Além de ter ganhado visual mais moderno, a Nissan Frontier 2023 tem novos equipamentos de segurança e ganhou duas novas versões topo de linha. Uma delas nós fomos conhecer na Argentina: é a Frontier PRO-4X
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A nova versão tem pegada aventureira como a já conhecida versão de intermediária Attack, mas com visual ainda mais marcante pneus all-terrain, faróis de led e tecnologias semi-autônomas. Ela está alinhada com as recém-lançadas Ford Ranger FX4 e a Chevrolet Z71.
O preço não mudou na linha 2023, mas digamos que isso não é uma das melhores notícias, afinal a faixa de preço da picape já era mais alta. Pelos mesmo R$ 314.590 que eram cobrados na versão XE, a Frontier PRO-4X torna-se a versão aventureira mais cara do segmento de picapes médias, pois a Ranger FX4 custa R$ 288.990 e a Chevrolet S10 Z71 sai por R$ 271.910.
O que é a Nissan Frontier PRO-4X?
Pela primeira vez a Frontier terá duas versões topo de linha, a Platinum e PRO-4X, e o nível de equipamentos é bem próximo, sendo que a aventureira soma bloqueio do diferencial traseiro, pneus all terrain e rodas de liga leve de 17” com desenho exclusivo.
Mas elas se diferenciam mesmo pelo design. A Frontier PRO-4X tem todas as molduras e detalhes pintados em preto enquanto a Platinum tem esses mesmos elementos cromados. Além disso, os ganchos para reboque e o logo da Nissan ficam destacados em vermelho na aventureira.
Mas o preço elevado tem uma boa justificativa, entre as rivais ela é de longe a mais bem equipada. O pacote de segurança ativa, chamado de Safety Shield, inclui alerta e frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, monitor de atenção do motorista e alerta de pontos cegos que também intervém nos freios e corrige a direção para evitar impactos laterais.
E essas tecnologias a tornam uma das picapes mais completas do segmento e pode justificar o valor mais salgado. Só fica devendo o piloto automático adaptativo que se encontra na Ford Ranger Limited.
Como anda a picape?
Tivemos a oportunidade de dirigir a nova Nissan Frontier 2023 dentro do Parque Nacional Iguaçu, do lado argentino, e pudemos conferir todos os atributos off-road em meio a mata fechada.
Foram duas horas de trilha com muita terra e lama em um comboio com mais de trinta picapes. Assim que entramos no terreno fora de estrada selecionei a tração 4×4 Low (são três: 4×2, 4×4 High e 4×4 Low) que torna a picape com tração integral e bloqueia o diferencial traseiro – o que permite utilizar o máximo de torque na roda que tem mais aderência e evita o deslizamento excessivo na roda oposta.
Nos trechos com mais lama essa função foi fundamental, a traseira chegava a escorregar, mas logo recuperava a direção ao me direcionar para o pavimento mais seco.
Os modos de tração funcionam em conjunto com os modos de direção que podem ser ativados no console central, são eles: standard, sport, off-road e tow (usada quando a caçamba está carregada ou ao se puxar reboque).
A função off-road foi a mais utilizada durante o test-drive e é perceptível que o motor trabalha em rotações mais altas para oferecer o máximo de torque em baixas velocidades. Afinal, em trilhas pesadas é natural manter uma velocidade média de 30 km/h e é exatamente nessa condição que o torque será mais exigido.
As suspensões receberam novos amortecedores que conferiram uma melhor estabilidade da carroceria tanto na condução off-road quanto em curvas mais acentuadas no asfalto. Os freios traseiros passaram a ser a disco sólido na traseira – o que trouxe um incremento em segurança e conforto nas frenagens mais bruscas.
No asfalto foi perceptível o excelente conforto acústico na cabine graças ao bom isolamento do habitáculo e também ao comportamento menos ruidoso do motor a diesel.
Falando de motor, a picape é equipada com o 2.3 biturbo a diesel com rendimento de até 190 cv e 45,9 kgfm e não houve nenhuma mudança no conjunto mecânico que, inclusive, continua com o câmbio automático de sete marchas.
O máximo de torque é entregue aos 1.500 rpm e essa característica torna a condução mais divertida e traz mais confiança nas ultrapassagens e nesse regime não há nem a presença de turbo-lag, porém nas faixas mais altas de rotação o motor demora um pouco mais pra responder do que deveria.
Cabine renovada
Por dentro, além de um novo volante, a Frontier PRO-4X se destaca por ter costuras em duas cores, o nome da versão bordado nos assentos dianteiros, com relevos especiais na forração.
Fora isso, a picape continua com quadro de instrumentos com tela de 7 polegadas colorida, central multimídia de oito polegadas e com ar-condicionado de duas zonas com saídas de ar traseiras.
Agora há três portas USB, sendo uma delas, no console, do tipo C, que suporta carregamento rápido. Há, também, duas entradas de 12V na cabine e uma na caçamba. Além disso, segundo a marca, há 27 porta-objetos espalhados nas duas fileiras.
O acabamento é em sua totalidade de plástico rígido, porém a textura é agradável e não há rebarbas, o que evidencia uma boa manufatura.
O entre-eixos continua o mesmo, de 3,15 metros, o que torna a vida dos ocupantes traseiros mais confortável. Passageiros com até 1,80 metro se acomodam bem na segunda fileira.
Vale a pena?
Essa versão aventureira, PRO 4X, é a mais completa em relação às rivais. Porém, o seu preço elevado a aproxima das versões topo de linha da Ranger e Hilux e isso a coloca em desvantagem.
Pesa o fato de não contar com piloto adaptativo de série e nem direção com assistência elétrica – equipamentos importantes e que estão presentes nas concorrentes. A Ranger Limited (topo de linha) é, inclusive, mais barata, custando R$ 313.590 – R$ 1.000 a menos que a Frontier.
Já a líder do segmento, Hilux, na versão SRX custa R$ 320.090, portanto R$ 5.500 mais cara que a japonesa.