendido nos EUA (Divulgação/Volkswagen)
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Por outro lado, o Volkswagen Taos pode levar vantagem nas dimensões. Sua plataforma é a MQB-A1, mesma de Jetta e do próprio Tiguan. O T-Cross usa a MQB-A0 do Polo, o que justifica ele ser curtinho e estreito: são 4,20 m de comprimento; 1,76 m de largura; 1,60 m de altura; 2,65 m de entre-eixos e 373 litros de porta-malas – longe de ser o maior entre os SUVs compactos.

Ainda que tenha apenas 2,63 m de entre-eixos, o Jeep Compass tem 4,41 m de comprimento; 1,82 m de largura; 1,64 m de altura e 410 litros de porta-malas. O Volkswagen Taos está muito mais próximo dele e ainda leva vantagem: são 4,47 m de comprimento; 1,84 m de largura; 1,62 m de altura e respeitáveis 2,68 m de entre-eixos.

Veja a comparação de dimensões dos Volkswagen abaixo:

Modelo / Dimensões T-Cross Taos Tiguan
Comprimento 4,20 m 4,47 m 4,70 m
Largura 1,76 m 1,84 m 1,86 m
Altura 1,60 m 1,62 m 1,66 m
Entre-eixos 2,65 m 2,68 m 2,79 m
Porta-malas 373 l 455 l 686 l
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O que pode (e precisa) acontecer é o Volkswagen Tiguan, que é muito maior, limitar sua oferta às versões de sete lugares – a 250 TSI Comfortline, que custa R$ 173.410, e a R-Line 350 TSI, de R$ 210.680. E o Tiguan tem uma reestilização a caminho

Desta forma, o VW Taos não apenas acabaria com o enorme degrau de dimensões entre T-Cross e Tiguan, como também teria uma faixa de pelo menos R$ 40.000 para explorar entre os R$ 130.000 e os R$ 170.000.

Mas isso não evitaria a canibalização das vendas do T-Cross Highline, que representa uma fatia robusta das vendas. Principalmente se o consumidor der importância ao acabamento e ao tamanho do porta-malas. 

Seria a mesma faixa de preço do Jeep Compass a gasolina: hoje varia entre os R$ 128.790 da versão Sport e os R$ 162.590 da Limited. E ainda vende muito!

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