Em setembro, a SsangYong anunciou seu retorno ao Brasil. Dois anos ausente do mercado, a coreana SsangYong prepara sua volta para meados de 2018, com quatro modelos: dois inéditos, Tivoli e XLV, e dois já conhecidos do mercado, Korando e Actyon Sports – apresentados aqui em uma avant-première antecipada, organizada por seu novo parceiro no país (o Grupo Venko, que já foi representante das chinesas Chery e Rely).
Esse retorno pode ser creditado ao fim do Inovar-Auto (2012-2017), programa de incentivo do governo que impôs dificuldades para os veículos importados.
No novo regime, com os impostos provavelmente reduzidos, a SsangYong pretende vender 3.000 unidades em 2018. Para isso, o diretor comercial Marcelo Fevereiro informa que a marca já tem 15 concessionárias nomeadas e pretende chegar a 50 pontos até o fim do ano.
Essas revendas vão atender não só os novos clientes mas também os antigos, que já possuem modelos da marca. .
Tivoli 1.6 16V
Os preços ainda não foram divulgados, mas dá para cravar que este será o SsangYong mais barato já oferecido no Brasil.
O objetivo é entrar no segmento mais efervescente do mercado nacional, o dos SUVs compactos, desafiando HR-V, Renegade, Creta e Kicks – o que projeta preços na faixa de R$ 80.000.
O nome é italiano e o design também tem traços dessa nacionalidade. A explicação é que a SsangYong e o estúdio italiano Pininfarina pertencem ao mesmo grupo: a gigante indiana Mahindra.
Em relação ao espaço interno e à posição de dirigir, ele está mais para o Kicks. Mas em matéria de desempenho (contido), ele se assemelha ao Renegade, já que é preciso subir bastante o giro do motor 1.6 para movimentar seus 1.300 kg. Até o câmbio automático é o mesmo do Jeep (Aisin de seis marchas, com trocas manuais por tecla na alavanca).
O melhor do Tivoli é o espaço interno, tanto para pernas, como para ombros e cabeça. O porta-malas, de 423 litros, é razoável, mas esconde nichos sob o tampão, além do estepe de tamanho inferior ao das rodas.
O acabamento agrada à primeira vista, assim como o pacote de equipamentos (direção elétrica com três modos de regulagem), start-stop, bancos de couro, chave presencial e ar digital dual zone. Vamos aguardar os preços.
Ficha técnica
Motor: gasolina, 4 cilindros, 1.6, 16V, 128 cv a 6.000 rpm, 16 mkgf a 4.600 rpm
Câmbio: automático de 6 marchas
Suspensão: McPherson (diant.), eixo rígido (tras.)
Freios: discos nas quatro rodas
Direção: elétrica
Rodas e pneus: 215/45 R18
Dimensões: 420 cm x 180 cm x 160 cm; 260 cm (entre-eixos)
XLV 1.6 16V
Qualquer semelhança com o Tivoli não é mera coincidência. Ele nada mais é que uma versão família do compacto, chamado de Tivoli XLV na Europa. Aqui será só XLV, sigla para Exciting Lifestyle Vehicle.
O alongamento da traseira deixou o visual mais imponente. E a possibilidade de ter o teto de cor diferente contribui com o estilo. A marca define o XLV como um misto de SUV e perua.
Uma pena que ele não tenha mantido a terceira fileira de bancos, como no conceito exibido no Salão de Frankfurt de 2015. Em compensação, o porta-malas, de 720 litros, é um salão de festas.
O conjunto mecânico é o mesmo do Tivoli. E isso é um problema, pois o XLV é mais pesado, sem contar que carrega mais bagagem. Dependendo de quanto o motorista exige do acelerador, o giro sobe a 6.000 rpm e o ruído invade a cabine – que, por sorte, prima pelo bom isolamento acústico.
Em subidas, as reduções são constantes, algo que a seleção de modo Sport ou Comfort da transmissão automática ameniza – há um terceiro modo (Winter), para pisos escorregadios.
O interior traz acabamento mais refinado que o do Tivoli, com poucos plásticos. E o nível de equipamentos é generoso, com seis airbags, ESP e assistente de partida em rampas.
A ideia aqui é brigar com as versões topo de linha dos SUVs compactos. O preço estimado é de R$ 100.000.
Ficha técnica
Motor: gasolina, 4 cilindros, 1.6, 16V, 128 cv a 6.000 rpm, 16 mkgf a 4.600 rpm
Câmbio: automática de 6 marchas
Suspensão: McPherson (diant.), eixo rígido (tras.)
Freios: discos nas quatro rodas
Direção: elétrica
Rodas e pneus: 215/45 R18
Dimensões: 440 cm x 180 cm x 164 cm; 260 cm (entre-eixos)
Korando 4×4 TD
Este SUV médio (ele tem o porte de um Jeep Compass) é um dos remanescentes da fase anterior da marca no Brasil.
Lançado em 2010, com design assinado pelo italinao Giorgetto Giugiaro, ele remete a uma fase de transição na SsangYong, com maiores preocupações estéticas, de qualidade e de conteúdo.
Reestilizado em 2014, ele ainda não se beneficiou dos fortes investimentos feitos pela Mahindra, como no caso da dupla Tivoli e XLV. Mas tem seus atrativos, com destaque para a robustez e para a força do motor turbodiesel 2.2 Euro VI (de baixa emissão e alta economia), de 178 cv.
A suspensão trabalha bem para manter o conforto na cabine, onde o silêncio impera. A tração é AWD (integral sob demanda), com possibilidade de bloquear o diferencial central 50/50 por meio de uma tecla ao lado do volante.
Apesar de ser um modelo mais caro, que vai se posicionar contra o Jeep Compass diesel, na faixa dos R$ 140.000, o Korando não tem um interior tão bonito e bem-acabado como o XLV.
Mas não economiza em recursos de comodidade, como revestimento que imita couro, bancos com regulagem elétrica, tela central de 7 polegadas, ar digital, chave presencial, sistema start-stop, assistente de partida em rampa, entre outros itens. Mas, em segurança, falha ao não oferecer mais que os obrigatórios airbags dianteiros.
Ficha técnica
Motor: diesel, 2.2 turbo, 178 cv a 4.000 rpm, 41 mkgf a 1.400 rpm
Câmbio: automática de 6 marchas
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: discos nas quatro rodas
Direção: elétrica
Rodas e pneus: 225/55 R18
Dimensões: 441 cm x 183 cm x 171 cm; 265 cm (entre-eixos)
Actyon Sports 2.2
São muitas as similaridades dessa picape média cabine dupla com o SUV Korando. Os dois foram reestilizados pelo estúdio Giugiaro. Ambos já estavam à venda no Brasil quando da falência do antigo importador, há dois anos.
E ambos trocaram o velho motor turbodiesel italiano 2.0 de 155 cv por um novo bloco coreano 2.2 de 178 cv, feito para atender às mais rigorosas leis de emissão europeias.
A grande diferença, além da caçamba, é que a Actyon Sports usa carroceria sobre chassi, enquanto o Korando é monobloco. A vantagem para a picape é a maior robustez para enfrentar terrenos acidentados, mesmo com os possíveis 720 kg no lombo.
A desvantagem é que ela saltita um pouco mais, bem ao estilo das rivais que ela quer enfrentar, como S10, Ranger e Hilux na faixa dos R$ 140.000.
O câmbio é o mesmo automático de seis marchas do restante da gama. Mas ele trabalha com um sistema de tração 4WD que permite selecionar (num botão no console) entre 4×2, 4×4 ou 4×4 reduzida.
Assim como seus irmãos de caráter mais urbano, a picape impressiona pelo silêncio a bordo e pela suavidade do novo propulsor.
O espaço é razoável, mas não dá para esperar milagres nos bancos traseiros, sobretudo para as pernas. A unidade avaliada tinha teto solar, ar digital, luzes diurnas com leds, start-stop, ESP e assistente de partida em rampas.
Ficha técnica
Motor: diesel, 2.2 turbo, 178 cv a 4.000 rpm, 41 mkgf a 1.400 rpm
Câmbio: automática de 6 marchas
Suspensão: duplo A (diant.), eixo rígido (tras.)
Freios: discos
Direção: hidráulica
Rodas e pneus: 225/60 R18
Dimensões: 499 cm x 191 cm x 179 cm; 306 cm (entre-eixos)