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Kasinski Comet GT650

Dispensando a carenagem, a moto virou uma bela e competente naked de apenas 19.990 reais

Por Marcelo Brettas | foto: Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 11h54 - Publicado em 21 out 2011, 17h03
Kasinski Comet GT650

No universo dos automóveis, a indústria sul-coreana conquistou respeito pela qualidade. Os produtos automotivos desse “tigre asiático” são sucesso quase unânime de crítica e público no mundo todo. No âmbito motociclístico, os coreanos também começam a mostrar as garras e a deixar as tradicionais marcas japonesas de olhos bem abertos.

Fomos os primeiros a andar no Brasil com a Kasinski Comet GT650, nome com o qual a CR Zongshen comercializará esse modelo naked da Hyosung, a principal montadora de motocicletas da Coreia, que já disputa o segmento de mercado nos Estados Unidos e Europa, onde também é a mais barata entre as V-twin de 650 cc.

Quando testamos, há um ano (edição 24), a versão esportiva com carenagem integral do modelo (a única então oferecida), a GT650R, afirmávamos que seu motor V2 a 90 graus de 647 cc, injeção eletrônica, refrigeração líquida, associado àquela geometria, cairia muito melhor em um modelo street. E é exatamente esse o lançamento que agora apresentamos em primeira mão – e que confirma aquela previsão: a Kasinski Comet GT650 é uma moto muito mais equilibrada sem o “R”, e livre da pretensão superesportiva.

A marca, curiosamente, oferecia até agora aquela versão com carenagem integral (GT650R) e a custom, a Mirage 650, que usa outro quadro, mas o mesmo conjunto propulsor (motor e câmbio). Faltava justamente a naked, em geral a versão mais popular de uma família de motos. Não falta mais. A GT650 assume sem pejo a tarefa de se tornar a porta de entrada para o segment das médias cilindradas, com o apetitoso preço de apenas 19900 reais.

E essa versão naked da GT650 é um bom exemplo de como o “menos” muitas vezes pode realmente ser “mais”. Ao vê-la parada, a primeira impressão é boa: o visual agrada, é correto, e o acabamento, se não chega a ser primoroso, surpreende, principalmente para um modelo de pré-série.

Muitos elementos presentes na irmã esportiva foram mantidos, mas de algum modo caíram muito melhor na Comet desnuda. No lugar da carenagem integral, por exemplo, surge um bem resolvido conjunto óptico, que se integra harmonicamente ao painel de instrumentos, também idêntico ao da versão esportiva. O painel combina um conta-giros analógico, com luzes-espia e um display LCD multifuncional.

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O conjunto de bancos, a rabeta traseira com lanterna transparente de leds e o tanque de combustível já equipavam a versão carenada, mas ganharam outra vida e charme no novo modelo. Ligando o motor, o escapamento dois em um – de aço inox anodizado preto – exala o ronco forte do motor V2 roletado, com duplo comando para quarto válvulas por cilindro. Confesso que aquela primeira voltinha de apresentação, ainda tirando a cera dos bons pneus Metzeler, já que a moto era “zerinho”, não foi das mais empolgantes. Em baixas rotações ela tem a potência de uma elegante senhora que faz musculação: tem alguma força, entregue com delicadeza, mas lhe falta o punch das grandes emoções.

Depois de ajustar a suspensão dianteira telescópica invertida, a traseira com balança monochoque, os manetes e as pedaleiras que também permitem regulagens (o que é bastante raro no segmento), fui prová la de verdade. Logo encontro uma faixa de prazer entre 5000 e 10000 giros. Ainda não são as respostas ferozes de uma esportiva pura, mas é o suficiente para empurrá-la com rapidez a velocidades que beiram os 200 km/h. A posição de pilotagem é relaxada, o assento é confortável e a vibração do motor, graças à refrigeração a água e aos 90 graus entre os cilindros, é bem aceitável.

A GT650 balança um pouco demais nas inclinações em alta velocidade, mas contorna as curvas de qualquer raio com precisão e segurança.

Nas manobras de garagem ou nas “costuradas” pelo trânsito mais denso é que aparece seu maior defeito: o ângulo de giro é limitado pelo batente instalado para impedir que as bengalas se choquem contra o radiador. Isso sacrifica as manobras em ângulos muito fechados em baixa velocidade. Aparentemente, o reposicionamento da ventoinha e a alteração na inclinação do radiador solucionariam o problema. De todo modo, uma carenagem nas laterais do trocador de calor comporiam o design e trariam a imagem de um acabamento mais cuidadoso.

A maior concorrente da Kasinski Comet GT650 no mercado nacional é a Kawasaki ER-6n, que também tem 650 cc e dois cilindros (só que paralelos). A ER-6n, entretanto, tem 72 cv de potência (quase 10 a menos que a Kasinski GT, de 81,5 cv) e custa cerca de 30% a mais (25000 reais sem ABS). A italiana Ducati Monster 696 (que também monta um V2 a 90 graus) tem outro nível de prestações e acabamento, mas custa 31000 reais, quase 50% a mais que a coreana. O preço gentil da recémchegada, associado a uma boa estratégia de lançamento e a um pós-venda confiável e eficiente, poderá transformá- la em uma grata surpresa. Como produto, a nova naked não decepciona: tem um bom motor, é equilibrada e os freios são mais que suficientes para seu peso e sua performance.

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TOCADA

Suave, o motor vibra pouco para um V2. É um pouco flácida em baixos giros, mas a partir das 5000 rpm sobe de rotações com vigor e emite um som forte e encorpado.

★★★★

DIA A DIA

Bom tamanho e respostas satisfatórias, mas o limitador para impedir que as bengalas batam no radiador restring sua maneabilidade no trânsito pesado.

★★★

ESTILO

Ficou muito mais bonita e moderna que a irmã carenada. O quadro treliçado poderia receber uma cor para se destacar.

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★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O motor tem um ótimo torque para o uso urbano. O câmbio é macio e tem bom escalonamento de marchas.

★★★★

SEGURANÇA

Chacoalha um pouco demais ao beirar os 200 km/h. Tem freios bem dimensionados para a proposta de uso prioritário nas cidades.

★★★★

MERCADO

Tem um preço bem atraente diante de suas concorrentes diretas. É a porta de entrada para o mundo das motos grandes.

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★★★★★

VEREDICTO

Todo o conjunto se encaixou muito melhor nessa versão naked. E o preço é seu maior trunfo.

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