BMW X3 M50 é híbrido de quase 400 cv e não abandona o seis cilindros turbo
Versão com assinatura da Motorsport tem quase 400 cv e será a primeira a ser lançada no Brasil, ainda em fevereiro

O novo BMW X3 está chegando ao Brasil, mas já tivemos a oportunidade de dirigir a versão de estreia da reestilização do SUV nos Estados Unidos, onde é fabricado. O novo X3 M50 será, ao que tudo indica, a versão mais potente disponível pelos próximo anos e terá a responsabilidade de lançar esse visual modernizado e, em certos aspectos, excêntrico.
O novo X3 M50 representa um equilíbrio entre as configurações mais acessíveis, que também já dirigimos e chegam depois, e o extinto X3 M – que era quase um M3 em versão SUV. Esta nova versão substitui o antigo M40 com otimizações no mesmo motor seis cilindros 3.0 turbo.

Sempre há o que melhorar. Para quem gosta de detalhes, a nova receita tem virabrequim mais robusto, novos dutos de óleo, ajuste nos eixos de comando e ainda refinaram a admissão, a injeção, otimizaram o efeito do turbocompressor e também deram um jeito de resfriar melhor o ar admitido. Tudo isso para render 11 cv e 4 kgfm extras, enquanto uma outra turma da engenharia instalou o sistema híbrido leve de 48 volts, com o motor elétrico integrado à transmissão automática de oito velocidades. O equilíbrio entre desempenho e emissões, afinal, também importa.
Ao todo, essa versão entrega 398 cv a 6.250 rpm e 55 kgfm entre 1.800 e 4.800 rpm, com a promessa de chegar aos 100 km/h em 4,4 segundos (0,1 s mais cedo) e à máxima limitada em 250 km/h. Usando o sistema híbrido leve e com o motor trabalhando em ciclo Miller nas situações onde o desempenho não importa tanto, também é de se esperar alguma melhora no consumo de gasolina.

A atualização do visual, por sua vez, é significativa. A frente é mais vertical, os faróis são quase triangulares, há um baixo relevo que acomoda o logotipo da BMW no capô e isso deixa o carro mais impactante. A traseira partiu para um estilo já visto nos X1 e X2, com o logotipo em alto relevo em uma tampa traseira afundada, que dá destaque ao vidro traseiro e ao para-choque. Isso só foi possível poque a placa foi deslocada para o para-choque. Está diferente, mas não desagrada.

A cabine incentiva a chamar este BMW X3 de nova geração, porque é tão diferente que pode até chocar quem estava acostumado com o antigo. Isso porque este SUV ainda não tinha o volante de base quase reta ou o quadro de instrumentos e a central multimídia integrados, e avançou para isso no mesmo momento em que a BMW opta por esconder as saídas de ar condicionado e seus comandos em meio a barras retroiluminadas. Se por um lado simplifica o visual, por outro pode chocar os mais conservadores.

A iluminação está nas portas, sob as telas e ao redor do console central e tem iluminação configurável. Pode até combinar os tons vermelho e azul da Motorsport. E dá para dizer que as portas fazem parte do painel. As saídas de ar laterais estão no painel, mas o comando que abre o fluxo de ar é elétrico e fica nas portas: é tátil, é só passar o dedo. Ainda é melhor do que ter que fazer esse comando na tela…

Se há diferenças nas dimensões por fora, por dentro o espaço é o mesmo de antes, inclusive com o túnel central elevado que envolve o cardã, o que garante a tração integral. Quem vai atrás tem apoio de braço central e a própria zona de temperatura para as saídas de ar dedicadas.

Alma de esportivo

Por mais que seja um SUV, o X3 tem quase 400 cv e uma boa preparação. A partida por meio do motor elétrico é mais suave, mas o seis cilindros acorda com um ronco bem especial e encorpado. As quatro saídas de escape são funcionais e evidenciam a participação da divisão Motorsport no projeto.
O que realmente conquista no X3 M5O é a dinâmica. O fato de não ser tão extremo (o X3 M tinha 510 cv, afinal), permite que o SUV transite bem entre os modos de funcionamento mais pacatos e mais esportivos. As respostas do motor e do câmbio ficam surpreendentemente rápidas no modo Sport e o carro pode se transformar para adequar-se a isso.

Também há intervenções da Motorsport na suspensão adaptativa, no sistema de freios (com pinças vermelhas ou azuis) e na direção com relação variável, ou seja, com resposta mais rápida no centro. Então, quando carro está mais bem disposto, também fica mais firme e preciso. É um esportivo que, infelizmente, está mais alto em relação ao solo. O fato de as bitolas estarem mais largas, em 2,5 cm na frente e 4,5 cm atrás vale para todas as versões, mas também reforça a vocação esportiva do M50.
A Motorsport também garante algum reforço no design, com as rodas específicas (neste caso, as de 21 polegadas opcionais), grade exclusiva com linhas horizontais e bordas serem iluminadas e muitos elementos com acabamento em preto brilhante, como a parte central do para-choque dianteiro e a base do traseiro.

Tudo bem que o design deixa evidente que este é um SUV especial, mas depois de tantas mudanças no visual e na cabine, o que realmente conquista é a dinâmica. Pelo menos nesse primeiro contato, enquanto o preço para o Brasil ainda não é conhecido. O lançamento oficial será na segunda metade de fevereiro e o preço deverá ficar ao redor dos R$ 600.000.