Teste: Honda CRF 450RX muda pouco para correr no Rali dos Sertões
Pilotamos a Honda CRF 450RX do piloto Tunico Maciel, bicampeão (2018 e 2019) do Sertões
A Honda CRF 450RX do piloto Tunico Maciel, que é bicampeão (2018 e 2019) do Sertões, foi especialmente preparada. Ela não teve alterações no motor (449 cm³; 64,7 cv e 5,47 kgfm) nem na suspensão, e seus pneus foram trocados apenas por conta do patrocinador. Mas mudou em outras partes.
Na transmissão, a relação foi alongada, com a troca de coroa e pinhão. Nos freios, o disco dianteiro foi substituído por outro de diâmetro maior, para aumentar a eficiência. E um segundo tanque de combustível foi instalado sob o assento para aumentar a autonomia.
Essa alteração obrigou a troca do escapamento (no lugar de duas saídas elevadas, ficou apenas uma inferior). De resto, foram colocadas proteções mais robustas, para o motor e o radiador, e a torre de navegação (suporte para planilha de navegação, velocímetro, hodômetro e GPS), na dianteira, o que demandou mudanças na parte elétrica.
O piloto até deu umas dicas de como usar esses instrumentos, mas preferi me concentrar na pilotagem. A primeira coisa que notei foi o torque do motor. Assim que acelerei, a moto arrancou com disposição – isso porque a relação de transmissão foi alongada (na moto original, que tive oportunidade de pilotar na volta da trilha, o torque se faz ainda mais presente). O ronco grave do motor é um estímulo extra para o piloto acelerar.
Acostumado a pneus de uso misto, que equipam bigtrails, nos primeiros quilômetros percorridos no asfalto não senti firmeza nos Michelin Desert Race, desenvolvidos para ralis. Mas na terra me impressionei com a segurança que eles transmitem. Depois de um tempo, passei a pegar atalhos, simplesmente ignorando as condições do terreno.
A suspensão, por sua vez, cumpriu seu papel com competência. Na traseira, dá para dizer que ela é confortável, tamanha eficiência na absorção dos impactos. Na frente, dependendo do obstáculo, os choques eram sentidos no guidão. Os freios igualmente cumpriram sua parte.
Não demorei a me sentir à vontade na moto, acelerando cada vez mais. A sensação de liberdade que toda moto proporciona é ainda maior em uma trilha. Por isso, voltei para casa com a alma lavada e a vontade de ter uma moto dessas pra mim.
O piloto Tunico Maciel, sofreu uma queda durante a última etapa da Rally dos Sertões, neste sábado (07), entre Bacabal e Barreirinhas, no Maranhão. Ele havia largado na frente e estava próximo do trecho de especial, de 223 km.
Houve dificuldade para o atendimento médico, pois era um local com alta vegetação. Maciel foi submetido a exames clínicos imediatamente. “Atendimento total de 10 min, com posterior deslocamento aéreo de 37 min até o aeroporto internacional de São Luís”, disse o comunicado do Sertões 2020.
“Tunico permanece internado em um hospital da capital São Luis. A equipe acompanha o caso de perto e deseja que o nosso bicampeão brasileiro de rally supere mais esse desafio”, divulgou a Honda Racing Brasil. Maciel está estável, internado no hospital UDI São Luís.
QUATRO RODAS deseja a pronta recuperação de Tunico Maciel.
Honda CRF 450RX
Motor: gas., monocilíndrico, 4V, 4 tempos, arrefecimento líquido, ignição eletrônica, 449 cm3, 96 x 62,1 mm, 64,7 cv , 5,47 kgfm
Câmbio: 5 marchas
Suspensão: invertida Showa 49 mm (diant), amortecimento Showa Pro-link (tras.). Com ajuste de retorno e compressão nos dois eixos e carga (tras.)
Freios: disco nas duas rodas
Rodas e pneus: 80/100 – 21 (diant.), 120/90 – 18 (tras.)
Dimensões: distância do solo, 32,7 cm; altura do assento, 96 cm; entre-eixos, 148 cm; ângulo de cáster, 27,22”; peso, 130 kg; tanque 12 l (diant.), 15 l (tras.)
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