Foton Tunland é maior que Hilux e inova com motor híbrido a diesel
Picape chega em duas versões custando a partir de R$ 289.990 apostando em muito conforto na direção e bom acabamento desde a versão de entrada
A chinesa Foton Tunland está pavimentando o caminho para as picapes híbridas a diesel no Brasil. Ela chega em duas versões: V7 que custa R$ 289.990, e a V9 por R$ 309.990. Mesmo com eletrificação, elas não miram a BYD Shark, picape híbrida plug-in com motor a gasolina, mas sim os modelos mais tradicionais como Toyota Hilux e Ford Ranger.
Para agradar o cliente brasileiro, a Foton não quis inventar muito e trouxe o que esse público de picapes quer: um motor a diesel. As duas versões são equipadas com um 2.0 turbodiesel com a ajuda de um sistema híbrido leve de 48V da Bosch. Não é uma eletrificação robusta, pois só ajuda um pouco nas acelerações e no consumo. Mas, talvez, o principal ganho esteja em driblar o rodízio — no caso dos paulistanos — e em conseguir isenções e descontos no IPVA, dependendo do estado.
No total, o motor 2.0 turbodiesel gera 175 cv e 45,3 kgfm a 3.600 rpm. São números modestos, mas superior ao das Ford Ranger de entrada, com motor 2.0 de 170 cv e 41,3 kgfm, mas a também chinesa JAC Hunter tira 191 cv e 46,9 kgfm do seu 2.0.
As duas versões da Foton Tunland são equipadas com o mesmo câmbio automático de oito marchas da ZF, outra marca bem conhecida. É uma variação do câmbio que equipa as VW Amarok e Fiat Titano, por exemplo. É uma estratégia para aproximar o cliente, trazendo parceiros de renome, o que facilitará na manutenção.
De diferente, as versões trazem apenas a suspensão traseira. A V7 é um pouco — bem pouco — mais básica, por isso usa feixe de molas para aguentar o trabalho pesado. Já a V9 foca no conforto e tem molas helicoidais. Na dianteira, ambas são equipadas com suspensão independente do tipo duplo-a.
As duas pricapes também têm propostas distintas no design, mas com inspirações bem marcantes – e evidentes. É difícil não olhar para a dianteira da Tunland V9 e não ver uma Ram 1500 ou Rampage. Por outro lado, a Tunland V7 optou por faróis mais verticais, com finos LEDs no topo e nas extremidades. É uma configuração que se assemelha à Ford F-150.
Olhando para a traseira, ambas são exatamente iguais. As luzes principais são verticais e se juntam através de uma barra iluminada que corta o topo da tampa da caçamba, que por sua vez, traz o nome “Foton” estampado em letras bem grandes e chamativas. A peça preta que ocupa grande parte da tampa é extremamente exagerada.
Na cabine, não há diferenças no acabamento, com couro e materiais macios ao toque. O que mais surpreende, porém, é a grande quantidade de botões físicos para operar funções como o ar-condicionado (sempre de duas zonas) e outras funções do veículo. Em carros chineses, já nos acostumamos a ver um layout bem limpo, onde quase tudo se resolve na central multimídia – o que raramente é bom, diga-se.
Por falar nela, a central tem 14,6’’ tem um bom layout, mas apresentou uma navegação um tanto confusa e lenta em alguns momentos. O pior é que ela tem conectividade apenas com Apple CarPlay, deixando os usuários de Android órfãos.
O quadro de instrumentos é digital e tem 12,3’’. O mais interessante é que a tela é configurável em três partes: esquerda, direita e centro, cada um com suas telas pré-definidas, cabendo ao motorista escolher o que ele quer que apareça.
Há, também, três tipos de layouts distintos, mas só o clássico agradou, sendo mais tradicional e com uma configuração que facilita ver e interpretar as informações.
A terceira distinção entre as picapes é o pacote de equipamentos, em especial os ADAS. A Tunland V9 tem assistência semi-autônoma, trazendo assistente de permanência e centralização de faixa, frenagem autônoma de emergência, reconhecimento de placas de trânsito e piloto automático adaptativo com Stop & Go. Há também ventilação para os bancos dianteiros e teto solar panorâmico como exclusividade.
Porém, o que sobra de equipamentos é digno de carros de luxo e aparece nas duas versões. Há aquecimento para os bancos, carregador por indução para smartphones, revestimento premium para os bancos e volante, câmera de visão 360º com função de chassi transparente (mostra o que há abaixo do carro), sensores de ponto cego, 6 modos de condução (Normal, Eco, Lama, Neve, Sport, Areia), seis airbags, sensor de chuva, entre outros.
As semelhanças também aparecem no volante. Mesmo com feixe de molas na traseira, a Tunland V7 surpreendeu pelo conforto, mesmo no off-road, onde a tração 4X4 e caixa reduzida vieram muito bem a calhar, conseguindo tirar a picape de um atoleiro no caminho já castigado pelas chuvas constantes e pelos colegas que passaram primeiro. E tudo isso se repete para a versão V9, apesar do contato ter sido menor.
Mas o conforto chegou a ser excessivo. A direção leve é ótima para manobras, mas a falta de peso é ruim na estrada, assim como a suspensão mais macia. Faz parecer que a picape é menor, atrapalhando a percepção de porte da picape. São 5,61 m de comprimento, 2,09 m de largura e 1,95 m de altura e entre-eixos de 3,35 m, sendo maior que uma Hilux.
Um ponto positivo é o isolamento acústico. A Foton diz ter usado a expertise dos caminhões para levar o mínimo de ruído para a cabine das picapes. Pouco se escuta o vento, o pneu no asfalto e o motor turbodiesel. O motor, aliás, quase não passa vibração para os pedais. Porém, deixa a desejar quando o motorista exige um pouco mais de força, tanto pela demora em responder quanto pela falta de força, mesmo.
O consumo homologado, pela Foton, junto ao Inmetro não é nada impressionante para uma picape eletrificada: 8,7 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada, aquém das suas concorrentes, que não são híbridas.
Já à venda mesmo antes do lançamento oficial, a Foton Tunland teve 182 unidades emplacadas desde que começou a ser vendida, em junho. São números modestos para quem quer concorrer com as grandes do mercado, mas está próxima da Shark, a outra picape híbrida do mercado, que emplacou 228 unidades no mesmo período. Uma vantagem as picapes da Foton têm: 10 anos de garantia, como as Toyota Hilux e GWM Poer P30.
Ficha Técnica – Foton Tunland 2026
- Motor: Diesel, dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, turbo, 16 válvulas, 1998 cm³, 175 cv (etanol/gasolina) a 3600 rpm, 45,4 kgfm a 1500-2600 rpm
Sistema híbrido: Bosch 48V híbrido leve 48V - Câmbio: Automático ZF 8HP50, 8 marchas, tração 4×4
- Suspensão: Independente duplo A (dianteira), feixe de molas (traseira V7) / molas helicoidais (traseira V9)
- Freios: Disco (dianteira), disco (traseira)
- Direção: Elétrica, diâmetro de giro não informado
- Rodas e pneus: Liga leve, 265/70 R18 All Terrain
- Dimensões: comprimento 5,62 m, largura 2,09 m, altura 1,91 m (V7) / 1,96 m (V9), entre-eixos 3,36 m, peso 2.285 kg (V7) / 2.335 kg (V9), vão livre 24 cm, caçamba 1.379 litros, tanque 76 litros
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