Sonho de uma noite verão (na verdade, de todos os dias também), os conversíveis são figuras carimbadas quando o calendário se aproxima desta época. Para que você já entre no clima, reunimos os dois mais recentes lançamentos nesse segmento. O Mercedes-Benz SLK é o mais novo. Ele chegou ao mercado em 2011. Mas o BMW Z4, que é de 2009, estreia este mês uma nova motorização, de quatro cilindros, seguindo o conceito downsizing que o rival já havia adotado. O Z4 sDrive 2.0i que aparece nas fotos foi emprestado pela fábrica, enquanto o Mercedes SLK 250 foi cedido pela loja independente Paíto Motors, da cidade de Araras, interior de São Paulo, uma vez que a Mercedes não dispunha do modelo na data em que precisávamos. Além das carrocerias, dos motores e da procedência alemã, os dois têm em comum os preços na mesma faixa. O Z4 custa 229 950 reais e o SLK sai por 236 500 reais, de acordo com as fábricas. Mas as semelhanças entre eles estacionam por aí, como você vai conferir a seguir.
A primeira diferença está no estilo. O design do Z4 é extravagante, com linhas elaboradas e atenção aos detalhes. O SLK, por sua vez, é discreto, com traços simples e limpos. O Z4 beira o exagero, mas tem conjunto mais harmonioso, enquanto o SLK é predominantemente plano, na dianteira, ganhando volumes mais arredondados na traseira. Por dentro, mesmo sendo as versões mais simples, ambos têm acabamento luxuoso, com uso de couro sintético e alumínio, entre outros materiais. As cabines, no entanto, também têm particularidades, cada um tem seu jeito de receber os ocupantes. Enquanto o Z4 oferece mais espaço para pernas e ombros, o SLK é , digamos, mais aconchegante. Mas o Z4 tem o volante ligeiramente deslocado para o centro do carro, o que faz o motorista se imaginar a bordo de um daqueles roadsters ingleses dos anos 50, como AC ou Triumph. Só faltou o volante fino e de diâmetro grande, raspando nos joelhos. Por sua vez, o Mercedes é o autêntico esportivo alemão atual, que acomoda o motorista perfeitamente alinhado.
Os dois são bem servidos de equipamentos, com itens como seis airbags, sistema eletrônico de estabilidade, ar-condicionado dual-zone, som, central multimídia, faróis de xenônio, rodas de liga leve e defletores de ar atrás dos encostos de cabeça, entre outros. Mas aqui também há diferenças. O volante multifuncional do BMW, por exemplo, traz como exclusividade teclas de acionamento do sistema de som e do recirculador de ar, relegando o piloto automático a uma alavanca secundária atrás do volante. No Mercedes, o cruise-control está em primeiro plano. Os botões dos ajustes elétricos do banco do motorista também ficam em locais distintos. No Z4, estão na lateral do assento, no SLK, na porta. O Mercedes traz alguns itens exclusivos, como o Attention Assist (que detecta sinais de sonolência no motorista), o Neck-Pro (protetor de pescoço nas colisões traseiras), GPS e sensor de estacionamento.
Para abrir ou fechar o teto, os dois carros não levam mais que 20 segundos. Mas a operação deles é completamente diferente. O BMW tem duas teclas, uma para abrir, outra para fechar, localizadas no console. O Mercedes tem a alavanca única, que também fica no console, mas protegida por tampa. Mais curioso, porém, é a forma como os tetos se dividem e se encaixam nos porta-malas, cada um descrevendo uma coreografia própria.
Dirigir qualquer um deles é sempre uma satisfação, com ou sem teto. Mas, mais focados no conforto que na esportividade, eles não são o tipo de carro para dirigir com a faca entre os dentes e sim para viajar relaxado, integrando-se à paisagem, diferentemente de superesportivos como o Mercedes SLS AMG, por exemplo. Para quem gosta de emoções mais fortes, no entanto, o Z4 conta com ajuste do comportamento dinâmico, em três níveis: Comfort, Sport e Sport Plus. O sistema Driving Experience controla transmissão, suspensão e motor. No SLK, há regulagens apenas para o câmbio, em três níveis: Efficient, Comfort e Sport.
Na pista de testes, o BMW apresentou rendimento ligeiramente melhor. Nas provas de aceleração, de 0 a 100km/h, o Z4 ficou com o tempo de 7,6 segundos, enquanto o SLK conseguiu 7,8. E o Z4 fez isso gastando menos combustível: ele fez as médias de 10,7 km/l na cidade e 16,6 km/l na estrada, contra 9,1 e 13,4 km/l, respectivamente, do SLK.
A descrição dos motores é semelhante: quatro cilindros, injeção direta e turbocompressor. O BMW é 2.0 e gera 184 cv de potência e 27,5 mkgf de torque, enquanto o Mercedes é 1.8 e rende 204 cv e 31,6 mkgf. Na transmissão, o Z4 traz câmbio de oito marchas e o SLK, de sete.
A disputa foi apertada, mas o Z4 se cobre de glórias por pequena vantagem em itens como preço, design, equipamentos e rendimento na pista.
Mercedes-Benz SLK250 DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção é precisa e a suspensão, firme, apesar de confortável. Percorreu distâncias maiores nas frenagens.
★★★☆
MOTOR E CÂMBIO
Graças ao câmbio mais rápido, saiu-se melhor nas retomadas de velocidade.
★★★☆
CARROCERIA
Boa rigidez torcional, bom padrão de acabamento, mas faltou harmonia ao design.
★★★☆
VIDA A BORDO
A posição de dirigir e a ergonomia são perfeitas.
★★★★
SEGURANÇA
Oferece seis airbags, ESP, Attention Assyst e Neck-Pro de série.
★★★★
SEU BOLSO
Tem garantia de dois anos, rede com 33 revendas e preço ligeiramente mais alto.
★★★
BMW Z4 sDrive 2.0i DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Freou melhor. A direção émaislentaea suspensão, confortável, mas tem amortecimento controlado.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
Apresentou ligeira vantagem nas provas de0a100km/h e de consumo.
★★★★
CARROCERIA
Apesar de mais antigo, o Z4 tem visual mais bonito. Empata com o rival na qualidade de acabamento e rigidez.
★★★☆
VIDA A BORDO
A posição de dirigir não é perfeita, mas a cabine do Z4 é mais espaçosa e sentar próximo ao eixo traseiro tem seu charme.
★★★★
SEGURANÇA
Tem seis airbags e ESP de série.
★★★☆
SEU BOLSO
Custa um pouco menos. Tem garantia de dois anos e rede com 35 concessionárias.
★★★
VEREDICTO
O SLK conta com equipamentos exclusivos, como o Attention Assist, e tem o câmbio mais rápido, que lhe garantiu tempos ligeiramente melhores nas retomadas, mas o Z4 teve rendimento (desempenho e consumo) superior e apresentou seus próprios diferenciais, como o sistema que ajusta o comportamento dinâmico.
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