Fiat Strada 2024 tem motor turbo e novo estilo inspirado em Toro e Pulse
Com 1.0 turbo flex de 130 cv e nova dianteira, Fiat Strada chega à linha 2024 com versão inédita, interior mais refinado e preço de R$ 132.990
Quando a atual geração da Fiat Strada foi lançada em 2020, a picape compacta já era um sucesso de vendas, mas passava longe de almejar a liderança no mercado. O êxito, entretanto, se tornou absoluto e, desde então, ela é rotineiramente o veículo mais vendido do Brasil.
É claro que a leitura de mercado influenciaria a concorrência, que, a exemplo da nova Chevrolet Montana, respondeu com opções mais espaçosas e com motor turbo. Em tréplica, a Fiat Strada 2024 chega às lojas com uma solução para a questão mecânica enquanto compensa o espaço inalterado com mais estilo e conforto.
Motor turbo
A grande novidade da linha 2024 é a introdução do motor 1.0 turbo flex, que havia sido adiantada por QUATRO RODAS no ano passado. O três cilindros estreou no Fiat Pulse e, atualmente, já equipa também o Fiat Fastback, com planos para, em breve, também ser ofertado nos Peugeot 208 e 2008.
A demanda por produção em larga escala na planta de Betim (MG) reduz custos. Ao mesmo tempo, o fato de ser o 1.0 mais potente do Brasil agrada a quase todos, afinal de contas uma Strada com 130 cv e 20,4 kgfm cobre tranquilamente todas as faixas de operação nas quais o 1.3 aspirado deixa a desejar.
Preços e versões da Fiat Strada 2024
Fiat Strada Endurance Cabine Simples 1.3 MT: R$ 100.990
Fiat Strada Freedom Cabine Simples 1.3 MT: R$ 106.990
Fiat Strada Freedom Cabine Dupla 1.3 MT: R$ 112.990
Fiat Strada Volcano Cabine Dupla 1.3 MT: R$ 114.990
Fiat Strada Volcano Cabine Dupla 1.3 CVT: R$ 120.990
Fiat Strada Ranch Cabine Dupla 1.0 Turbo CVT: R$ 132.990
Fiat Strada Ultra Cabine Dupla 1.0 Turbo CVT: R$ 132.990
Isso fica claro nos números de fábrica: a Strada turbinada vai de 0 a 100 km/h em 9,5 s, contra 11,2 s dos modelos aspirados. Mas a evolução é ainda mais notável ao volante, sendo perceptível o ganho nas retomadas em médias e altas velocidades. O câmbio CVT não é novidade, mas as sete marchas são melhor aproveitadas na nova configuração, permitindo desenvolvimento bem escalonado do carro e a manutenção de altas velocidades sem giros altos e muito barulho.
Mesmo assim, o consumo aumentou ligeiramente: segundo dados do Inmetro, com gasolina, a Strada 1.3 fazia 14,2 km/l (rodoviário) e 13,1 km/l (urbano). Já as versões inéditas marcam 13,2 km/l (rodoviário) e 12,1 km/l (urbano).
É justo frisar que é uma diferença pequena, que doerá pouco no bolso do comprador. Afinal de contas, o motor 1.0 turbo é exclusivo das duas versões de topo, as Fiat Strada Ranch e Fiat Strada Ultra, ambas vendidas por R$ 132.990 (preço estrategicamente posicionado entre as versões manuais e automáticas da Montana).
Estilo renovado
Só as duas também trazem a dianteira renovada. A Strada Ultra é uma adição à família da picape compacta, repetindo a versão que já existia na Fiat Toro. Não à toa, também vem da caminhonete maior a grade dianteira com padrão hexagonal, que destaca mais as novas entradas de ar, ligeiramente ampliadas.
O para-choque é totalmente novo, e ainda traz nichos dos faróis de neblina bem parecidos com os do Pulse. Ainda que as dimensões da carroceria sejam praticamente as mesmas, o diretor de marketing da Fiat, Hugo Domingues, destaca que o formato mais quadrado dá uma impressão da Strada ser maior, o que é corroborado ao vê-la pessoalmente.
A Strada Ranch já tinha assumido o topo de linha no final de 2021, estreando o CVT e trazendo acabamento ligeiramente melhor, com estética off-road. Agora ela ganha o mesmo visual da Ultra, com mudança perceptível só na faixa colorida na base da grade e nas rodas de aro 16, com um design exclusivo para cada versão.
Mas as novidades cessam aí: lateral e traseira da Strada seguem idênticos e, por trás, só é possível notar o “veneno” do modelo turbinado pelos emblemas que identificam a versão e a presença do novo propulsor.
Interior incrementado
A picape da Fiat também evoluiu por dentro, onde desagradava pelo excesso de plásticos duros e de acabamento pouco refinado. As portas da Strada Ultra, por exemplo, ganharam revestimento parcial em material que imita couro e que contrasta com as costuras vermelhas do tecido.
A mesma estratégia é adotada nos bancos, que estão mais confortáveis e, principalmente, mais largos na região dos ombros, além de contar com apoio de braço para o motorista — presente na Ranch desde seu lançamento.
O volante é o mesmo de Pulse e companhia, com empunhadura mais confortável e que realça a direção elétrica recalibrada, com comandos mais precisos e diretos. Ele também traz borboletas para trocas sequenciais além do botão Sport, que faz a transmissão priorizar rotações mais altas e deixa o carro ligeiramente empolgante em termos de aceleração.
Por outro lado, o espaço para teclas que não foram utilizadas lembram que o controle de cruzeiro segue inexistente. Em termos tecnológicos, também faltou evolução à central multimídia de 7” — com imagem e tamanho medianos — e ao quadro de instrumentos analógico, que pelo menos traz computador de bordo útil.
Um veículo melhor em geral
Em movimento, é notável o trabalho no conjunto de suspensão, que foi profundamente alterado para lidar com potência e torque extras, além do maior peso do motor 1.0.
O que logo faz diferença são os batentes hidráulicos dos amortecedores dianteiros, que impedem os baques secos ao cruzar uma lombada em alta velocidade. O fato de termos a Strada em Longa Duração também dá margem para ver a evolução da traseira, que mantém os feixes de mola mas está menos “solta” e se comportando de maneira parecida à de um carro de passeio.
Com os mesmo 650 kg de capacidade carga na caçamba, foi possível manter as virtudes de trabalho ao mesmo tempo que a caminhonete está mais “assentada” e confortável. Mas há deficiências que são inerentes à atual geração, e aí não há trabalho de engenharia que resolva.
Nada é tão incômodo na Strada quanto o espaço interno: um ocupante com mais de 1,80 m já raspará os joelhos no porta-luvas ao andar na carona dianteira, por mais que chegue o banco o mais para trás possível.
Na segunda fileira a situação é ainda mais crítica, e é quase impossível levar três adultos com conforto mínimo. Mesmo se houver apenas dois passageiros, as pernas irão apertadas e o apoio de braço atrapalhará o acesso à segunda entrada USB do veículo.
Se a questão espacial é cara ao comprador, as opções incluem pular o muro e recorrer à Montana ou inteirar mais R$ 14.000 e adquirir a Fiat Toro Endurance, de entrada. Por outro lado, o automóvel mais vendido do Brasil, em termos de equipamento e performance, passa a dever muito pouco ao “SUV com caçamba” da Chevrolet, e está melhor do que nunca.
Considerando o índice de acerto das leituras de mercado da Stellantis, é provável que a Fiat Strada 2024 siga um best seller, inclusive reforçando a migração de consumidores que nunca pensaram ter, numa caminhonete, a escolha ideal.
Ficha técnica da Fiat Strada Ultra 2024
Preço: R$ 132.990
Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12 V, 999 cm³, 125/130 cv a 5.750 rpm (gasolina/etanol), 20,4 kgfm a 1.750 rpm (G/E)
Câmbio: automático CVT, 7 marchas simuladas, tração dianteira
Direção: elétrica, 10,8 m (diâmetro de giro)
Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo rígido com feixe de molas (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 205/55 R16 ATR
Peso: 1.253 kg
Dimensões: comprimento, 444,8 cm; largura, 178,1 cm; altura, 160,1 cm; entre-eixos, 273,7 cm; caçamba, 844 litros; capacidade de carga, 650 kg