O Mercedes-Benz GLB é um caso curioso, tanto no segmento de SUVs de luxo como na linha da própria marca alemã. Isso porque o SUV feito no México é um dos poucos modelos compactos de luxo a oferecer sete lugares. Fora ele, só o Land Rover Discovery Sport traz, como opcional, sendo ainda maior e mais caro. Além disso, é o SUV mais barato da Mercedes no Brasil.
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Oferecido em duas versões, Advance (R$ 264.900) e Progressive (R$ 290.900), o modelo é mais barato até mesmo que o irmão menor, o GLA, que na nova geração vem importado da Alemanha (por isso paga mais impostos) e em uma opção topo de linha AMG Line (para justificar o preço?), por R$ 325.900.
O GLB, portanto, oferece uma boa relação custo/benefício, saindo algumas dezenas de reais mais barato, mesmo sendo bem maior que o GLA. E é mesmo o tamanho do GLB que dá a ele suas boas credenciais. Embora ainda possamos chamá-lo de compacto, o modelo tem 4,63 metros de comprimento, o que abre bastante espaço na cabine e faz com que o GLB cumpra bem o que se propõe.
Vá lá, encher o modelo com sete pessoas irá causar alguma aglomeração interna, mas há espaço para cinco adultos e duas crianças na terceira fileira. O arranjo interno é herança direta da minivan da Classe B, que ocupava a lacuna que o GLB também pretende preencher, na linha Mercedes. Aliás, quem já conviveu com uma minivan se sentirá em casa.
Como o GLB tem carroceria mais quadrada, inspirada no gigantesco GLS, o teto não tem o caimento atrás que costuma limitar o espaço para a cabeça dos ocupantes da segunda e terceira fileiras. Por isso, a sensação é de amplitude, bem diferente do GLA, razoavelmente mais apertado. Quem viaja na segunda fileira tem espaço de sobra também para as pernas, principalmente com o banco recuado (o que, por sua vez, impossibilita o uso dos dois bancos extras).
O acesso à terceira fileira é um tanto complicado, sendo preciso rebater os bancos da segunda por meio de alavancas e tiras que não são fáceis de encontrar de primeira. Uma vez instalados ali, é melhor que ninguém tenha mais de 1,60 m ou tenha alma de contorcionista, já que o cenário é o comum a modelos compactos com sete assentos. O espaço é diminuto e adultos só resistirão a trajetos curtos.
Na frente, o GLB é praticamente idêntico aos Classe A e GLA, o que não é mau sinal. O acabamento é primoroso e a recente revolução interior dos Mercedes-Benz dá ao painel ares minimalistas. Há poucos botões físicos e tudo é controlado por meio da tela central do sistema MBUX (de série nas duas versões), que entende comandos táteis e sonoros, embora o assistente pessoal da Mercedes ainda precise evoluir para entender comandos menos robóticos.
Com esse tamanho todo, o GLB é até relativamente leve, marcando 1.555 kg na balança. Isso facilita o trabalho do valente 1.3 turbo de 163 cv e do câmbio automático de sete marchas. Ele levou 10,3 s para ir de 0 a 100 km/h em nosso teste, e se na prática não vai ganhar nenhum grande prêmio, no trânsito urbano o GLB vai bem, com boas respostas do conjunto e uma direção leve e direta, que facilita as manobras. Na estrada, o modelo é confortável e silencioso, com força de reserva para ultrapassagens e retomadas.
O único ponto em que o GLB pode causar alguma estranheza é o visual. Ao vivo, o modelo é imponente, mas a traseira alta, embora fundamental para o bom espaço interno, deixa o modelo menos harmônico do que outros SUVs da marca. Mas, se a intenção é um modelo confortável com espaço de sobra para a família e que não custe o mesmo que um apartamento de luxo, o GLB é uma das poucas opções disponíveis.
As versões Advance e Progressive diferem na quantidade de equipamentos. Enquanto a primeira traz chave presencial, assistente de estacionamento com sensores e câmera de ré, frenagem autônoma, faróis full-led e rodas de liga leve aro 18; na segunda os destaques são piloto automático adaptativo, sensores de pontos cegos, assistente de mudança e manutenção de faixa, teto solar panorâmico e rodas AMG aro 19.
VEREDICTO – O GLB é um bom SUV para a família, com muito espaço interno, ótimo acabamento e preço coerente com o mercado.
Teste – Mercedes GLB 200
Aceleração
0 a 100 km/h: 10,3 s
0 a 1.000 m: 31,7 s – 167,1 km/h
Velocidade máxima
207 km/h (dado de fábrica)
Retomada
D 40 a 80 km/h: 4,9 s
D 60 a 100 km/h: 6 s
D 80 a 120 km/h: 7,6 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 13,9/24,4/55,4 m
Consumo
Urbano: 10,2 km/l
Rodoviário: 13,5 km/l
Ruído Interno
Neutro/rpm máx.: 40,8/69,9 dBA
80/120 km/h: 64,1/68 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 7ª marcha: 1.700 rpm
Volante: 2,8 voltas
Seu bolso
Preço básico: R$ 290.900
Garantia: 2 anos
Condições de teste: alt. 660 m; temp., 27,5 °C; umid. relat., 70%; press., 1.015 kPa
Ficha técnica – Mercedes GLB 200
Motor: gas., dianteiro, longitudinal, 4 cil., 16V, turbo, 1.332 cm³, 163 cv a 5.500 rpm, 25,5 kgfm a 1.620 rpm
Câmbio: automático, 7 marchas, tração dianteira
Suspensão: ind. McPherson (diant.), Multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant. e tras.)
Direção: elétrica, 11,7 (diâmetro de giro)
Pneus: 235/50 R19
Dimensões: comprimento, 463,4 cm; largura, 183,4 cm; altura, 165,9 cm; entre-eixos, 282,9 cm; porta-malas, 130 a 500 l; tanque de combustível, 52 litros; peso, 1.555 kg
Ângulos: A 18/B 13,9/C 18,3°
Vão livre do solo: 13,5 cm