Não faltam SUVs compactos oferecendo os itens mais tecnológicos do momento, mas nenhum deles tem opção de sete lugares. Esse será o principal trunfo do Citroën C3 Aircross, que já foi revelado mas só começa a ser vendido no Brasil em outubro. É uma ameaça para a Chevrolet Spin, único carro com sete lugares com preço na casa dos R$ 100.000, e fará muitas fabricantes repensarem o fato de terem carros maiores, mas sem a fila de bancos extra.
Mas a Citroën terá um desafio dentro de casa: lidar com uma inevitável sobreposição de preços entre o C3 Aircross e o C4 Cactus, que está prestes de receber pequenas atualizações cosméticas. Os motores terão a missão de separar bem as coisas.
Embora os nomes sugiram uma hierarquia, o C3 Aircross é maior e mais espaçoso que o C4 Cactus em todas as versões. São 4,32 m de comprimento e 2,67 m de entre-eixos contra os 4,17 m e 2,60 m, respectivamente, do SUV lançado em 2018. O novo SUV tem até 489 litros de porta-malas, contra 320 litros do modelo mais antigo.
De acordo com o site Autos Segredos, o novo C3 Aircross será equipado apenas com o motor 1.0 GSE Turbo dos Fiat Pulse e Fastback, com 130 cv e 20,4 kgfm, e câmbio automático CVT com simulação de sete marchas. Isso, independente de ser uma versão com cinco ou sete lugares. Versões com motor 1.6 aspirado devem existir, mas com saída exclusiva para exportação.
O C4 Cactus 2024, por sua vez, seguirá com esse motor 1.6 aspirado de 122 cv e câmbio automático de seis marchas nas versões mais baratas. Hoje ele parte dos R$ 108.990 na versão Live. A versão seguinte, Feel, custa R$ 130.990. Os C3 Aircross de cinco lugares devem ser posicionados entre essas duas versões.
Os C3 Aircross de sete lugares, porém, poderão ter preço acima dos R$ 130.000, ocupando a faixa de preço deixada vaga pelo irmão. Acontece que o C4 Cactus Shine 1.6 THP com 173 cv e também com câmbio automático custa, hoje, R$ 147.990. E seguirá à venda: o flagra gentilmente cedido pelo Autos Segredos revela que a versão topo de linha terá novas rodas, iguais às do modelo europeu, detalhes coloridos nas proteções das portas e o motor THP destacado por logotipo na tampa e nas colunas C.
O C4 Cactus ainda tem suas vantagens frente ao C3 Aircross, como ar-condicionado automático controlado pela central multimídia – que será a mesma, com 10 polegadas, do C3 – acabamento melhor, com direito a faixa com toque macio no painel.
E só as versões mais completas do Cactus tem equipamentos que nem as versões mais caras do Aircross terão, como acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, rodas aro 17, volante com ajuste de profundidade, frenagem autônoma de emergência, partida por botão e seis airbags.
O que o C3 Aircross realmente terá a oferecer é muito espaço para quem realmente precisa de espaço. O espaço em sua segunda fila de bancos é abundante, mas não tem soluções como banco correndo em trilho para a frente ou ajuste de inclinação do encosto. E os passageiros ficam ainda mais distantes dos comandos dos vidros elétricos traseiros, que permanecem entre bancos dianteiros, como no C3 hatch. No C4 Cactus, ficam nas portas.
O C4 Cactus ficará a salvo por alguns anos graças à contenção de custos, que é regra na nova família de compactos da Citroën, chamada C-Cubed, que, de acordo com o site Autos Segredos, será complementada por um SUV cupê à moda do Fiat Fastback em 2024.
A Citroën não repetiu o erro do C3 e instalou um novo quadro de instrumentos, uma tela colorida de sete polegadas semelhante a usada pelos Fiat Pulse, Fastback e Toro, com conta-giros. Mas as unidades pré-série apresentadas simultaneamente no Brasil e na Índia ainda não tinham chave-canivete. Tomara que isso não avance para a produção.
C3 Aircross de sete lugares será coringa entre os SUVs
Na faixa dos R$ 140.000, dificilmente alguém teria um dilema entre a potência do C4 Cactus THP e a terceira fileira de bancos do novo C3 Aircross, e a Citroën está confiante nessa diferença de públicos. Seu novo SUV, por sinal, será o único entre os compactos com sete lugares.
Já se sabe que quem viajar na terceira fileira de bancos terá porta-copos e duas portas USB (totalizando cinco) dedicadas, além do vento enviado pelo curioso ventilador no teto, instalado atrás dos encostos traseiros, que suga o ar daquela região e joga para a terceira fila
Não dá para esperar que adultos encontrem conforto nos assentos do fundão, pois o espaço para as pernas e a altura dos assentos são pequenos. O que a Citroën já adiantou é que os dois assentos traseiros são facilmente removíveis, e de forma independente. Então quem comprar o carro de sete lugares também poderá usar os 489 litros de porta-malas, como nos carros cinco lugares. Ou mesmo ter algum espaço de mala quando levar apenas seis pessoas.