As cinquentinhas estão de volta – travestidas de ciclomotor – após décadas de recesso. A Dafra Super 50 tem cara e espírito de motocicleta. Custa 3400 reais, 200 a mais que a versão de 100 cc. Traz conta-giros de ponteiro e partida elétrica (mantém pedal).
O desempenho é exatamente o esperado para uma cinquentinha. De primeira a terceira marcha a coisa flui bem – claro, mantidas as proporções do aeromodelístico motor quatro-tempos com 0,28 mkgf de torque máximo a 4800 rpm e potência de 3 cv a 8400 rpm.
Ela é prevista para pilotos leves, calmos, sequiosos pelo máximo de economia (aferimos um bom consumo de 53,4 km/l), que habitem cidades planas e cuja rotina não inclua trechos rodoviários nem pistas expressas. Cumpriria com simpatia a proposta, não fosse um limitador eletrônico de rotação.
Adicionado a essa cinquentinha para conformá-la aos parâmetros de um ciclomotor, o limitador eletrônico é bem chato, impedindo que a motinho supere os 50 km/h. Ladeira abaixo, é impossível andar naturalmente, sem que o motor fique cortando.
A Dafra sacrificou a dirigibilidade de sua simpática 50 cc para acomodá-la aos parâmetros legais que a enquadram como ciclomotor. A assessoria de imprensa da marca afirma que em alguns municípios (cita Salvador) é permitido trafegar com ciclomotores sem que seja necessário licenciá-los. O enquadramento da Super 50 como ciclomotor é creditado a essa facilidade. A possibilidade existe: bicicletas motorizadas (mesmo elétricas) e ciclomotores têm, segundo pareceres jurídicos, brecha na lei que permite que seu licenciamento seja definido pelo município.
VEREDICTO
Para uso em cidades planas e distâncias curtas, é opção pela economia total.