Descobrimos onde nosso BYD Dolphin é muito diferente dos outros carros
O uso contínuo do BYD Dolphin nos faz descobrir características que, no mínimo, são muito diferentes do que vemos em outros carros
Costumo fazer isso sempre: entro no prédio, paro o carro na portaria e saio para pegar as encomendas rapidinho, sem desligar o motor. Mas não há como repetir essa rotina com o BYD Dolphin. E só descobri isso ao voltar ao carro carregando quatro caixas, sem conseguir abrir a porta traseira. Ela estava trancada e assim permaneceu, mesmo depois de eu ter acionado o comando de destravamento na chave.
Esta é apenas uma das coisas que o hatch elétrico chinês faz diferente. Outros carros destravariam todas as portas no momento em que eu colocasse o seletor de marcha em Parking ou abrisse a porta do motorista. Ou pelo menos me daria a opção de fazer isso, seja no computador de bordo, seja na central multimídia. Nós, pelo menos, não encontramos essa função na interface do nosso carro. Logo, é preciso desligar o carro ou dar o comando de destravamento antes de sair, uma rotina diferente.
Ainda sobre ligar e desligar, o BYD Dolphin tem comando na chave para partida remota. Ele não liga o motor, como faz nosso Jeep Compass, mas aciona o ar-condicionado de antemão para refrescar a cabine. O problema é que a central multimídia também entra em funcionamento e começa a reproduzir as músicas do celular conectado a ele. Depois, diferentemente dos outros carros com essa mesma função, ele não exige o comando de partida para, de fato, ligar. Na verdade, basta o motorista sentar ao volante, colocar o cinto, pisar no freio e colocar o carro em Drive. É até mais fácil, mas é diferente.
Algumas coisas são como aquele traço de personalidade, por assim dizer, do parceiro que você só descobre quando passa a morar junto. E não há muito o que fazer, além de se acostumar, quando é possível. Outras questões tornam-se inconvenientes. Em dias quentes, é notável que as saídas de ar do lado do carona resfriam mais do que as do lado do motorista.
Pelo menos no nosso carro é assim. E não, o Dolphin não tem ar-condicionado bizona. Ou você espera um tempo (coisa de 15 minutos) para a temperatura ficar uniforme ou fecha as saídas do carona para forçar o ar mais frio a sair pelo lado do motorista.
No teste de autonomia, publicado na edição passada, de junho, falamos sobre os travamentos e desconexões com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. Agora descobrimos o que pode ser a motivação para o travamento com o Android Auto, única plataforma que tem conexão sem fio: a perda de sinal da operadora do smartphone.
O Android Auto desconecta sempre que o carro passa por uma área sem cobertura ou com sombra de sinal. Esse inconveniente, porém, é ainda maior porque, quando a conexão é retomada, não haverá mais as indicações para o destino no Google Maps ou Waze até o sinal de celular ser recuperado. Pelo menos, há um navegador nativo disponível entre os aplicativos da central multimídia e funciona bem, é atualizado e pode ajudar em uma emergência. Contudo, esse recurso não permite aproximar a imagem do mapa para ver o caminho com mais detalhes.
As plataformas de conectividade também dificultam a interação com funções do carro, especialmente com comandos do ar-condicionado. Em vez de precisar fazer até três comandos para voltar ao menu do carro, descobrimos que é mais fácil desligar a tela por meio de um botão no console. Então a central multimídia passa a exibir um relógio e, caso o ar-condicionado esteja ligado, alguns atalhos para seus controles.
É o suficiente para mudar a velocidade, a temperatura e a direção do vento. Feitos os ajustes, é só “ligar” a tela novamente que ela voltará à função anterior. O sistema de climatização só tem botões físicos para ser ligado ou desligado, ou ativar o modo automático – mas não há como desligar a função por meio dele.
Sim, também é possível usar os comandos de voz apertando um botão ou falando a palavra-chave. Mas não resolve muito. Ao dizer “Hi, BYD. Diminuir a temperatura do ar-condicionado”, por exemplo, o sistema se confunde e reduz a velocidade da ventilação. Só entende se especificar a mudança em graus Celcius.
BYD Dolphin – 6.461 km
Versão | GS 180 EV |
Motor | elétrico, diant., transversal, síncrono, 95 cv, 18,4 kgfm |
Câmbio | automático, 1 marcha, tração dianteira |
Revisões | até 100.000 km: grátis |
Seguro | R$ 1.570 |
Consumo | No mês: 5,6 kW/100 km, com 58,3% de rodagem na cidade Desde jan/24: 7 kW/100 km, com 47,7% de rodagem na cidade |
Carregamento | 97,5 kW, 2h50 min, R$ 149,34 |