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Citroën Ami é elétrico mais barato que Renault Kwid e dispensa CNH

Em versões de passageiros e de carga, pequeno elétrico é barato, fácil de dirigir e se apresenta como solução para pequenas distâncias

Por Paulo Campo Grande Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 fev 2023, 19h36 - Publicado em 25 mar 2022, 17h35
Citroën AMI
Carroceria de plástico azul (e preto no teto) dispensa pintura (Divulgação/Quatro Rodas)
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Carros são objetos lúdicos. Deve ser por isso que as pessoas sorriem ao se deparar com o Citroën Ami, um veículo cujas formas lembram um brinquedo infantil. Mês passado, lá estava ele entre diversos modelos elétricos e híbridos que a Stellantis reuniu para test-drive de jornalistas do mundo todo, os quais a empresa convidou para anunciar seu plano estratégico para os próximos anos.

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Alinhado a Jeep Compass, Fiat 500, Opel Astra e Peugeot 3008, o Ami chamava atenção. O roteiro de seu test-drive era o mais curto, o que é justificável, afinal suas baterias de 5,5 kWh são capazes de garantir uma autonomia de apenas 70 km, segundo a fábrica, e havia 40 jornalistas convidados.

O percurso ao redor do centro de eventos onde foi feita a apresentação da Stellantis, na cidade de Zaandam, na Holanda, tinha cerca de 3 quilômetros ida e volta, o que me obrigou a entrar na fila duas vezes.   

Citroën AMI
A abertura diferente permite que as portas sejam iguais (Divulgação/Quatro Rodas)

O Ami é um carro urbano para o que se convencionou chamar de “última milha”, ou seja: pequenas distâncias que pessoas precisam percorrer para ir a lugares em que os meios de transporte tradicionais não chegam, por falta de espaço ou circulação proibida.

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É o veículo ideal para serviços de delivery e carsharing. Na Europa, onde já é comercializado, ele é comparado a um scooter, dispensando carteira de motorista e pagamento para estacionar.

A Citroën não tem planos de vender o Ami no Brasil. Por aqui, ele teria problemas para ser homologado como automóvel, assim como ocorreu com outro elétrico, o Renault Twizy.

Citroën AMI
Baterias de 5,5 kWh garantem autonomia de 70 km e levam três horas para serem carregadas (Divulgação/Quatro Rodas)

Na Europa, o Ami é apresentado em duas versões: passeio e trabalho, com preço ao redor de 7.000 euros, cerca de R$ 42.000. A versão de passageiros tem dois lugares e a comercial traz apenas o banco do motorista e, ao lado, um baú de 260 litros (no porta-malas do VW Up! cabem 285 litros). A capacidade de carga, segundo a fábrica, é de 140 kg.

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O Ami mede 2,41 m de comprimento, por 1,39 m de largura e 1,52 m de altura e pesa apenas 485 kg. Esse peso-pena é graças à sua carroceria de plástico ABS, azulado para não precisar de pintura, e o chassi tubular (tubos de perfil quadrado com cerca de 2 cm de diâmetro, que ficam expostos em algumas partes).

Tudo foi pensado para reduzir peso (em favor da eficiência energética) e custos de produção. Por isso, as peças da dianteira e da traseira da carroceria são iguais. Só mudam as luzes.

Citroën AMI
Plugue fica na coluna da porta (Divulgação/Quatro Rodas)

Até as portas foram feitas pelos mesmos moldes. Assim, enquanto a do motorista é do tipo suicida, com abertura dianteira, a do passageiro é do tipo convencional, com abertura traseira. Na versão comercial, a porta do passageiro dá acesso ao baú de carga. 

A bordo, não há ar-condicionado (só aquecimento), sistema de som e nem airbags. O volante não tem ajuste nem de altura nem de profundidade. Os vidros são basculantes e os puxadores das portas usam tiras de tecido. O painel de cristal líquido exibe o essencial: velocidade, marcha usada, reserva de energia.

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Há vários compartimentos à frente do painel que juntos somam 63 litros de capacidade. O teto é de vidro, sem tela para barrar a luz em dias ensolarados.

Citroën AMI
Interior simples: sem airbags, mas cheio de porta-objetos (Divulgação/Quatro Rodas)

Dirigir o Ami é uma experiência curiosa. A posição do motorista se assemelha à de um carro comum. Mas o câmbio, com uma marcha à frente e uma ré, é acionado por teclas, localizadas ao lado do assento do motorista. A direção não tem assistência, mas não faz falta, porque o carro é leve.

E o sistema de freios também dispensa assistência, mas conta com regeneração de energia. A suspensão é dura. Os pneus 155/65 R14, porém, ajudam a tornar as viagens mais confortáveis.

Seu pequeno motor de 6 kW (8,15 cv) se esforça bastante, como se pode notar pelo seu nível de ruído a bordo, quando se pisa fundo no acelerador. Quem diz que carro elétrico é silencioso é porque sempre viajou em cabines com isolamento acústico eficiente de modelos mais caros, recurso inexistente no Ami.

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Citroën AMI
Na Europa pode ser dirigido sem carteira de motorista (Divulgação/Quatro Rodas)

Apesar do esforço e do barulho, a velocidade máxima é de 45 km/h, o que aconselha o motorista a não se aventurar em avenidas de grande movimento.    

O motor de corrente contínua fica instalado na dianteira, entre as rodas de tração. E as baterias de íons de lítio podem ser recarregadas em uma tomada doméstica comum. Segundo a fábrica, em uma tensão de 220 volts, a recarga leva três horas.

O Ami é simpático até no nome, que vem do Citroën Ami 6, um modelo lançado em 1961, e que quer dizer “amigo”, em francês. 

Veredicto

É uma solução para pequenas distâncias, na cidade, com conforto e segurança superiores aos de um scooter.

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Ficha Técnica – Citroën Ami

  • Preço: 7.390 euros
  • Motor: diant.; corrente contínua, 6 kW (8,15 cv); baterias de 5,5 kWh; autonomia, 70 km; tempo de recarga, 3 horas (220 V)
  • Câmbio: aut., 1 m., tração dianteira
  • Direção: pinhão e cremalheira; diâmetro de giro 7 m
  • Suspensão: n/d
  • Freios: regenerativos
  • Pneus: 155/65 R14
  • Carroceria: chassi tubular de aço e carroceria de plástico ABS
  • Dimensões: comprimento 241 cm; largura, 139 cm; altura, 152 cm; entre-eixos, n/d; peso, 485 kg; porta-malas, 260 l
  • Desempenho: velocidade máxima de 45 km/h

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