Hyundai New Tucson: avaliamos a terceira geração
Hyundai New Tucson chega renovado e vai conviver com os exemplares de suas duas gerações anteriores
Tucson, ix35, New Tucson. No começo, o consumidor poderá se confundir com esses nomes que identificam diferentes gerações de um mesmo projeto. Mas, depois, todos saberão que esses três SUVs vão coexistir em nosso mercado como opções distintas, oferecidas em diferentes faixas de preço. É isso o que pretende a Hyundai.
LEIA MAIS:
>> Mesmo obsoleto, “old” Tucson é o 5° SUV mais vendido em 2016
O Tucson é o exemplar feito na Coreia do Sul entre 2004 e 2009, que começou a ser fabricado no Brasil em 2008. O ix35 é a geração vendida lá fora nos anos de 2009 a 2015 e que estreou na linha nacional da Hyundai em 2013. E o New Tucson é o modelo mais recente, apresentado em 2015, que chega importado, a partir de novembro deste ano, sem aposentar os outros.
Para conhecer o mais novo representante da família, fomos a Lisboa, para um test-drive com o modelo que será apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo (10 a 20 de novembro).
A nova geração, que será chamada oficialmente de New Tucson, incorpora a estética atual da marca, com linhas predominantemente retas, com destaque para a linha de cintura ascendente. A grade dianteira hexagonal também ganhou contornos retilíneos e agora está instalada em posição mais elevada e vertical. Na lateral, as molduras das caixas de roda foram realçadas e, na traseira, as lanternas ficaram maiores, na parte que invade o porta-malas.
Por dentro, o design do painel é harmonioso e limpo, mas o que mais chama atenção é a qualidade do acabamento – mais em função da confecção e do encaixe das peças do que pela qualidade dos materiais, uma vez que a parte superior é de plástico duro e a tampa do porta-luvas não tem amortecimento – você abre e ela cai, em vez de descer. Antes que você pergunte, nós avaliamos a versão topo de linha, que tem painel em duas cores, bancos de couro e extensa lista de equipamentos.
Bancos aquecidos
As linhas horizontais também reforçam a impressão de largura. Mas essa sensação não é só visual. Ele está 6,5 cm mais comprido, 3 cm mais largo e 2 cm mais baixo que o ix35, acomodando, assim, os ocupantes dianteiros e traseiros com conforto, sem prejuízo no espaço de cabeça. Em termos práticos, cinco adultos podem viajar à vontade, até porque a intrusão do túnel da transmissão na parte traseira do piso é discreta. Os bancos traseiros permitem o ajuste da inclinação.
Para o motorista, a posição de dirigir é correta, com boa visualização dos instrumentos e do exterior, e a ergonomia é exemplar, com todos os comandos à mão. Há também diversos nichos para porta-objetos, no console e nas laterais das portas. E a (boa) vida a bordo é complementada pelo nível de conteúdo.
Entre os itens de série, há ar-condicionado digital e automático com saídas para as duas metades da cabine (dianteira e traseira), bancos aquecidos e refrigerados, câmera de ré, central multimídia, GPS, auxiliar de partida em rampa, controle de velocidade em descidas e tampa do porta-malas elétrica, entre outros recursos.
No dia a dia, o New Tucson se mostrou um carro confiável e fácil de dirigir. Parte desse bom comportamento pode ser creditado à carroceria, que, segundo a fábrica, recebeu uso intensivo de aços de alta e ultrarresistência, o que lhe conferiu uma rigidez torcional 48% maior que a do ix35. Essa maior firmeza da estrutura contribuiu para elevar o controle direcional e o conforto, reduzindo os movimentos indesejados da carroceria e o nível de ruído interno.
Além da estabilidade do monobloco, houve melhorias em outras áreas. A suspensão – macia, mas firme – faz o motorista se sentir ao volante de um automóvel de passeio, que reage rapidamente aos comandos. E os freios, com discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, respondem com eficiência. A direção elétrica é precisa, porém um pouco leve, principalmente, na estrada.
O sistema conta com a opção de modo de condução com dois programas, Normal e Sport, mas isso não é o bastante para deixar o volante suficientemente pesado. De fato, mal se percebe a diferença entre os dois.
Motor 1.6 Turbo
Na Europa, o New Tucson tem três opções de motor (1.7 e 2.0 diesel) e (1.6 turbo gasolina), equipadas com transmissões 4×2 e 4×4 e câmbio manual ou automático de seis marchas ou automatizado de sete marchas. A versão mostrada aqui é a que virá para o Brasil: 1.6 TGDI 4×4 de sete marchas.
Esse motor, equipado com injeção direta de combustível e turbocompressor, gera 176 cv de potência e 27 kgfm de torque, entre 1.500 e 4.500 rpm. Em outras palavras, é muita força disponível já nas baixas rotações, o que torna o SUV ágil no trânsito e na estrada. O câmbio de dupla embreagem corresponde às expectativas, realizando trocas rápidas tanto nos momentos de aceleração quanto nas reduções.
Segundo números divulgados pela fábrica, o New Tucson 1.6 TGDI 4×4 é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos e de atingir os 201 km/h de velocidade máxima. E esse desempenho vem acompanhado de boas médias de consumo. Ainda de acordo com as medições oficiais, o New Tucson 1.6 TGDI consegue fazer 10,9 km/l, na cidade, e 15,4 km/l, na cidade, rodando nos ciclos de consumo europeus. Esse é um bom rendimento, considerando tratar de um SUV pesando mais de 1,6 tonelada.
No meio do caminho
Na Europa, o New Tucson tem versões com preços que variam de 21.800 a 35.450 euros, sendo que a versão mostrada aqui custa 38.465 euros. Lá, seus principais rivais são modelos como Nissan Qashqai e Ford Kuga. Por aqui, ele vai concorrer com Honda CR-V, Audi Q3, Toyota RAV4 e VW Tiguan, entre outros, e seu preço deve ficar na faixa de R$ 130.000. Ou seja, ficará a meio caminho entre o ix35 e o irmão maior Santa Fe. E o mais importante: promete ser um pouco mais barato que a maioria da sua concorrência.
VEREDICTO
O New Tucson é uma boa opção de SUV na faixa de preço em que chega, onde a Hyundai estava ausente.
Motor | gasolina, dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 16V, injeção direta, turbo, 77 x 85,4 mm; 10:1, 1.591 cm3; 176 cv a 5.500 rpm, 27 kgfm a 1.500 rpm |
---|---|
Câmbio | automatizado, dupla embreagem, 7 marchas, 4×4 |
Direção | elétrica |
Suspensão | McPherson (diant.) e multilink (tras.) |
Freios | discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.) |
Pneus | 245/45 R19 |
Dimensões | comprimento, 447,5 cm; altura, 164,5 cm; largura, 185 cm; entre-eixos, 267 cm; peso, 1.609 kg; porta-malas, 513 l; tanque. 62 l |
Desempenho | 0 a 100 km/h em 9,1 seg., veloc. máxima 201 km/h |