Novo Land Rover Defender parece um jipe raiz, mas tem boa dose de Nutella
Renascido agora sobre uma carroceria monobloco, modelo chega no fim de 2020 ao Brasil em dois tamanhos
Depois de 70 anos, o Land Rover Defender enfim tem uma nova geração.
Desta vez não há rebites ou pontos de solda à mostra, mas toda a carroceria (agora monobloco, três vezes mais rígida) é feita de alumínio. Esse é apenas um dos sinais de evolução do jipe inglês.
Do antigo modelo restou apenas o formato da carroceria, que está disponível nas versões 90 (duas portas) e 110 (quatro portas).
O porte também é maior: é maior do que um Discovery Sport e menor que um Discovery. E seu posicionamento de preço no Brasil será justamente esse.
A nova geração do Defender será lançada no país no segundo trimestre de 2020, inicialmente na versão 110. O Defender 90 chegará depois. A gama de versões e de mecânicas para o Brasil, porém, não foi definida.
Na Europa, há cinco versões de acabamento (S, SE, HSE, First Edition e a topo de linha, Defender X) e quatro opções de motores, sendo três deles 2.0 da família Ingenium.
As D200 e D400, a diesel, têm 43,8 mkgf, mas desenvolvem 200 e 240 cv, respectivamente. A gasolina, P300, oferece, claro, 300 cv e pode chegar aos 100 km/h em apenas 8,1 segundos.
Outra opção é o Defender P400 MHEV, com o 3.0 de seis cilindros turbo twin-scrool combinado a um sistema elétrico de 48V, somando 400 cv de potência e 56 mkgf.
Já está confirmada para o futuro uma versão híbrida plug-in, que poderá ter sua bateria recarregada em tomadas.
Soluções curiosas
Talvez a experiência de sete décadas tenha ajudado a Land Rover a pensar nas soluções do novo Defender. Por exemplo, seu assoalho é todo emborrachado e possui drenos, o que permite que ele seja lavado.
O porta-malas e a parte traseira do encosto dos bancos são revestidos por placa de fibra que imita aquele alumínio usado em chão de ônibus. Essa tampa esconde um compartilhamento para pequenos objetos.
Como acessório, é possível instalar as mesmas placas no capô, como havia no antigo Defender. O jipe tem até mesmo previsão para a instalação de compartimentos na altura dos vidros traseiros e pode receber, também, teto de tecido dobrável.
O painel tem sua estrutura de magnésio aparente, misturada às placas de plástico, e também pode ser usada como alças pelos ocupantes – que podem ser até sete.
O Defender 110 tem configurações de quatro, cinco, ou cinco + dois assentos e o Defender 90 pode levar até seis.
Para isso ser possível, uma das estratégias é pagar a mais pelo banco central dianteiro. Sua existência só foi possível, pois a alavanca seletora do câmbio – sempre automático de oito marchas, da ZF – está posicionada bem no meio do painel.
A tração 4×4 tem duas velocidades, normal e reduzida, e agora trabalha em conjunto com o sistema Terrain Response 2, antigo nos Land Rover mas inédito no Defender.
Ele controla o deslizamento dos diferenciais de acordo com o terreno por onde o carro está passando.
Outra novidade para o Defender é a suspensão a ar, disponível em algumas versões. Ela também se adapta às condições do terreno, interpretando os movimentos do carro 500 vezes por segundo e reagindo para garantir a estabilidade.
A altura livre do solo chega a 29,1 cm (2 cm a mais do que qualquer outro Land Rover) e sua capacidade de transposição de alagamentos é de 90 cm.
Não parece, mas o capô é transparente. Melhor explicar: o Defender tem a tecnologia ClearSight Ground View – que revela na tela central pontos escondidos pelo capô, como a área à frente das rodas.
A central multimídia é nova, batizada de Pivi Pro, muito mais intuitiva e dotada de algorítimos de autoaprendizagem. Tanto ela como outros 14 módulos do carro podem receber atualizações remotamente, via internet.
É possível até mesmo controlar a temperatura, monitorar o combustível e travar o carro remotamente.
O quadro de instrumentos, por sua vez, foi substituído por uma tela de 12,3 polegadas. Como se não fosse tecnologia demais, o Defender ainda pode ter head-up display, piloto automático adaptativo, monitor de pontos cegos e monitor de tráfego traseiro.
Isso tudo em um carro que foi criado para ser apenas uma ferramenta de trabalho.