Aceleramos buggy de R$ 90.000 feito todo com mecânica de Chevrolet Onix
Buggy Jay Jay herda toda a mecânica e peças de acabamento do carro mais vendido do país, mas também tem uma pitada de Audi
Inaugurado há 50 anos, o segmento dos buggies nacionais viveu seu auge nas décadas de 70 e 80, pegando carona na popularidade do VW Fusca.
A ideia se repete no Jay Jay, veículo recreacional desenvolvido pela K2 Concept sobre a mecânica do Chevrolet Onix.
Nossa reportagem teve a oportunidade de colher as primeiras impressões do modelo, que é definido pela empresa paulistana como um “fun activity vehicle”, similar em conceito a clássicos do passado como o Mini Moke e Citroën Méhari.
“Não temos pretensão de disputar espaço nas praias nordestinas”, diz uma fonte responsável pela homologação do modelo, que ainda não pode falar oficialmente. “Nosso objetivo é oferecer diversão e conforto em cidades litorâneas e estâncias turísticas a partir de uma mecânica confiável e de fácil manutenção fácil”, completa.
Como boa parte dos buggies, o Jay Jay usa chassi tubular e carroceria em plástico reforçado com fibra de vidro.
A novidade fica por conta dos componentes da GM: motores (1.0 e 1.4 quatro-cilindros flex), câmbio (manual de seis marchas), suspensão (McPherson e eixo de torção), freios (discos ventilados na dianteira e tambores na traseira) e até a direção elétrica vêm do Onix.
O bom vão livre do solo é resultado das enormes rodas de 18 polegadas, que funcionam surpreendentemente bem em pisos irregulares.
A distância entre os eixos foi encurtada em 13 cm com relação ao Onix, indo a 2,40 metros. Isso aumenta o ângulo ventral, aprimora a transposição de obstáculos e, consequentemente, o torna mais ágil em manobras.
O curso das suspensões deveria ser maior, mas no estágio atual garante boa estabilidade no asfalto e conforto em estradas sem pavimentação.
Em contrapartida, o diferencial sem bloqueio acentua a baixa aderência da tração dianteira em pisos não asfaltados.
QUATRO RODAS experimentou as duas opções de motor. A configuração 1.4 flex de 106 cv e 13,9 mkgf com etanol é bastante aceitável para as atribuições do modelo, mas a 1.0 de 80 cv e 9,8 mkgf se mostra fraca.
Capaz de acomodar quatro ocupantes, o Jay Jay traz um pequeno porta-malas traseiro (cujo volume não é divulgado) e resgata uma ideia dos buggies Kadron dos anos 70: a capota rígida.
Também se diferencia por opcionais incomuns nesse tipo de veículo, como ar-condicionado e vidros laterais com acionamento elétrico.
Mesmo sem preço oficial definido, nossas apurações indicam que a versão básica com motor 1.0 ficará por volta de R$ 90.000.
As vendas, promete a fabricante, devem começar em algum momento de 2020, mas o modelo ainda se encontra em homologação.
Resta saber se, a esses preços, a empresa conseguirá convencer o consumidor a escolher o Jay Jay e não uma opção mais aventureira, como um Suzuki Jimny 4Sport Desert, ou urbana, como um Jeep Renegade Sport.
Ficha técnica – Jay Jay
- Motor 1.0: flex, diant., transv., 4 cil., 8V, 999 cm³, 80/78 cv a 6.400 rpm, 13,9/13 mkgf a 4.800 rpm
- Motor 1.4: flex, diant., transv., 4 cil., 8V, 1.389 cm³, 106/98 cv a 6.000 rpm, 9,8/9,5 mkgf a 5.200 rpm
- Câmbio: manual, seis marchas, tração dianteira
- Direção: elétrica
- Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
- Freios: discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.)
- Dimensões: comprimento, 363 cm; largura, 181 cm; altura, 165 cm; entre-eixos, 240 cm; porta-malas, n/d; peso: n/d; tanque de combustível, 54 l