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Volkswagen tem ‘um ou dois anos’ para salvar marca e não fechar fábricas

Com a queda nas vendas na Europa e a perda de lucratividade na China, fabricante busca forma de reduzir seus gastos em R$ 62 bilhões

Por Nicolas Tavares
Atualizado em 5 set 2024, 14h03 - Publicado em 5 set 2024, 13h00
VW Golf 8 Wolfsburg web_0
A fábrica de Wolfsburg é a mesma que produz o VW Golf (Volkswagen/Divulgação)
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A situação na Volkswagen não está nada boa. Após revelar que pode fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em seus 87 anos de história, executivos dizem que o momento é tão ruim que a empresa tem “um, talvez dois anos” para virar o jogo e não tomar uma decisão tão drástica.

Arno Antlitz, chefe financeiro da Volkswagen, fez esta declaração durante um encontro com 25 mil funcionários em Wolfsburg (Alemanha). O executivo explicou que a marca precisa urgentemente cortar gastos para sobreviver durante a transição para os carros elétricos.

Tudo isto foi causado por três problemas diferentes. O primeiro deles, a pontado por Antlitz, é que o mercado automotivo europeu encolheu muito durante e depois a pandemia. A fabricante fala sobre uma queda na demanda de cerca de 500 mil veículos para este ano, o equivalente a produção de duas fábricas.

vista aérea da fábrica da VW em Wolfsburg
(Divulgação/Volkswagen)

O segundo motivo está nos carros elétricos. A Volkswagen tem enfrentado diversos problemas com sua linha EV, como falhas no software e a dificuldade para reduzir os custos de produção. Diversos modelos atrasaram muito, como o ID.3 e a ID.Buzz, enquanto outros projetos foram adiados, o que é o caso do projeto Trinity, a sua próxima geração de carros elétricos.

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Ainda há a queda na demanda pelos carros elétricos no último ano, o que muitos especialistas ainda discutem se é temporária ou uma nova tendência.

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O terceiro e último problema para a VW é enfrentado por inúmeras fabricantes: os chineses não querem mais saber das marcas estrangeiras. “Não há mais cheques vindo da China”, disse Oliver Blume, CEO do Grupo Volkswagen. É uma perda enorme para empresa, que liderou o mercado chinês por mais de 25 anos e, em 2023, viu a BYD roubar a 1ª posição.

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A China já representou 50% das vendas de todo o Grupo Volkswagen em 2021, o que mostra a importância do país para a fabricante. No primeiro semestre deste ano, foram vendidos 1,34 milhões de veículos no país, uma queda de mais de 25% em comparação com três anos atrás.

Linha de montagem do Tiguan em Wolfsburg
(Divulgação/Volkswagen)

Por trás da discussão de fechar fábricas está a busca da Volkswagen para elevar a margem de lucro, atualmente de 2,3%, para 6,5% até 2026. Para chegar neste número, a empresa quer cortar 10 bilhões de euros (R$ 62,2 bilhões) em custos. Segundo a agência Reuters, analistas e investidores especulam que a fabricante está mirando nas fábricas alemãs por ter 120 mil dos 200 mil empregados da empresa. E, com a ameaça de fechar as linhas de montagem no país, conseguiriam negociar melhor por redução de salários e o fim de garantias de emprego.

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O sindicato local respondeu com palavras duras, dizendo que isso “danificou seriamente a confiança” entre os trabalhadores e a empresa, e que não vê motivos para reduzir os salários. Daniela Cavallo, chefe do conselho dos funcionários, lembra que o Grupo Volkswagen está investindo 5 bilhões de euros (R$ 31,1 bilhões) em uma parceria com a startup Rivian para desenvolver softwares.

Enquanto isso, a situação no Brasil está mais tranquila, com a Volkswagen investindo R$ 1 bilhões em suas fábricas no país para lançar alguns modelos inéditos, como a picape inspirada no conceito Tarok e um SUV compacto de entrada. O mesmo não pode ser dito da Argentina, com a possibilidade do utilitário Taos ter sua produção em General Pacheco encerrada e passar a vir importado do México.

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