Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Continua após publicidade

Land Rover Range Rover Sport

Um upgrade deixou ele um especialista em tudo: ótimo no off-road e melhor ainda no asfalto

Por Ulisses Cavalcante | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 8 nov 2016, 23h29 - Publicado em 23 dez 2013, 13h18
testes

Minha filha de 9 anos fica entusiasmada com o show de talentos que a escola promove anualmente entre os alunos. Invariavelmente ela escolhe fazer um número musical. Se o novo Range Rover Sport fosse uma menininha, iria perder para ela, claro. Contra mim, se fôssemos colegas de classe, eu inventaria de tudo para não ir à escola. Não consigo pensar em algo que eu pudesse fazer melhor do que ele, pois esse britânico é um subversivo. Em primeiro lugar, enterra a crença de que não é possível ser bom em tudo. Num segundo momento, bagunça os sentidos: ao dirigir um SUV de 1,78 metro de altura e 2,3 toneladas, a mente antecipa um comportamento letárgico do veículo e prepara os reflexos para uma briga feia com o volante dentro das curvas, mas não é o que acontece.

O Range Rover é discreto. A carroceria não faz contorcionismo, deixando à mostra as entranhas da suspensão. Quando se entra forte nas curvas, o sistema pneumático não deixa que a carroceria oscile, por mais que se provoque o acelerador. A direção é precisa como um bisturi e os pneus com rodas aro 22 garantem aderência digna de esportivo arrepiando o asfalto. No papel, os números provam o sucesso do show. Fomos de 0 a 100 km/h em apenas 4,9 segundos. Repito: ele tem 2,3 toneladas!

Monstruoso

A cada aceleração, o V8 5.0 de 510 cv ruge como um muscle car. Para ser mais preciso, soa como o Jaguar F-Type, com o qual compartilha o motor, embora o Jag desenvolva 495 cv – há ainda o V6 de 340 cv e o diesel de 292 cv. É um ronco grave, contagiante, que invade a cabine como se fosse o único som emitido no auditório. Não é exagero. Poucos carros contam com tanto forro acústico: os vidros das laterais são laminados e duplos, com uma película antirruído que isola os ocupantes do exterior. Quando o áudio Meridian, um equipamento de 23 alto-falantes e 1 700 W, está a pleno vapor, até o trânsito pesado passa a incomodar menos.

Os designers da Land Rover merecem a primeira salva de palmas por uma proeza. Levaram traços futuristas ao SUV sem modificar o formato quadradão (e clássico) consagrado há 43 anos. Não é difícil encontrar as linhas que fazem menção ao Evoque – modelo que é um divisor de águas na história da marca. Mas as formas do Range Rover original, dos anos 1970, continuam presentes. Pela primeira vez o RR Sport ganhou algumas curvas na lataria. A dianteira, por exemplo, não tem mais ângulos retos. Visto de lado, tem um perfil diagonal que rejuvenesce a aparência e ajuda a melhorar a aerodinâmica.

Assim como aconteceu com o Range Rover Vogue em março, seu irmão Sport cresceu para os lados: são 4,85 metros, 6,7 cm mais longo que o anterior, e teve o entre-eixos aumentado em 18 cm. Para cima, é o contrário, a altura ficou 5,5 cm menor – ele tem a carroceria mais esportiva que o Vogue, por isso é mais baixo, apesar de mecânica e interior serem iguais. As novas proporções ajudaram a compor uma silhueta mais agressiva, mas os benefícios vão além do visual. Com a redução de altura e balanços, a porção da carroceria à frente e atrás dos eixos, mais o aumento do entre-eixos, o ganho em estabilidade foi a grande vantagem. Apesar de maior, o peso foi reduzido em até 420 kg, dependendo da configuração, por meio da adoção de uma carroceria de alumínio, mesmo material da suspensão.

Durante o teste, submetemos o novo Range Rover a situações de alta velocidade, em pista fechada, e ao off-road, incluindo um tanque de água para testar a capacidade de submersão, ampliada para 85 cm, ante os 70 cm do anterior. No fora de estrada, a própria Land Rover se orgulha em afirmar que ele supera o espartano Defender. Com uma vantagem: não é preciso ter conhecimentos de trilheiro. O Terrain Response 2 automatiza a funcionamento dos programas eletrônicos que adequam o funcionamento do carro de acordo com o terreno. A força entre os eixos é distribuída sem ação do condutor. O mesmo vale para a variação da altura da suspensão pneumática. Não é necessário nenhum procedimento especial nem para engatar a tração reduzida, o que pode ser feito com o carro em movimento a até 60 km/h.

Continua após a publicidade

Forte nas acelerações como um muscle car, bom de curva como um esportivo, seguro como um Volvo e valente no off-road como um Land Rover, só falta falar sobre conforto e espaço interno, dois quesitos dignos de realeza. Não há detalhe no acabamento que mereça crítica. Até a ergonomia melhorou na nova geração. Antes o motorista se encaixava atrás do volante. Agora é como vestir o carro.

Em sua quarta geração, o RR Sport se alinha ao restante da família, recebendo tecnologias indisponíveis em 2005, como o controle de cruzeiro adaptativo, tela dual view (exibem imagens diferentes para motorista e passageiro) e sensor de ponto cego. Cheio de qualidades, não faz feio no estacionamento do escritório nem na colônia de férias. Mesmo se começar a chover, o show vai seguir.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

O trio milagreiro não dá sustos. A suspensão a ar é rápida na variação de altura. Os freios parecem ter vindo de um Boeing, de tão eficientes.

★★★★★

MOTOR E CÂMBIO

Divide o conjunto mecânico com o F-Type e garante a sensação de que compartilha o espírito esportivo com o primo da Jaguar.

Continua após a publicidade

★★★★★

CARROCERIA

Modificar um visual consagrado não é tarefa fácil. Os designers o modernizaram, sem romper com as formas de 40 anos.

★★★★★

VIDA A BORDO

Não deve nem ao irmão RR Vogue nem aos rivais. O esmero na escolha de materiais e a atenção aos detalhes impressiona.

★★★★★

SEGURANÇA

Tem os recursos mais recentes de segurança ativa e passiva.

Continua após a publicidade

★★★★★

SEU BOLSO

Quem tem meio milhão de reais para gastar em um carro não abre mão de mimos, que são fartos no RR Sport. É caro até na Inglaterra, mas faz valer o investimento.

★★★☆

OS RIVAIS BMW X6 M

650_range_08.jpeg

Com preço semelhante e motor 4×4 V8 biturbo, gera 555 cv. Ao contrário do Range Rover, não curte a vida fora do asfalto.

Continua após a publicidade

Porsche Cayenne turbo

650_range_09.jpeg

O motor 4.8 V8 o coloca no clube dos 500 cv, mas o preço de 619 000 reais equivale ao patamar do Range Rover Vogue.

VEREDICTO

A Land Rover vive seu melhor momento e tem surpreendido em vários aspectos. Desde o Evoque, a linha Range Rover tornou-se um divisor de águas da marca e o RR Sport faz jus ao legado familiar. É a melhor opção de compra e custa menos do que um Porsche.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.