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Seria o BYD Dolphin o substituto que o Honda Fit não teve?

Seria o elétrico chinês que está bombando nas vendas o herdeiro que o Honda Fit não teve no Brasil? Tentamos descobrir

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
23 nov 2023, 21h18
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  • Fora de linha no Brasil desde o finalzinho de 2021, o Honda Fit deixou muita gente orfã. Não é fácil encontrar um carro pequeno, fácil de manobrar e com espaço interno tão amplo. Mas, fazendo certas concessões, o BYD Dolphin pode ser o carro que melhor preenche a lacuna deixada pelo pequeno Honda.

    Isso ficou pairando na minha mente em meu primeiro contato com o BYD Dolphin, até que encontrei um Fit dos últimos estacionado na editora e pude confirmar algumas semelhanças entre eles. Elas vão além da dificuldade em classificá-los como hatch ou monovolume.

    A frente curta e o teto elevado se repetem no elétrico chinês, que tem as mesmas maçanetas da segunda geração do japonês. Mas o que me fez perceber a semelhança com o Fit foi a posição de dirigir.

    BYD Dolphin e Honda Fit
    (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

    Tem o fator de se sentar ao volante e se sentir em uma bolha ampla. O para-brisas lá longe, o painel baixinho e o campo de visão ampliado para os lados pelas janelas espia que prolongam os vidros laterais. Os dois carros têm isso. E a última vez que havia percebido isso em um carro pequeno foi justamente em um Honda Fit.

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    Na verdade, o painel do BYD é mais baixo por conta das suas formas: as saídas de ar redondas ficam para fora, entre a central multimídia giratória. No Honda, o console central ficava voltado para o motorista, bem próximo ao quadro de instrumentos e do campo de visão do motorista. Isso até era bom, mas os dois têm coisas irritantes.

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    BYD Dolphin e Honda Fit
    (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

    No Honda Fit, era não conseguir chegar o banco muito para trás porque o tanque de combustível, sob os bancos dianteiros, não permitia (e os pés ficavam batendo ali). No Dolphin é a falta do ajuste de profundidade na direção e a posição dos seus botões.

    BYD Dolphin e Honda Fit (5)
    (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

    Não acho que a prateleira bem no meio do painel seja uma solução brilhante, mas ela está ali para ser usada. E fazer isso é correr o risco de acionar algumas funções sem querer. Mudar modo de condução, desligar o controle de tração, acender o pisca-alerta. Se for o carona, vai mutar ou mexer no volume do som sem querer. O Fit era simples, não tinha muito o que dar errado.

    BYD Dolphin e Honda Fit
    (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
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    O simples e funcional costuma ter mais adeptos e operar as funções do BYD é um pouco mais complicado porque quase tudo está concentrado enorme central multimídia giratória com poucos ícones de acesso rápido. Não existe um comando fácil para o ar-condicionado, por exemplo: é preciso usar um atalho gestual ou navegar entre menus. Os botões físicos de acesso rápido só ligam ou desligam o sistema, ou acionam o modo automático.

    BYD Dolphin
    BYD Dolphin (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Se o BYD Dolphin não tem tantos porta-objetos quanto um Fit, o grande compartimento sob o apoio de braço ajuda bastante. Mas o que tanto os proprietários dos Honda Fit enaltecem é o espaço para trás da fila da frente.

    BYD Dolphin
    BYD Dolphin (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Bem, sobra espaço no banco traseiro do Dolphin. Isso porque, embora ele seja apenas 3,5 cm maior que um Fit (são 4,125 m contra 4,09 cm de comprimento), seu entre-eixos de 2,73 m é exatamente 20 cm maior que o do Honda Fit – o que ele conseguia com 2,53 m de entre-eixos era mágico, de fato.

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    Multimídia, ar digital e ESP: dívidas antigas do Honda Fit
    Honda Fit (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Quem levava fogões ou pranchas de surf dentro do Fit, porém, vai encontrar algumas limitações no Dolphin. Nem falo de não poder içar o assento traseiro para aproveitar melhor o assoalho plano. É que o vão do porta-malas é um pouco mais baixo e o encosto traseiro não tem rebatimento 60/40. Para carregar volumes mais compridos, só comprometendo totalmente o banco traseiro.

    Modularidade dos bancos traseiros é a maior arma do Fit
    Modularidade dos bancos traseiros é a maior arma do Fit (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Por outro lado, o porta-malas é grande para um carro que pode ser classificado como hatch. São 345 litros, só 17 a menos que os 363 litros dos últimos Fit.

     

    O desempenho dos dois carros é completamente diferente. Se o motor elétrico de 95 cv do BYD não deixa a desejar na cidade ou em vias expressas (até aparenta ser mais forte, por causa da disponibilidade dos 18,4 kgfm), em velocidades mais altas responde menos. o 1.5 aspirado de 116 cv e 15,3 kgfm do Honda era mais agradável em via expressa ou estrada. No 0 a 100 km/h era cumprido em 11,4 s pelo Fit, enquanto o Dolphin precisa de 12,3 s.

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    BYD Dolphin
    BYD Dolphin (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A dinâmica também muda, mas pode ser que o Dolphin agrade mais ao público em geral. O Honda Fit sempre foi um carro com acerto mais firme e o motorista precisava lidar com batidas secas em ruas mais esburacadas.

    BYD Dolphin
    BYD Dolphin (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O BYD Dolphin, por sua vez, é macio como nenhum Honda. Muito mais do que eu gostaria que fosse. Mas ao passar em buracos ou lombadas a descompressão rápida da suspensão traseira também proporciona batidas secas. É o peso da bateria instalada no assoalho que ajuda ficar assentado nas curvas. E a direção, leve, não empolga.

    Porta-malas comporta até 363 litros de bagagem
    Porta-malas do Fit comporta até 363 litros de bagagem (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Um BYD Dolphin substitui um Honda Fit? Para um uso no dia a dia na cidade, certamente, especialmente se o proprietário tiver como instalar seu próprio wallbox na garagm. Mas não é um carro que ainda precisa de algum amadurecimento e, talvez, uma tropicalização para se adequar às ruas brasileiras.

    Mas é interessante ver como seu preço está próximo do substituto do Fit, pelo menos aos olhos da Honda. Enquanto o Dolphin custa R$ 149.800, o Honda City hatch, que tem bancos que se dobram, porta-malas limitado a 268 litros e motor 1.5 de 126 cv, parte dos R$ 127.800 na versão EXL. A versão Touring, de R$ 136.600, tem frenagem de emergência e piloto automático adaptativo. Tais equipamentos de segurança só existem no Dolphin Plus, de R$ 179.800. 

    Ficha Técnica – BYD Dolphin

    Ficha técnica – Honda Fit 2021

    Motor: elétrico, dianteiro, 95 cv, 18,4 kgfm
    Bateria: íon-lítio, 44,5 kWh, 356 km de autonomia
    Recarga: 30 a 80% em 7h a 3,3 kW, 3,5h a 7 kW, 25 min. a 60 kW
    Câmbio: 1 marcha, tração dianteira
    Direção: elétrica
    Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
    Freios: disco nas quatro rodas
    Rodas e pneus: 195/60 R16
    Dimensões: comprimento 412,5 cm; largura, 177 cm; altura, 157 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.405 kg; porta-malas, 345 litros
    Motor: flex., diant., transv., 4 cil., 1.497 cm3; 16V, 116/115 cv a 6.000 rpm, 15,3/15,2 mkgf a 4.800 rpm
    Câmbio: automático, CVT, 7 marchas, tração dianteira
    Direção: elétrica
    Suspensão: McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.)
    Freios: discos ventilados (diant.) / tambores (tras.)
    Rodas e pneus: liga leve, 185/55 R16 
    Dimensões: comprimento, 399,8 cm; largura, 169,4 cm; altura, 153,5 cm; entre-eixos, 253 cm; peso, 1.101 kg; tanque, 46 l; porta-malas, 363 l
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