Namorados: Revista em casa a partir de 10,99

Kawasaki Ninja ZX-14R x Suzuki GSX 1300R Hayabusa

A nova ZX-14R desafia a Hayabusa pelo título de moto mais rápida do mundo

Por Edu Zampieri | Fotos: Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 11h59 - Publicado em 3 ago 2012, 12h24
Kawasaki Ninja ZX-14R x Suzuki GSX 1300R Hayabusa

O materialde lançamento da nova Kawasaki Ninja ZX-14R 2013 inclui uma provocação à Suzuki GSX 1300R Hayabusa: ela se autointitula “a moto de série mais rápida do planeta”. Como esse é o título que a Hayabusa propaga desde 1998, é de se supor que a Suzuki não vá entregá-lo de mão beijada.
 A nova Ninja mudou e toma a frente nessa disputa de arrancada tão ao gosto norte-americano. Nem tanto pela força bruta de seu motor, mas pelo uso mais farto de apoio eletrônico. A chave da vitória da Kawasaki sobre a Suzuki chama-se controle de tração.

A ZX-14R ganhou retoques no farol, novas ponteiras e painel, mas manteve as linhas do modelo precedente – tão polêmicas quanto as da rival. O motor ganhou capacidade volumétrica, com maior curso nos pistões. A moto também recebeu novo chassi e recursos eletrônicos que fazem a diferença.

2 ° Suzuki GSX 1300R Hayabusa

A Hayabusa tornou-se mito ao ultrapassar 300 km/h em 1998. Elas não mudou quase nada desde então. Recebeu retoques na rabeta, nas entradas de ar e nos piscas dianteiros, que mudaram de cor. Em 2008, seu motor ganhou mais curso nos pistões (de 65 mm, como na ZX-14R) e a cilindrada passou de 1 298 para 1 340 cc. A taxa de compressão subiu para 12,5:1 (antes era de 11,0:1). A potência subiu 12%, aumento que não chegou às rodas, pois o acirramento das normas antipoluição o abafou.

A Hayabusa não oferece sistema ABS nem controle de tração. Mas foi uma das precursoras do botão no punho para a escolha do modo de potência. No modo A, a potência é total e o giro sobe rápido; no modo B, a potência cai e as rotações sobem mais lentamente.

Se o design não mudou muito, as melhorias em suspensão e freios ao longo dos anos deixaram a Hayabusa deliciosa. Em marcha lenta, chama atenção pelo silêncio e pela suavidade. A posição de pilotagem é confortável, mesmo para pilotos altos: as pedaleiras não são tão elevadas e recuadas quanto em uma superesportiva, e a bolha é bem protetora. Na reestilização de 2008, ganhou pinças radiais nos freios dianteiros e suspensões mais rígidas e eficientes. A Hayabusa é 8 kg mais leve em ordem de marcha que a ZX-14.

Na pista de testes ela foi menos de 2 décimos de segundo mais lenta que a ZX-14R na prova de 0 a 400 metros (9,98 segundos e 238 km/h).

Continua após a publicidade

O que mais fez diferença foi a facilidade na execução da prova de arrancada. Com a ZX-14R, bastou uma tentativa para aproveitar toda a potência, graças ao controle de tração. Já com a Hayabusa foi preciso muito treino, muita embreagem e pneu queimados para chegar a uma arrancada perfeita. Ela também conta com limitador de velocidade aos 300 km/h, mas a sexta marcha nem chega à faixa vermelha do conta-giros a essa velocidade.

Pelas aferições executadas com nosso aparelho de medição, o velocímetro da Suzuki “roubou” cerca de 10% da velocidade real, e o da Kawasaki, apenas 3%. É, a Ninja pode até andar na frente numa prova de aceleração feita em uma pista suficientemente espaçosa para chegar aos 300 km/h. Se nos 400 metros iniciais elas já estavam por volta de 240 km/h, em uma reta mais longa seria questão de segundos para que o motor de ambas fosse cortado pelo gerenciamento eletrônico.

1 ° Kawasaki ZX-14R ninja

De todas as alterações do modelo recém-lançado, a mais significante é o aumento de 4 mm no curso dos pistões, que elevou a cilindrada de 1 352 para 1 441 cc. A fábrica declara 200 cv a 10 500 rpm de potência máxima e 15,7 mkgf a 7 500 rpm de torque máximo. Antes eram 193 cv a 9 500 rpm para os mesmos 15,7 “quilos” de torque máximo. Apesar de o curso ampliado significar quase sempre maior torque em um mesmo motor, as opções de gerenciamento eletrônico da Kawasaki privilegiaram o ganho de potência em altas rotações. Assim como aconteceu na superbike ZX-10R e na touring Concours 14, a nova ZX-14R ganhou mapas diferentes de injeção e controle de tração. E foi aí que o vento começou a virar a seu favor.
Na pista, tivemos um trabalhão enorme com a Hayabusa quando o farol verde liberava o cronômetro. Com os pneus frios, a moto ficava parada. Com os pneus aquecidos, tentava empinar e era preciso queimar a embreagem para não virar para trás. Já com a ZX-14R, bastou acelerar com fé que o sistema KTRC (Kawasaki Traction Control) assumiu a tarefa de impedir a roda de patinar e a moto de empinar demais. A nova Kawasaki levou 9,8 segundos e cravou 245 km/h na prova dos 400 metros. Isso com seus bem fornidos 268 kg (com ABS) em ordem de marcha. É nitidamente perceptível que, quando a caixa de ar enche e fica comprimida, a ZX-14R fala mais alto que a Hayabusa. Antes de isso acontecer, as duas são equiparáveis.

O ABS também promove maior controle nas frenagens, vantagem bem nítida da Kawasaki sobre a Suzuki em segurança. A moto ganhou 5 kg em relação à versão anterior, mas recebeu balança traseira mais longa (dificulta para empinar e melhora o controle em retas), reforços estruturais no quadro e suspensão dianteira com mais regulagens. As novas ponteiras reduzem o ronco em relação à versão anterior, mas a ZX-14R tem ruído interno de motor mais alto que o da Hayabusa.

A ZX-14R também tem opções de entrega de potência. O mapa da injeção no modo F (Full) representa 100% da potência na roda e, no modo L (Low), apenas 75%. Há a possibilidade de escolha entre três níveis de controle de tração: 1 (menos atuante), 2 (mais atuante) ou off (desligado). Isso, mais o ABS, deixa a ZX-14R mais fácil de tocar. Hoje, a eletrônica é quem banca as diferenças – e define os resultados.

Continua após a publicidade

GSX 1300R Hayabusa TOCADA

Surpreende. Consegue ser confortável
e ao mesmo tempo precisa em curvas. Baixa e com boa posição de pilotagem.

★★★★

DIA A DIA

Bastante longa
no entre-eixos e com muita carenagem para ralar. O consumo também não
ajuda. Ótima para fins de semana.

★★

ESTILO

Desenhada para altas velocidades.
A frente é bonita, mas a traseira gera polêmica. Deve receber reestilização em breve.

Continua após a publicidade

★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

Impressiona pelo baixo ruído em marcha lenta. Inacreditável como uma usina tão silenciosa pode gerar tanta potência. O câmbio é suave.

★★★★★

SEGURANÇA

Os freios são bons, mas falta opção
de ABS e controle
de tração. No molhado, requer atenção.

★★★

MERCADO

Já fez mais sucesso, mas não tinha rivais
à altura. Como se vê, não é mais assim. Tem armas para se manter na briga, mas começa a pedir um upgrade.

Continua após a publicidade

★★★

Ninja ZX-14R TOCADA

É uma moto
grande, volumosa
e extremamente potente. Não é difícil de pilotar, mas requer certa experiência.

★★★

DIA A DIA

Se você mora a 200 km do seu trabalho e a estrada é muito boa, ela pode ser comparada a um trem-bala. Caso contrário, esqueça.

★★

ESTILO

É uma Ninja com certeza! Há a versão verde cítrico para encher os olhos dos aficionados pela marca.

Continua após a publicidade

★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO


O que dizer de um quatro-cilindros de
200 cv que gera 15,7 kg de torque? O câmbio
e a embreagem têm de ser à prova de bombas para aguentar a coisa.

★★★★★

SEGURANÇA

Com bom sistema de controle de tração e eficiente conjunto de freios ABS, não falta nada na nova ZX-14R.

★★★★★

MERCADO

Vende pouco e não tem o prestígio
da rival direta, mas é a melhor sport touring atualmente.

★★★★

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
DIA DOS NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.