O novo Renault Captur 2022 será lançado no Brasil no início do segundo semestre. Além do visual atualizado e do interior com materiais de melhor qualidade (com direito a painel emborrachado), será responsável por estrear no Brasil o novo motor 1.3 TCe, turbo com injeção direta e intercooler.
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Bem, a estreia é em modelos Renault vendidos aqui. Esse motor foi desenvolvido pela aliança Renault-Nissan-Mitsubishi em parceria com a Daimler, dona da Mercedes. Por isso é possível encontrar esse motor 1.3 turbo nos Mercedes Classe A, CLA, GLA e GLB vendidos por aqui, sempre com 163 cv e 26 kgfm.
Cada fabricante faz os acertos e produz os motores de forma independente e em locais diferentes.
Ele é produzido nas fábricas da Renault em Valladolid (Espanha) e da chinesa Dongfeng, na China, para os modelos Renault e Dacia, nas unidades da Daimler de Kölleda (Alemanha) e da chinesa BAIC (China) para os Mercedes-Benz e em Sunderland (Reino-Unido) para os Nissan. A Mercedes o chama de M 282 e lado franco-nipônico de HR13.
Nos Renault vendidos na Europa, este motor 1.3 está disponível em versões de 115 (22,4 kgfm), 140 (24,5 kgfm) e 160 cavalos (25,5 kgfm), mas com overboost consegue chegar aos 27,3 kgfm por 10 segundos. Mas o Renault Duster 1.3 Turbo recém-lançado na Colômbia e no México tem versão a gasolina que entrega 156 cv e 25,4 kgfm disponíveis entre 1.500 e 3.500 rpm.
O Renault Captur nacional receberá uma versão turboflex exclusiva, daí a necessidade de mais tempo para sua estreia por aqui. Mesmo assim, chegará importado da Espanha com todas as tecnologias inovadoras deste motor. Sua nacionalização dependeria da Renault do Brasil realmente igualar seus carros ao padrão daqueles vendidos na Europa.
Trata-se de um quatro cilindros com turbo e injeção direta com duplo comando de válvulas variável. Uma das tecnologias mais marcantes é o Bore Spray Coating, que vem do motor do Nissan GT-R. Trata-se de uma fina camada de aço aplicado nas paredes do cilindro usando plasma. Essa camada melhora a dissipação de calor na combustão, o que diminui o a pré-detonação e permite aumentar a taxa de compressão. Sozinha, essa tecnologia melhora o consumo e as emissões em 1%, de acordo com a fabricante.
O 1.3 turbo também tem maior pressão na linha de combustível da injeção direta, de 250 bar, o que melhor a pulverização do combustível (por meio de injetores centralizados e com seis furos) na câmara de combustão – que por sua vez tem design triangular, que seria mais eficiente. Já o coletor de escape está parcialmente integrado ao cabeçote, de forma a tornar o arrefecimento e a exaustão mais eficientes.
O turbocompressor, por sua vez, tem válvula wastegate eletrônica, melhor que o sistema pneumático usado nos antigos motores turbo da Renault. A fabricante também diz que a nova tecnologia é mais confiável.
Soluções locais
Na Europa, o motor 1.3 TCe está disponível com câmbio manual de seis marchas ou automatizado de dupla embreagem com sete marchas. Também há versões híbridas plug-in. A baseada na versão de 140 cv tem bateria de 1,2kWh (230 V) que permite circular até 65 km e a até 135 km/h em modo totalmente elétrico.
Já a opção plug-in combinada com o 1.3 TCe de 160 cv dispõe de uma bateria de 9,8 kWh (400V) de capacidade e sua autonomia elétrica também pode chegar aos 65 km. Também há opção híbrida leve, com sistema elétrico de 12V só para dar um suporte ao motor, sem ter capacidade de mover o carro sozinho.
No novo Renault Captur nacional, porém, o novo motor 1.3 turboflex estará sempre combinado com câmbio CVT com simulação de oito marchas. Sua estreia será providencial para o modelo, que tende a ser posicionado mais próximo de modelos como o VW T-Cross Highline 1.4 TSI, o Jeep Compass T270 Sport e o Toyota Corolla Cross XR, entre o topo do segmento dos SUVs compactos e o início do segmento de SUVs médios.