Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Continua após publicidade

Kawasaki Ninja 1000

Se a Z1000 carecia de maior conforto na estrada, a nova moto resolve esse problema

Por Edu Zampier | fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 11h55 - Publicado em 27 dez 2011, 10h47
Kawasaki Ninja 1000

Quem já enfrentou estrada com uma streetfighter de grande cilindrada ou até mesmo uma naked média vai concordar que a falta de proteção aerodinâmica, além de não ajudar o conforto e a economia de combustível, não permite utilizar toda capacidade do motor.

Esse problema surgiu com a ideia de transformar superbikes em naked, retirando a carenagem, colocando o gudião em cima da mesa e mostrando os músculos do motor. Agora a coisa se inverteu, a naked está ganhando roupa. A Yamaha começou essa história quando criou a FZ6 N, uma versão pelada da superesportiva YZF-R6. Logo depois veio a FZ6 F, a mesma moto, mas com espelhos fixados na semicarenagem, em vez de no guidão, e uma bolha para o piloto se abrigar do vento. Depois foi a vez de a Suzuki fazer isso com as Bandit, para depois criar a GSX 650F, e a Honda recente- mente fazer a mesma coisa com a CB 600F Hornet, que originou a CBR 600F. A Kawasaki adotou a ideia ao criar a Ninja 650, basicamente a ER-6n com carenagem. Faltava fazer isso com uma mil – e nasceu a Kawasaki Z1000 SX, batizada de Ninja 1000.

Mesmo com a carenagem integral, ela não perdeu a capacidade de diversão que a Z1000 oferece na cidade e ainda ganhou praticidade para enfrentar centenas de quilômetros na estrada. As diferenças não se resumem a uma carenagem completa que jogou os espelhos lá na frente e fez baixar o coeficiente aerodinâmico. A posição de pilotagem foi estudada com o intuito de afastar o intervalo entre as paradas para descanso. Em vez de um guidão largo como o da Z1000, ela conta com dois semiguidões em prolongadores, bem distantes da mesa. As costas do piloto não ficam tão curvadas à frente.

O tanque ganhou capacidade (antes 15, agora 19 litros) e a bolha para-brisa pode ser regulada – sem auxílio de ferramentas – em três posições. Na traseira, há alças de apoio, que também ser- vem para o suporte das malas rígidas, vendidas como acessório.

O painel não é igual ao da Z1000. Ele é parecido com o da ZX-6R, trazendo conta-giros analógico e display digital para velocidade, hodômetros e nível de gasolina. Faltou computador de bordo e temperatura do motor.

Continua após a publicidade

Dente a mais

O motor, com potência máxima de 138 cv a 9600 rpm e torque de 11,2 mkgf a 7800 rpm, é idêntico ao da Z1000. Aparenta ser menos brutal se comparado ao da Z1000, mas segundo a Kawasaki não há nenhuma alteração, nem mecânica nem eletrônica. Posição de pilotagem e estabilidade em alta velocidade é que são completamente diferentes. A nova mesa superior, que conta com off-set diferenciado, alterou em nas 1 mm o trail, sem que fosse mexido no ângulo de cáster. A sensação na prática é de que a capacidade de esterço aumentou, apesar de a Kawasaki divulgar que permanece a mesma. Nas fichas técnicas, a distância entre- eixos, o ângulo de cáster e o curso das suspensões são idênticos.

A alavanca oferecida pelos novos guidões deixou a frente mais leve e ainda jogou o piloto mais para trás, portanto, o que poderia ser uma tragédia se isso acontecesse na Z1000, caiu como uma luva na Ninja, pois a carenagem integral neutralizou o que poderia gerar certo desequilíbrio. Resumindo, a Ninja 1000 é menos arisca, mais pregada no solo e, consequentemente, mais estável em curvas e em altas velocidades. Não tivemos espaço para testar sua velocidade final, mas ela deve atingir de10 a 20km/h a mais do que a pelada Z1000, que marcou 240 km/h. Além da carenagem integral e da boa bolha para-brisa, descobrimos que o pinhão da transmissão final tem um dente a mais, mostrando relação mais longa e comprovando, portanto, o por que de ela mostrar-se um pouco menos estúpida nas acelerações e retomadas (além de mais pesada com o tanque cheio), mas bem mais vigorosa em altas velocidades. Com tanque maior, relação de transmissão mais longa e carenagem completa, a autonomia pode chegar aos 360 km numa tocada dentro da lei. Bem mais econômica que a Z1000 ou a ZX-10R.

O sistema de freio com bomba e pinças radiais morde dois discões, tipo margarida, de 300 mm de diâmetro na frente e um de 250 mm atrás. São supereficientes, quase não se faz força no manete e ainda há o opcional do sistema ABS. A Kawasaki declara 231 kg em ordem de marcha para a Ninja 1000 ABS, apenas 3 kg a mais que a versão sem ABS. Nós recomendamos!

Tudo bem, mas por que será que ela parece tão mais confortável que sua irmã pelada? Levei a moto a uma concessionária e a coloquei do lado da Z1000 para reparar melhor em todos os detalhes. Bingo! As pedaleiras da Ninja 1000 são cobertas com borrachas e as da Z1000 não. Inacreditável a diferença que isso faz em viagens.

Ego Trip

Comercializada em São Paulo por 50 035 reais (sem ABS) e 53 090 reais (com o sistema), a Ninja 1000 é a Gran Turismo que faltava. Ela não tem siste ma de som, manoplas aquecidas, cardã ou computador de bordo, como a Concours 14, mas faz você ir do ponto A ao ponto B bem rápido, com segurança e certo conforto. Uma proposta muito mais racional que a Z1000.

Continua após a publicidade

Sinceramente, apesar das alças de apoio, não recomendamos colocar sua amada ali atrás. O banco reservado a ela é pequeno, com pouca espuma, e as pernas dela ficam muito altas, com os joelhos quase nos seus cotovelos. A Ninja 1000, como toda Ninja, é moto para desfrutar sozinho.

TOCADA

Na mão. Bem mais confortável que uma superbike e com desempenho semelhante. Bem mais estável que a Z1000.

★★★★★

DIA A DIA

Não foi desenvolvida para isso, a não ser que você more 150 km distante de seu trabalho.

★★★

Continua após a publicidade

ESTILO

É uma Kawasaki Ninja sem sombra de dúvidas. Agressiva e ao mesmo tempo bonita, com alta qualidade de acabamento.

★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

É o mesmo da Z1000. Com potência e torque de sobra. Com a carenagem integral ficou mais fácil de utilizar todo seu vigor. O câmbio é um pouco duro, mas muito bem escalonado.

★★★★

SEGURANÇA

Como afirmamos no texto central, uma moto mais racional que a irmã Z1000. Com ABS, está pronta para encarar piso molhado.

Continua após a publicidade

★★★★

MERCADO

Não é barata, mas está sem concorrentes. Que outra 1000 de 50000, com motor e chassi de superbike, leve, com carenagem completa e guidão alto você conhece?

★★★★

VEREDICTO

Com ABs, o preço pula para 53 090 reais. É uma Ninja com certeza. Desempenho de superbike, mas com muito conforto, convence pelo fato de ainda não contar com concorrentes diretas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.