Longa Duração: Citroën C3 vai para a pista de testes e já tem reclamações

Um mês de muito aprendizado com o Citroën C3. Nossa equipe ainda está conhecendo o compacto e tentando entender seu manual de instruções. O livreto não traz apontamento algum sobre a rodagem com o carro nos primeiros quilômetros para amaciamento, então fizemos o primeiro teste de desempenho aos 1.500 km (o que nos foi conveniente também por conta de nossa agenda na pista).

Antes disso, porém, buscamos as informações que vão para o diário de bordo do carro para consultas rápidas, como a capacidade do tanque de combustível (47 litros) e a pressão dos pneus. O curioso é que, no C3, há indicação de pressão dos pneus para uso normal (29 psi nas quatro posições ), com carga (33 psi, na frente, e 36, psi atrás) e para economia de combustível (36 psi em todos). Mas este último não consta do manual (e é a que usaremos).

Também foi difícil encontrar o tipo de rodízio recomendado, que não estava na página relacionada aos pneus. Ainda ligamos para o 0800 da marca, que não soube informar. Depois, em contato com a assessoria de imprensa da Citroën, encontramos o padrão de rodízio na seção de informações gerais: os pneus mudam de eixo sem cruzar os lados.

Por sinal, estava na mesma seção onde diz que as barras no teto são apenas estéticas, não podem levar carga (há um aviso nelas, mas por dentro, em posição difícil de enxergar), e que o C3 não está homologado para ter engate.

Ainda aprendemos que o pequeno quadro de instrumentos tem ajuste, pressionando sua haste na tela “ILL”, (mas não serve para controlar o brilho da central multimídia).

Outras descobertas feitas nos primeiros dias foram que o destravamento das portas pode ser feito nas maçanetas, como nos Fiat, e que não existe ajuste de altura para os cintos de segurança. Assim como o carro de teste, nosso Citroën C3 também apresentou travamentos com Android Auto e Apple CarPlay, estando conectado com ou sem fio. A função só volta a funcionar após o carro ficar desligado por algum tempo.

Com quilometragem suficiente para ser considerado amaciado, o C3 seguiu para a pista de testes (o Campo de Provas da ZF, em Limeira, SP). Após mais de 40 km de medições, nosso First Edition se mostrou mais lento e mais econômico do que o Feel 1.0 fornecido pela fábrica e testado anteriormente.

A aceleração de 0 a 100 km/h foi cumprida em 17,2 s (0,8 s mais lenta). Nas retomadas, os tempos foram de 9,9 s, de 40 a 80 km/h (0,5 s a mais); 17,7 s, de 60 a 100 km/h ( 2,8 s de diferença); e longos 43,6 s, de 80 a 120 km/h (4,3 s mais demorada). O consumo urbano empatou em 14,1 km/l, mas o consumo rodoviário foi melhor: 16,6 km/l em nosso carro contra 15,8 km/l no carro da fábrica.

Pensávamos que o câmbio manual de cinco marchas (que vem dos Fiat, assim como o motor 1.0 Firefly) havia recebido relações de marchas mais longas, explicando o desempenho mais lento que o normal para os compactos 1.0 e o bom consumo.

Mas não: as relações de marcha e de diferencial final são exatamente as mesmas de um Fiat Argo 1.0. O que muda, na verdade, é o diâmetro do pneu: os 195/65 R15 que equipam o C3 têm diâmetro 5,3% maior que os 185/60 R15 do Argo, alongando as relações de marcha na mesma proporção. Talvez, também seja por isso que a diferença da velocidade aferida para o velocímetro seja de 7% quando em um Argo é de apenas 1%.

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As primeiras anotações incluíram reclamações de rangidos nos bancos dianteiros e ferrugem superficial nos semieixos do câmbio. O ar-condicionado gela muito bem, mas sua menor velocidade é forte e suas saídas de ar não podem ser fechadas por completo. E, às vezes, o carro demonstra dificuldade para atender os comandos de travamento e destravamento das portas pela chave.

Teste Quatro Rodas

Citroën C3 – 4.123 km