Radar RD6: picape elétrica anti-Hilux tem lançamento no Brasil confirmado
Exclusivo: picape elétrica com plataforma de Volvo terá versões com até 428 cv e já desembarcou no Brasil para os primeiros testes
O primeiro lote da picape elétrica Radar RD6 desembarcou no Brasil na última semana. São as seis primeiras unidades que serão usadas em testes para tropicalização e homologação do modelo no Brasil. A intenção é lançar picape em versões com tração traseira e 4×4 no Brasil ainda em 2024.
A Radar é uma nova marca do Grupo Geely – dono da Volvo, da Zeekr e da Smart – criada em 2022. Seu primeiro e único modelo (por enquanto) é a Radar RD6, uma picape elétrica com trejeitos de Fiat Toro e Ford Maverick, mas porte de Toyota Hilux.
Em dezembro, QUATRO RODAS publicou, com exclusividade, que havia estudos para o início das operações da Radar no Brasil.
Agora sabemos que quem está por trás da operação no Brasil é a Timber, empresa do Grupo Rodoparaná que comercializa máquinas e veículos pesados das marcas Ponsse (finlandesa) e Sany (chinesa).
Ainda não está decidido se a picape RD6 será vendida com a marca Radar ou Riddara – como também é conhecida em alguns mercados internacionais. Na dúvida, as unidades enviadas para o Brasil têm logotipos da Geely.
Radar é uma palavra do nosso vocabulário, mas neste caso é usada como um acrônimo de “Rational Alone Discovery Accompany Romantic”, ou “Racional Sozinho Descoberta Acompanha Romântico” na tradução literal. Simplesmente não faz sentido.
Nas próximas semanas, engenheiros da Timber serão enviados para a Costa Rica com o objetivo de ter treinamentos sobre peças, serviços e processos de garantia. A operação para o Brasil prevê pontos de vendas exclusivos em locais estratégicos e a homologação de oficinas para serviços de manutenção.
Como é a Radar RD6?
A Radar RD6 tem 5,26 m de comprimento, 1,90 m de largura, 1,83 de altura e distância entre-eixos de 3,12 m. Logo, ela chega a ser 20 cm mais comprida que uma Ford Maverick e fica mais próxima da Toyota Hilux, que é uma picape média com comprimento de 5,23 m.
Contudo, como Toro e Maverick, a RD6 é monobloco: usa a plataforma SEA, a mesma do Volvo EX30 e do Zeekr X, mas em uma variação destinada a veículos comerciais elétricos.
Isso faz todo o sentido. A proposta no mercado chinês é de uma picape versátil e voltada para o público jovem dos grandes centros urbanos, mas que gosta de ir ao campo ou à praia nos finais de semana. Não é muito diferente das picapes monobloco vendidas no Brasil.
Estas primeiras unidades que chegaram ao Brasil na última semana têm apenas um motor traseiro com 272 cv e 39,71 kgfm. A autonomia varia de acordo com a bateria: a menor tem 63 kWh e garante 400 km de alcance. Acima dela há a intermediária de 86 kWh e 500 km de autonomia. Por último, a maior tem 100 kWh e permite a picape rodar por até 632 km com apenas uma carga. Aceitam recarga a uma potência de até 120 kW.
A Radar RD6 4×4 tem dois motores e foi lançada com a linha 2024. Soma 428 cv e 60 kgfm, e vai de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos – um avanço e tanto frente aos 6,9 s da versão de 272 cv. A velocidade máxima é de 190 km/h. A capacidade de carga é de 865 kg, enquanto a caçamba tem 1.200 litros de capacidade volumétrica.
Design da Radar RD6
Em questão de visual, a Radar RD6 é bem moderna e deve agradar ao consumidor brasileiro. Sem muita extravagância, a dianteira é simples, com faróis finos, uma grade falsa estreita e com um friso que integra os DLRs em forma de C.
A versão 4×4 tem algumas mudanças sutis, como a marca “RADAR” tomando todo o espaço da grade dianteira (na 4×2 existe uma barra iluminada atravessando a frente), enquanto na tampa traseira há um emblema 4WD mais discreto, mas mantém a fina lanterna atravessando toda a tampa da caçamba.
Por dentro a Geely não inovou e reproduziu o interior do seu SUV Haoyue. Isso não é ruim, já que a cabine tem aspecto moderno e condiz com a realidade da picape, de ser um veículo mais voltado para a cidade do que para o trabalho pesado. Há duas telas de 12,3’’ e iluminação ambiente de 72 cores, ar-condicionado e interação por voz.
Atrás, destaque para as saídas de ar-condicionado e para a possibilidade de levantar o assento para transportar caixas ou itens mais sensíveis.
Ela também está equipada com acabamento em couro sintético, bancos dianteiros elétricos, auto-hold e controle de descida em rampa. Na dianteira há um ‘frunk’ de 70 litros, enquanto a caçamba tem diversas tomadas de diferentes padrões que, segundo a marca, podem alimentar até 5 ar-condicionados domésticos de uma vez – a função V2L tem 6,6 kW de potência máxima na versão com tração dianteira e até 21 kW na 4×4.
Para segurança, a RD6 tem airbags frontais duplos, laterais e de cortina, alerta de ponto cego, controle de cruzeiro, aviso de saída de faixa, aviso de colisão dianteira e traseira, assistência de troca de faixa, frenagem autônoma de emergência e reconhecimento de sinais de trânsito. Há também câmera de ré e visão de 360 graus, que está reservada para as versões topo de linha, assim como boa parte dos ADAS.