Depois dos leitores de CDs, as próximas vítimas dos aparelhos de som dos carros é o rádio AM, que já tem prazo de validade e há alguns anos vem sendo abandonado por emissoras do Brasil. E quem lidera o fim do rádio AM entre os carros nacionais é o Volkswagen Polo Track.
A versão mais básica do Polo (que custa R$ 80.590) nem sequer tem rádio, mas o aparelho Media Plus II que integra um pacote opcional de R$ 910 (junto com quatro alto-falantes, antena, volante multifuncional e portas USB) só capta as rádio FM. Ele também tem conectividade bluetooth e lê mídias via USB e em cartões de memória.
Questionada por QUATRO RODAS, a Volkswagen disse ter se antecipado a um novo cenário no Brasil para adotar um novo rádio no projeto do Polo. Eles se referem ao fim das rádios AM no Brasil, o que já está definido por decreto: o serviço de radiofusão AM será desligado em 31 de dezembro de 2023.
“A peça, que já equipa outros modelos de entrada do Grupo VW no mundo, prioriza outras funções como conectividade bluetooth e rádio FM”, explica a Volkswagen.
Usadas nas demais versões do Polo e em outros Volkswagen, as centrais multimídia Composition Touch e VW Play continuam com receptores AM. E devem continuar assim, pelo visto, até que tenham alguma atualização ou sejam substituídas.
Pouca gente vai sentir falta. Afinal, as rádios AM brasileiras iniciaram um processo de migração para FM em 2016 e muitas até já desligaram as estações redundantes em AM. Inclusive foi disponibilizada uma faixa estendida de FM, de 76,1 a 87,3 MHz, que antigamente eram usadas pelos canais 5 e 6 da TV analógica.
O Polo Track só inicia no Brasil uma tendência que é global. Audi, BMW, Porsche, Tesla e Volvo já vendem seus elétricos sem rádio AM há anos e a Ford retirou os receptores de sinais de rádio de amplitude modulada da próxima geração das centrais Sync.
Para elas, também existe uma explicação técnica. Embora o longo alcance dos sinais AM tenha sido importantíssimo para as comunicações no século passado, a modulação em amplitude está sujeita a interferências de outras fontes eletromagnéticas. Entre eles estão os motores e sistemas de carros elétricos e híbridos, daí a incompatibilidade.