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Mercedes-AMG GT 63 S: o canhão, agora, em versão quatro portas

Aceleramos o sedã esportivo que foi feito para as família (e orçamentos) que cresceram tanto quanto a paixão pela velocidade

Por Péricles Malheiros
Atualizado em 26 set 2018, 14h10 - Publicado em 25 set 2018, 22h00
Mercedes-AMG GT 63 S: o canhão, agora, em versão quatro portas
Ele é cheio de luxo, é verdade. Mas é na pista que ele mostra do que é capaz (Divulgação/Mercedes-Benz)

Não dá pra negar: o AMG GT com quatro portas é a resposta da Mercedes ao sucesso do Porsche Panamera.

QUATRO RODAS foi até o Circuito das Américas, em Austin, Texas, nos Estados Unidos, para conhecer a versão top de linha 63 S, a mais cotada para ser vendida no Brasil, a partir do Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro – as primeiras entregas, no entanto, só acontecerão no primeiro trimestre de 2019.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
No Brasil, as rodas aro 21, forjadas, serão de série (Divulgação/Mercedes-Benz)

O porte impressiona: são 5,05 metros de comprimento, ou seja, 35 cm maior que um Toyota SW4. O Panamera tem os mesmos 5,05 metros – viu como eles são concorrentes?

Outro ponto comum entre os sedãs-cupês alemães de alto desempenho está na solução de estilo da área envidraçada.

Ambos apresentam um vidro bipartido na porta traseira acompanhado de uma terceira peça, fixada na coluna C.

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Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Linha do teto: da coluna A ao extremo da traseira (Divulgação/Mercedes-Benz)

Todo o desenho do perfil, como não poderia deixar de ser, é bastante parecido com a linha de teto se estendendo da coluna A até a extremidade traseira, incorporando a tampa do porta-malas.

Não espere encontrar neste lançamento da Mercedes uma simples versão quatro portas adaptada do AMG GT.

Toda a estrutura foi trabalhada do zero para garantir máxima segurança e, claro, performance invejável.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Faróis de led estão no Pacote Brasil de equipamentos (Divulgação/Mercedes-Benz)
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A busca pelo maior índice de rigidez torcional e ideal distribuição de peso entre os eixos, levou a algumas medidas extremas.

A cuba traseira que abriga boa parte das centrais eletrônicas do carro e as torres dos amortecedores dianteiros, por exemplo, são de alumínio.

A aplicação do mesmo material na parede estrutural montada atrás do banco traseiro chegou a ser estudada, mas, por conta do peso ainda mais reduzido, a marca optou por uma placa de fibra de carbono. O peso declarado do carro é de 2.045 kg.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Console central é diferente do cupê de duas portas (Divulgação/Mercedes-Benz)
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Como não poderia deixar de ser, o AMG GT 63 S tem o melhor powertrain da casa. O V8 4.0 biturbo com injeção direta de combustível e 32 válvulas é uma usina de avassaladores 639 cavalos de potência e 91,8 mkgf de torque.

De acordo com a marca, o esportivo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos, podendo atingir 315 km/h de velocidade máxima. Mas o que mais impressiona não é somente o que ele faz, mas como ele faz.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
V8 biturbo com descomunais 639 cavalos de potência (Divulgação/Mercedes-Benz)

Na cola do ex-piloto de Fórmula 1 e tricampeão de DTM, Bernd Schneider, tomei contato com o Circuito das Américas, a pista onde é realizada a etapa americana de Fórmula 1.

Daríamos quatro voltas: uma de reconhecimento, duas lançadas e mais uma de resfriamento do equipamento e retorno para os boxes.

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Felizmente, Schneider estava animado. Antes mesmo do final da primeira volta, pelo rádio, ele me guiava: “A partir de agora, continue acelerando tudo, por três curvas, sem aliviar o pé”.

Quem era eu para desobedecer? Foi aí que me senti, de fato, encaixado no carro, como se diz no automobilismo.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Para-lamas traseiros largos lembram os Porsche (Divulgação/Mercedes-Benz)

Com o modo Race selecionado, o GT 63 S é comunicativo ao extremo. Reativo, contorna curvas com uma capacidade assustadora.

Ao mesmo tempo, transmite uma sensação de segurança que me permitiu, a cada volta, estender meu próprio limite.

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Na última volta quente, já estava familiarizado a ponto de brincar com pedais e volante, dando pé nas saídas de curva para, em seguida, girar o volante no sentido oposto.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Perfil cupê lembra o Porsche Panamera (Divulgação/Mercedes-Benz)

Lógico que toda essa diversão não é mérito apenas do motor com potência e torque brutais. A transmissão é baseada numa caixa automática de nove marchas, com distribuição de tração nas quatro rodas.

Rápida e assistida eletronicamente, ela funciona com absurda precisão independentemente do modo de condução do motorista.

Pise leve e as marchas são trocadas em torno de 1.500 rpm, com foco no silêncio e na economia de combustível.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Supertelas de alta definição: todas as informações são digitais (Divulgação/Mercedes-Benz)

Ative o modo Race e entenda o que é ter nas mãos um AMG de sangue quente. Motor, câmbio, controle de estabilidade, direção, suspensão e distribuição de tração passam a ser gerenciados eletronicamente de modo a priorizar a alta performance.

A suspensão pneumática, geralmente preterida para o uso na pista por conta das reações lentas, trabalha com excelência. Amortecedores e molas pneumáticas entregam o melhor de dois mundos opostos.

Suave e confortável nos modos mais pacatos e rígida e instantânea sob tocada esportiva.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Botões no volante são minitelas de atalho programáveis (Divulgação/Mercedes-Benz)

Só depois de retornar aos boxes, lembrei que além do lado exterior e da parte técnica, o AMG GT quatro portas – assim como qualquer outro carro – tem também a parte de dentro. E quanta beleza interior!

Equipamentos analógicos não tiveram vez neste projeto. Tudo é digital. Você até pode optar por um layout com ponteiros, mas os mostradores serão representados em uma das duas telas de alta definição.

A configuração do pacote Brasil de equipamentos é bastante generosa, o que significa que o nosso AMG GT quatro portas será bastante parecido com o modelo testado em Austin e que ilustra essa matéria.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Bancos dão bom suporte na pista e garantem conforto fora dela (Divulgação/Mercedes-Benz)

No painel, um aplique de fibra de carbono com resina de alto brilho oculta em sua parte inferior um sistema de iluminação por leds coloridos: calma, o roxo que aparece nas fotos é apenas uma das cores disponíveis.

Os difusores de ventilação (quatro centrais e um em cada extremo do painel) também são iluminados.

O volante com base reta eleva o conceito de multifuncionalidade ao extremo: praticamente todos os sistemas do AMG GT podem ser configurados sem que o piloto desvie a atenção da pista.

No console central, uma base sensível ao toque também permite a operação pelos principais recursos do carro.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Assim como os faróis, as lanternas são de led (Divulgação/Mercedes-Benz)

Os bancos são tão versáteis quanto o carro em si. Em nenhum momento do test-drive na pista de corrida senti falta de apoio lateral e, ainda assim, são tão confortáveis e repletos de ajustes quanto o banco de uma classe executiva de avião.

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
Aerofólio tem acionamento automático indexado à velocidade (Divulgação/Mercedes-Benz)

Atrás, o nível de espaço é menor do que o esperado para um carro desse porte. Por conta da longa queda da linha do teto, o banco fica em posição baixa e um tanto avançada em direção ao centro. Adivinhe? O Panamera sofre da mesma limitação.

Se você vai visitar o Salão do Automóvel e não quer ser pego de surpresa, já sabe: reserve R$ 1.084.900 e bom negócio!

Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC
AMG GT: quatro portas e tamanho família (Divulgação/Mercedes-Benz)
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