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Citroën C3 tem peça perdida na revisão e está mais econômico e barulhento aos 60.000 km

Concessionária se esqueceu de carimbar o manual, errou no rodízio e perdeu uma peça, entre outras trapalhadas, mas C3 está tão econômico quanto híbridos

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 fev 2025, 17h15 - Publicado em 20 fev 2025, 17h01
Citroën C3 Longa Duração
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Em outros tempos, o nosso Citroën C3 iria para o desmonte agora. Mas, como o teste agora vai até os 100.000 km, ele foi direto para a revisão de 60.000 km na Citroën Maggi de Itu (SP), onde agendamos o serviço via WhatsApp. Às vésperas da revisão, nosso C3 estava esquisito: “Após duas horas estacionado, morreu duas vezes na partida e na terceira chegou a falhar, o que voltou a acontecer na manhã seguinte”, relatou o editor Henrique Rodriguez.

O serviço de 60.000 km contempla a troca da correia de acessórios (o motor Firefly usa corrente de comando, afinal), além da troca do óleo e de todos os filtros. Por R$ 1.312, é a segunda mais cara do plano de revisão (a de 40.000 km troca as velas e custa R$ 1.626). O orçamento ainda sugeria limpeza do motor, oxi-sanitização e higienização do ar-condicionado, mas negamos. Porém, pedimos a inclusão de alinhamento, balanceamento e rodízio (R$ 146). No total, essa revisão custou R$ 1.458.

O carro ficou pronto 20 minutos mais cedo. E não houve nenhum alerta sobre a condição dos freios, que a Citroën Faberge disse, na parada dos 50.000 km, que acabariam antes dos 60.000 km. O que achamos estranho.

Longa C3
(Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

“Assim que fui organizar as coisas, reparei que a revisão não estava carimbada e retornei. O consultor se desculpou por ter esquecido”, conta o piloto de testes Leonardo Barboza.

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Mas os problemas continuaram a aparecer. Na conferência dos serviços, reparamos que o rodízio só foi feito de um lado e que o duto que leva o ar da grade à caixa do filtro de ar do motor sumiu. Entramos em contato na manhã seguinte e, pasmem, o consultor disse que não haviam mexido no local e que o mecânico não havia reportado a falta da peça. Contestamos, pois trocaram o filtro do motor. Então ele disse que a peça poderia ter sido retirada na revisão anterior, informando que uma nova custaria R$ 148. Protestamos novamente, mas desta vez com imagens feitas dias antes que mostravam o duto em seu devido lugar. Sem contra-argumentar, ele disse que levaria o caso para a “gestora”. No dia seguinte, tivemos o retorno autorizando a reposição da peça.

Longa C3
Duto que coleta o ar na grade sumiu na revisão, mas depois a oficina instalou uma peça nova (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

De volta à Itu, para recolocarem o duto, aproveitamos para pedir a nota fiscal da revisão – que não havia sido enviada e, até o fechamento desta edição, ainda não chegou.

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As cabeçadas ao dar a partida no motor continuaram a ocorrer. Mas a regra é refazer os testes de desempenho e o consumo aos 60.000 km, para saber como o motor 1.0 6V Firefly está evoluindo e, também, entender o desgaste de outros componentes.

Longa C3
Medição de ruído com o carro parado é feita em ponto morto e na rotação máxima (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Indo direto ao ponto, o motor está com mais fôlego agora, aproveitando melhor seus 75 cv e 10 kgfm. O tempo de 0 a 100 km/h baixou 0,4 s e agora é 16,8 s. As retomadas também foram mais rápidas, como você pode ver na tabela ao lado. Mesmo com o desgaste esperado, os freios estão atuando melhor: de 100 a 0 km/h, o carro percorre 40,75 m, uma redução de 2 m na distância de frenagem, nessa prova.

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O consumo está mais comedido: passou de 14,1 para 15,3 km/l em regime urbano e de 16,6 para excelentes 17,9 km/l na estrada, com gasolina. Só ratifica nossos registros mensais de consumo: o C3 é o carro mais econômico no teste de Longa Duração em anos – desde os tempos do Toyota Prius, que era híbrido.

Longa C3
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para a surpresa de ninguém, onde o C3 está pior é no que diz respeito ao ruído do motor. O decibel é uma escala em projeção geométrica, então os 4,3 dB a mais em ponto morto é bastante significativo. Em rotação máxima parado, o aumento foi de 5,1 dB. Nas medições em movimento, onde vento e pneus interferem, o aumento foi de 2 dB. Isso certamente tem relação com o barulho e a vibração do três-cilindros, que seguem sem solução em nosso carro porque, dizem as oficinas, é “normal em algumas unidades” do C3.

Isso é o que mais tem prejudicado a popularidade do carro entre os motoristas da equipe, além do desconforto nos bancos.

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Citroën C3 Longa Duração
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nosso C3 apresentou mais um defeito neste início de ano: a ventilação do sistema de ar-condicionado só está funcionando nas velocidades 1 e 4. Aconteceu de um dia para outro, em pleno verão. Isso pode indicar a queima da resistência do ventilador, responsável por controlar a velocidade, mas deixaremos o diagnóstico definitivo para uma concessionária.

Teste – Citroën C3 First Edition

C3
1.505 km
c3
64.024 km
0 a 100 km/h (s) 17,2 16,8
0 a 1.000 m (s) 38,3 38,1
40 a 80 km/h (s) 9,9 9,2
60 a 100 km/h (s) 17,7 14,8
80 a 120 km/h (s) 43,6 38,3
Cons. urbano (km/l) 14,1 15,3
Cons. rodoviário (km/l) 16,6 17,9
Ruído int. Neutro/RPM máx. 44,1/66,5 dBA       50,4/71,6 dBA
Ruído int. 80/120 km/h 65,7/70,5 dBA 67,8/72 dBA

Citroën C3 – 65.108 km

Versão: First Edition 1.0
Motor: 3 cil., diant., transv., 999 cm3, 6V, aspirado, 75/71 cv a 6.000 rpm, 10,7/10 kgfm a 3.250 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Seguro: R$ 1.824 (Perfil Quatro Rodas)
Revisões:
Até 100.000 km – R$ 9.264
Gastos no mês: Combustível: R$ 4.169
Revisão: R$ 1.312
Alinhamento: R$ 146
Consumo: No mês: 12,4 km/l com 39,1% de rodagem na cidade
Desde abril/23:  13,5 km/l com 34,5% de rodagem na cidade
Combustível: flex (gasolina)

 

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