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Mitsubishi L200 Savana é 4×4 feita para lama – e cobra a mais por isso

Picape traz como principal vocação o enfrentamento de terrenos fora de estrada, mas custa exatos R$ 20.000 mais caro que a versão topo de linha da L200

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 dez 2023, 11h41 - Publicado em 19 out 2023, 17h13
Mitsubishi L200 Savana
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Dentro da categoria das picapes há uma série de subcategorias e uma das principais são as picapes com vocação off-road. A maioria das marcas quer te convencer de que a picape dela pode enfrentar qualquer terreno, mas não é bem assim. Há alguns modelos do mercado que têm atributos específicos que os colocam em outro patamar quando o assunto é lama e terra. Esse é o caso da Mitsubishi L200 Triton Savana, uma das pioneiras neste subsegmento.

Ela tem quase 20 anos de mercado e é uma versão criada para as condições off-road de nosso país, segundo a fábrica. Para quem gosta de enfrentar areia, terra e lama, a Savana é uma opção sob medida.

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Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Entre as principais características que tornam essa picape adequada para o fora de estrada estão os pneus Goodyear Duratrac 265/70 R17, os quais, segundo a fábrica, desenvolvidos para enfrentar situações severas tendo características como dentes de serra nos sulcos, que oferecem maior tração.

As rodas são de aço, exatamente para não estarem sujeitas a riscos como as rodas de liga leve diamantadas que equipam a L200 topo de linha, a HPE-S (com pneus para uso no asfalto).

Há ainda outros atributos interessantes para permitir o desbravamento de trilhas, como o snorkel que garante uma capacidade de transposição em trechos alagados de até 700 milímetros, 16,7% mais em relação à L200 tradicional.

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E, no bagageiro do teto, que pode carregar até 50 kg extras, há uma prancha de desencalhe, bem útil em uma situação de atolamento.

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Outro item, que poderia ser acessório, mas é de série na Savana, são os chamados rocksliders. São barras laterais para a carroceria, cuja função é proteger a picape e ajudar na transposição de obstáculos. Ao contrário dos estribos, que servem para facilitar o acesso à cabine, como apoio para os pés das pessoas, os rocksliders escoram e permitem que a lateral passe por locais com grande inclinação deslizando, enquanto um estribo poderia ficar enroscado e ser danificado. 

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Função semelhante ao rockslider tem o dispositivo batizado de skid plate, uma placa instalada sob a picape que evita danos ao motor e à parte inferior, que pode fazer contato com o solo, como um todo. O para-choque de impulsão, por sua vez, tem como missão proteger a dianteira contra impactos leves. 

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A capacidade de carga da Savana de 1.055 kg está na média entre as rivais e a caçamba conta com o revestimento X-Liner, um material poroso que, segundo a Mitsubishi, elimina a possibilidade de riscos. Esse acabamento também está presente no bagageiro de teto. A Savana traz também uma caixa na lateral da caçamba, para o carregamento de volumes menores, que pode ser trancada com chave.

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Diante das rivais  

O motor que equipa a série é o 2.4 turbo diesel de quatro cilindros com estrutura de alumínio (o que alivia o peso e ajuda a otimizar o consumo de combustível). Ele traz a tecnologia de válvulas variáveis MIVEC e turbina de geometria variável, e rende até 190 cv de potência e 43,9 kgfm de torque. 

Ela é a menos potente das picapes médias e entre as focadas no fora de estrada também fica atrás. A Ranger Storm tem motor maior de 3.2 litros turbo diesel que rende até 200 cv e a Toyota Hilux GR-Sport fica bem à frente, pois traz um motor 2.8 turbo diesel desenvolvido para entregar até 224 cv e 55 kgfm.

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Em nossa pista, a Savana cumpriu de 0 a 100 km/h em 13,1 segundos, enquanto a L200 HPE-S levou 12 segundos e a Hilux GR-Sport precisou de apenas 9,7 segundos. As retomadas de velocidade da Savana também foram inferiores aos da L200 convencional e da picape esportiva da Toyota. 

Em relação ao consumo, era esperado que, com a nova transmissão de seis marchas, que garante mais fôlego ao motor 2.8 e faz com que ele trabalhe em faixas mais baixas de rotação, houvesse melhorias no menor consumo de combustível. Mas, em nossas medições, a Savana não se saiu bem, com médias de 8,1 km/l, na cidade, e 9,4 km/l, na estrada. A versão HPE-S consumiu menos: 8,2 km/l e 11,5 km/l. E a GR-Sport também: 10 km/l e 11,6 km/l. Sempre com diesel e respectivamente.

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Essa diferença pode ser explicada pelos pneus escolhidos para a Savana, que são de uso off-road, combinados a acessórios que agregam peso e pioram a aerodinâmica (como snorkel etc.). 

O motor trabalha mais silencioso com a transmissão de seis marchas e o ruído invade menos a cabine, a questão é que o barulho de rolagem dos pneus fora de estrada no asfalto incomoda bastante e ainda gera vibração tanto no banco quanto no volante. Na nossa medição de ruído interno pudemos constatar que, a 120 km/h, o barulho chega a 75 decibéis, enquanto a versão HPE-S (com pneus de uso no asfalto) emite 69,8 decibéis. 

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Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

A dinâmica ao volante é favorecida por amortecedores hidráulicos com boa calibração e a ergonomia beneficiada pelo controle de altura do banco e de altura e profundidade do volante.

Bloqueio do diferencial  

A Savana conta ainda com um modo de condução off-road, no qual é possível escolher quatro tipos de terreno: Cascalho, Lama/Neve, Areia e Pedra – otimizando a tração para cada tipo de piso. O sistema altera de forma automática a entrega de torque e potência ajustando a transmissão e os controles eletrônicos de estabilidade e tração. 

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O HDC (controle de descida em rampas) também está disponível e pode ser acionado por meio de um botão no console central. Com esse recurso, a picape é capaz de descer ladeiras íngrimes, mesmo com baixa aderência, sem que o motorista precise pisar no freio. 

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Para situações em que uma ou mais rodas estão destracionadas, a picape conta com o Sistema Ativo de Controle de Tração (ATC), que monitora a rotação das rodas e atua desacelerando a roda que tem menos aderência, enviando a tração para a roda mais bem  apoiada ao solo.

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O sistema de tração também conta com o Bloqueio do Diferencial Traseiro, que permite que as duas rodas do eixo de trás recebam tração de forma idêntica, o que é muito útil em uma situação de atolamento em uma subida, por exemplo, permitindo que as duas rodas traseiras girem ao mesmo tempo.

A L200 Savana custa R$ 309.990 e por mais que ela seja uma picape robusta e com verdadeira vocação fora  de estrada fica devendo em tecnologias semiautônomas. A picape só traz a frenagem autônoma de emergência, enquanto a principal rival, Hilux GR-Sport, traz o pacote completo, com piloto automático adaptativo, alerta sonoro pré-colisão e sistema de alerta de saída de faixa. Além de ter um desempenho e consumo melhores que os da Mitsubishi. Porém, a picape da Toyota custa bem mais caro, R$ 372.890, exatos R$ 62.900 mais cara. O valor pode assustar, mas nessa faixa de preço essa é uma diferença relativamente tolerada pelo consumidor.

Mitsubishi L200 Savana
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em relação a versão “convencional” da L200 Triton a diferença de preço é ainda maior ao considerarmos a versão topo de linha HPE-S. Ela custa R$ 289.990, portanto exatos R$ 20.000 mais barata que a Savana.

De qualquer forma, a Mitsubishi L200 se defende bem e é reconhecida por desbravar trilhas desafiadoras: há anos é o modelo mais utilizado no Rally dos Sertões. Exatamente por isso é necessário frisar que é uma picape feita para quem quer ou precisa trilhar terrenos rurais. E ela mostra que sabe fazer isso bem, com a experiência de uma picape de 20 anos de mercado.

Veredicto

Savana tem como vantagem a capacidade off-road, mas não vai tão bem no asfalto e peca na tecnologia embarcada.

Ficha Técnica – Mitsubishi L200 Triton Savana 2024

Motor: diesel, diant., transv., 4 cil., 16V, 2.442 cm³, 190 cv a 3.500 rpm, 43,9 kgfm a 2.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração 4×4
Direção: hidráulica, 11,8 m
Suspensão: indep., braços sobrepostos (diant.), feixe de molas (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 265/70 R17
Dimensões: compr., 537,9 cm; larg., 187,7 cm; alt., 193 cm; entre-eixos, 300 cm; peso, 1.376 kg; caçamba, 1.046 l; capacidade de carga, 1.055 kg; ângulo de entrada, 33°; ângulo de saída, 24°; ângulo de rampa, 26°; altura livre do solo, 23,3 cm

TESTE SAVANA
(Reprodução/Quatro Rodas)

 

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