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Mercedes-Benz SL 63 AMG

Repleto de atributos, ele traz o melhor da marca e fica em contato com o céu

Por Ulisses Cavalcante | fotos: Christian Castanho
Atualizado em 19 mar 2024, 16h41 - Publicado em 8 mar 2013, 18h19
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    A indústria automotiva costuma chamar de “crossover” todo carro que reúne características de categorias distintas, mas o termo se aplica a traços de estilo ou de construção. Eu gostaria que a definição fosse mais ampla, tão abrangente quanto “virose” na área médica, pois isso me permitiria chamar este roadster de crossover. Ele traz o que a Mercedes tem de melhor. Anda ao lado do SLS, é instigante como o CLS, tão ágil quanto o C 63, luxuoso como um Classe E e mais caro que o sedã topo de linha Classe S. Não bastassem as credenciais de sua sétima geração, descende do lendário 300 SL, um vanguardista de 60 anos. Ao emprestar as qualidades dos familiares, o SL contraria o dito popular de que quem é bom em tudo não é bom em nada. Definitivamente, esse não é seu caso. Ainda mais quando ele recolhe a capota.

    Até aqui as comparações são subjetivas, mas sua ficha técnica e seus testes de desempenho mostram superlativos que o destacam mesmo entre os luxuosos. Meio grandalhão para um roadster (tem 463 cm de comprimento), usa um motor 5.5 V8 com potência de muscle car (564 cv). E, como manda a tradição da categoria SL, é fabricado com materiais nobres e incorpora a última palavra em tecnologia disponível na prateleira da Mercedes.

    A carroceria é feita de alumínio, metal que ajudou a reduzir seu peso total em 125 kg em relação à geração anterior. Na versão AMG, parte dessa redução foi obtida utilizando fibra de carbono em peças aerodinâmicas. Na traseira, elementos de reforço estrutural de magnésio atrás do tanque foram moldados para conter o ponteiro da balança sem prejudicar a rigidez torcional da carroceria. O teto também é feito desse material. Pela mesma razão.

    Pela primeira vez, a Mercedes adota carroceria de metal leve. Segundo a marca, ela pesaria 110 kg a mais se fosse de aço. Apesar de mais magro, o esportivo está maior em relação ao anterior. Acrescentou 5 cm no comprimento e 5,7 na largura.

    Outras tecnologias impensáveis para o SL de 1954 também estreiam no modelo. Em sua sétima geração, é capaz de estacionar sozinho, usando sensores por ultrassom que identificam vagas e comandam o esterço da direção elétrica. A capota rígida que se recolhe em 19 segundos por meio de um mecanismo eletro-hidráulico pode vir com o Magic Sky Control, um teto de vidro transparente que escurece ao toque de um botão. Na SL 63, o item é de série. Aliás, não há opcionais. Por 399 900 dólares, vendido sob encomenda, o cardápio do comprador se resume às dez opções de pintura e em quatro cores de acabamento interno de couro. Outra novidade no carrão é o MagicVision Control, um novo sistema de limpador de para-brisa no qual o fluido não é espirrado no vidro por um jato, mas aplicado por meio de canais no corpo das palhetas. A medida evita sujar o carro à toa e molhar os ocupantes quando a capota está abaixada.

    Na mecânica, o comportamento dos amortecedores se adapta ao modo de atuação da transmissão Speed Shift MCT, cujo funcionamento é controlado pelo motorista. No console, um botão alterna os modos Comfort, Sport, Sport+ e Manual, dependendo das intenções e da habilidade do motorista. Em “C”, a suspensão é macia, as acelerações são menos rápidas e quando o carro para em semáforos a função start/stop mantém-se em alerta, desligando o motor para economizar combustível e reduzir emissões de poluentes.

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    A esportividade é intrínseca ao SL, mas a função “M” multiplica o espírito desportista do roadster. Vale dizer que, para o motorista comum, isso não representa aumento no desempenho. O carro escapará de lado, exigirá correções e aumentará a adrenalina de quem dirige, mas isso não necessariamente resultará em números melhores. O ideal é manter o botão no S ou S+ e curtir a emoção assistida pela eletrônica. A transmissão de sete marchas tem sistema de embreagem multidiscos no lugar do conversor de torque, eliminando os “buracos” entre as trocas e tornando as mudanças de marcha mais ágeis. Na prática, parece que o câmbio lê pensamentos. Na pista, o que você precisa fazer é frear forte antes das curvas e sentir as reduções como se fossem feitas por intervenção divina. Você percebe que o câmbio é um trabalhador eficaz por causa do aumento da rotação em reduções e pelas respostas imediatas ao acelerador nas saídas dos contornos.

    A nova geração trocou os conhecidos V8 6.2 aspirados por um V8 5.5 biturbo. A principal vantagem do novo motor é a quantidade medonha de torque entre 2 250 e 2 750 rpm. Com os modos esportivos acionados (são três ajustes), marcamos 4,3 segundos no 0 a 100 km/h. Só para comparar, o Audi R8 GT completou a prova com 4,2, mesmo tempo do BMW M5. Apesar de não ser um ás nas provas de consumo, fez 10,5 km/l na estrada, o que não é ruim para um modelo com ficha técnica exuberante.

    A lista de equipamentos para quem busca conforto é igualmente rica. Os bancos são de primeira classe, incluindo aquecedor no encosto, memórias de posição, acabamento de fibra de carbono e sistema de som da grife Harman Kardon. Ainda no capítulo comodidade, não é preciso usar a chave para abrir o porta-malas. Basta passar os pés embaixo do para-choque traseiro e a tampa se abre. Outro movimento fecha a mala.

    Além do SL 63 AMG, será oferecida ainda a versão SL 350, com um motor V6 3.5 de 306 cv, por 269 900 dólares. Se para você o valor é mero detalhe, não faz questão dos quatro assentos oferecidos pelo CLS nem da sisudez dos sedãs, e gosta de eventualmente estar em contato direto com o céu, siga na direção dessa estrela.

    DIREÇÃO, FREIO
E SUSPENSÃO

    Direção tem assistência variável e é precisa, mas poderia ser mais macia. Os freios e a suspensão impressionam pela eficiência.

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    ★★★★★

    MOTOR E CÂMBIO

    Conjunto confere agilidade e trabalha como uma orquestra sinfônica. Seu defeito é o alto consumo, questão mais bem resolvida pela arquirrival BMW.

    ★★★★☆

    CARROCERIA

    Bela e elegante, mas não faz jus ao brilho e à aparência inovadora do 300 SL de 1954.

    ★★★★★ VIDA A BORDO

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    Parece um terno feito com tecidos nobres
 e corte impecável, sob medida. É compatível com o preço da etiqueta.

    ★★★★★

    SEGURANÇA

    Neste quesito é blindado contra críticas. Conta com toda a tecnologia disponível na prateleira do fabricante alemão.

    ★★★★★

    SEU BOLSO

    Está numa categoria em que custo-benefício é um dos últimos 
itens de prioridade
 do comprador. Mesmo assim, há carros tão exclusivos quanto ele por muitos milhares 
de reais a menos.

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    ★★

    OS RIVAIS Porsche 911 Carrera S

    640_amg_tx.jpg

    Recém-lançado, tem tecnologia para conter o consumo, algo controverso na marca. tem 400 cv e custa 609 000 reais.

    Jaguar XKR-S

    640_amg_tx1.jpg

    O rival inglês tem motor 5.0
V8 de 550 cv, por 620 000 reais. tem importação oficial para
o Brasil, feita pelo fabricante.

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    VEREDICTO

    É uma das principais estrelas na constelação da Mercedes e, na minha opinião, o carro mais bacana da marca – não necessariamente o melhor negócio. Por uma pequena fortuna, entrega ao comprador a exclusividade e o prazer que o dinheiro pode comprar.

    >> Confira a Ficha Técnica do carro

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