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Mercedes-Benz S 63 AMG Coupé: uma estrela com tríplice coroa

Modelo representa o que há de melhor na Mercedes em termos de luxo, tecnologia e design

Por Péricles Malheiros
Atualizado em 30 Maio 2017, 15h35 - Publicado em 18 set 2015, 15h51
Pintura especial varia de tom conforme a variação de lux
Pintura especial varia de tom conforme a variação de luz (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O processo de rejuvenescimento do portfólio não para na Mercedes-Benz. Agora chegou a vez dos cupês de grande porte. Sai o obsoleto e pouco sedutor CL e entra o S com carroceria duas portas, corpo esguio, interior luxuoso e visual arrebatador. No Brasil, a novidade chega abalando as estruturas, na versão 63 AMG.

Conhecidos pelo garbo e elegância, os sedãs da Classe S nunca tiveram no design sua maior força – mesmo a atual geração, apesar de mais chamativa que as anteriores, é assim. Mas eis que a Mercedes, em sua estratégia de tornar seus produtos agradáveis também aos olhos dos consumidores mais jovens, resolve chocar.

Ao criar a versão cupê da Classe S, a marca foi muito além da convencional receita de apenas rebaixar o teto e arrancar as portas traseiras. O S Coupé transborda personalidade, especialmente nessa versão 63 AMG, com seus para-choques anabolizados.

Carroceria cupê tem diversas partes de alumínio
Carroceria cupê tem diversas partes de alumínio (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Nas laterais, dois enormes vincos unem visualmente as rodas aro 20 calçadas com pneus que, de tão largos, mais se assemelham a rolos compressores de borracha: 255/40 na frente e 295/30 atrás. As rodas (forjadas numa liga superleve) fazem parte do pacote AMG Lightweight Performance, de redução de peso. Entram aí também os freios com discos de material composto e pinças com massa aliviada e uma carroceria com larga aplicação de alumínio.

Em relação ao finado CL topo de linha, o S 63 AMG Coupé é 65 kg mais leve, apesar de carregar muito mais equipamentos. Se os tais vincos laterais, como dizem os designers, aceleram o visual, direcionadores de fluxo de ar (spoiler à frente e difusor atrás) evitam que a carroceria flutue em altas velocidades – aqui vale lembrar que o S 63 AMG vem com o limitador de velocidade (a 250 km/h) desabilitado e pode passar dos 300 km/h.

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Contorno cromado dos vidros reforça o estilo cupê
Contorno cromado dos vidros reforça o estilo cupê (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Há espaço para elementos puramente emocionais, como 47 cristais Swarovski dispostos no interior dos faróis para um efeito exclusivo das luzes diurna e indicadoras de direção.

Faróis carregam em seu interior 47 cristais Swaroski
Faróis carregam em seu interior 47 cristais Swaroski (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A cabine é ainda mais surpreendente que o exterior. O acesso a ela é feito por portas que, de tão gigantescas, acabam facilitando o acesso ao banco traseiro. Só o ato de ocupar o S é um show: com a chave no bolso, basta tocar a maçaneta e as portas se destravam, ao mesmo tempo que luzes externas de cortesia se acendem.

Revestimento de couro branco dá a impressão de ampliar o interior
Revestimento de couro branco dá a impressão de ampliar o interior (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Para acomodar seu convidado na traseira do cupê, basta puxar a alça de alumínio no topo do encosto de um dos bancos dianteiros: automaticamente, o sistema elétrico move o conjunto todo para a frente, retornando à posição em que estava assim que o encosto é manualmente reposicionado. Se a porta ficou entreaberta, sem problema: um sistema elétrico se encarrega de concluir o fechamento.

Bancos dianteiros se movimentam automaticamente para dar acesso aos traseiros
Bancos dianteiros se movimentam automaticamente para dar acesso aos traseiros (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Garçom solícito

Assim que você entra, a moldura por onde passa a fita do cinto de segurança se estende, deixando a fivela além da linha do ombro, mesmo do motorista mais baixinho. É como se fosse o garçom de um restaurante fino recebendo seu mais ilustre cliente.

Touchpad do console funciona integrado ao display central
Touchpad do console funciona integrado ao display central (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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O motor desse AMG você não liga, acorda. Como um monstro, ele desperta acelerado e urrante, mas logo se acalma em marcha lenta. É um V8 biturbo de 5,5 litros com 91,8 mkgf de torque e 585 cv de potência. Um seletor de modos de condução permite que se utilize o S 63 como um confortável cupê, mas estamos a bordo de um AMG topo de linha, e muito provavelmente você – assim como a grande maioria dos clientes da divisão esportiva da Mercedes – não está nem aí para as configurações mais mansas do carro.

No enorme cofre, sobra espaço para o V8 biturbo de 585 cv e 91,8 mkgf
No enorme cofre, sobra espaço para o V8 biturbo de 585 cv e 91,8 mkgf (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Na pista, o esportivo de 5,04 metros de comprimento e 2.070 kg fez a terra tremer: cumpriu o teste de aceleração de 0 a 100 km/h em 4 segundos cravados. Em cerca da metade desse tempo, ele impressionou em cada uma das provas de retomada de velocidade: 40 a 80 km/h, 60 a 100 km/h e 80 a 120 km/h em, respectivamente, 2, 2,1 e 2,4 segundos.

Ele freia para você

Os tais freios superleves são facilmente identificados pelas pinças vermelhas. Se você acha que elas chamam atenção, espere até a primeira oportunidade em que forem exigidas ao extremo: este AMG não freia, estanca. E o faz com segurança total, sem deixar a carroceria balançar mesmo nas frenagens longas, em uma ação conjunta com a suspensão de acerto firme.

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Nos bancos, memória, ventilação e massagem
Nos bancos, memória, ventilação e massagem (Marco de Bari/Quatro Rodas)
Sistema de áudio tem alto-falante até no console que divide os bancos traseiros
Sistema de áudio tem alto-falante até no console que divide os bancos traseiros (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Mas talvez você depare com situações em que os freios vão impressioná-lo antes mesmo que você pense em acioná-los: ao detectar a iminência de uma colisão, o S 63 freia sozinho, sem qualquer ação por parte do motorista. Head-up display (HUD), câmera de visão noturna, câmera de visão 360 graus e alerta de mudança involuntária de faixa de rolamento são outras soluções high tech de auxílio à pilotagem.

Até as imagens da visão noturna têm alta definição
Até as imagens da visão noturna têm alta definição (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2014, o S 63 AMG é vendido no Brasil por um valor na faixa do R$ 1 milhão. Hoje, na Europa, ele já tem a companhia de um representante ainda mais poderoso: o S 65 AMG, com um colossal motor V12 de 630 cv e 102 mkgf de torque. Para mim, um exagero. Eu ficaria feliz com o 63.

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Pora-malas: abertura elétrica, acesso fácil e impressioantes 530 litros
Pora-malas: abertura elétrica, acesso fácil e impressioantes 530 litros (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Avaliação do editor

  • Motor e câmbio – O V8 5.5 e a caixa automatizada multidiscos de sete marchas dão um show de precisão.
  • Dirigibilidade – Mesmo com enormes pneus, suspensão e direção não se desconectam do piloto.
  • Segurança – Há airbags frontais, laterais e do tipo cortina, tração integral, sistema de visão noturna e piloto automático adaptativo.
  • Seu bolso – É caro. Mais até do que o igualmente avantajado Porsche Panamera Turbo, de R$ 981000.
  • Conteúdo – Nos bancos, ajustes elétricos com memória, ventilação e aquecimento, além de almofadas massageadoras.
  • Vida a bordo – As duas telas horizontais grandes facilitam a vida do condutor, que tem acesso fácil, claro e imediato a todas as funções do carro.
  • Qualidade – Montagem irrepreensível da cabine e carroceria. Couro é de primeira, com textura e aparência muito agradáveis.

Veredicto QUATRO RODAS

Tão luxuoso quanto os sedãs da Classe S e tão brutal quanto os superesportivos mais famosos da Mercedes, o S 63 AMG Coupé, com suas proporções avantajadas, tem performance de carro de corrida.

 

Ficha técnica / Teste de pista

 
Motor gasolina, diant., V8, 32V, biturbo
Cilindrada 5.461 cm³
Diâmetro x curso 98 x 90,5 mm
Taxa de compressão 10:1
Potência 585 cv a 5.500 rpm
Torque 91,8 mkgf a 2.250 rpm
Câmbio automatizado, multidiscos, 7 marchas, tração integral
Dimensões comprimento, 504 cm; largura, 191 cm; altura, 141 cm; entre-eixos, 294,5 cm
Peso 2.070 kg
Peso/potência 3,5 kg/cv
Peso/torque 22,5 kg/mkgf
Porta-malas/caçamba 530 l
Tanque 80 l
Suspensão dianteira molas pneumáticas com amortecedores controlados eletronicamente
Freios discos ventilados de material composto
Direção elétrica, 2,5 voltas
Pneus 255/40 R20 (diant.) e 295/30 R20 (tras.)
Equipamentos suspensão pneumática, faróis com leds e cristais, bancos com ajuste elétrico, memória, ventilação, aquecimento e massageador, câmera de visão noturna, piloto automático adaptativo, sistema multimídia com áudio de alta fidelidade
Consumo urbano 6,7 km/l
Consumo rodoviário 9,8 km/l
0 a 100 km/h 4 s
0 a 1000 m 21,7 s – 250,6 km/h
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D) 2 s
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D) 2,1 s
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D) 2,4 s
Velocidade máxima Acima de 300 km/h
Frenagem 15,2/26,3/60,3 m
Ruído interno 1ª rpm máx 40,4/68,4 dBA
Ruído interno 80 / 120 km/h 59,1/63,4 dBA
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