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Nissan Altima SL 2.5 16V

Sem a responsabilidade por volume de vendas, o sedã estreia com a missão de embelezar o showroom da marca

Por Péricles Malheiros | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 8 nov 2016, 23h30 - Publicado em 22 dez 2013, 22h09
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    Alguns carros não nascem para o estrelato. Eles vêm ao mundo com a missão de dar ao consumidor a sensação de que ele pode ser atendido em todas as fases (econômicas) de sua vida sem sair do portfólio de uma montadora. Veja a Nissan. Até agora, o Versa era o seu representante de entrada e o Sentra o mais top da casa. A situação está prestes a mudar: a partir do fim de novembro estreia nas concessionárias o Altima.

    O lançamento da marca japonesa chega para se provar diante de pesos-pesados: os sedutores e arrojados Ford Fusion e Hyundai Sonata. Também encontrará figurões como Honda Accord, Kia Optima e Toyota Camry. Ou seja, melhor mesmo para o Altima não estabelecer planos de voo ambiciosos. Questionada sobre a expectativa de vendas mensais, a gerente de produto, Ana Serra, se limitou a dizer: “O primeiro lote terá 200 unidades. Será a velocidade de vendas que determinará o volume dos próximos pedidos”. O principal ponto negativo da Nissan é o fato de não contar com uma versão forte: todos os seus rivais têm uma opção além do quatro-cilindros. Assim, conseguem atender quem pretende blindar seu sedã, por exemplo. Nos Estados Unidos há o Altima V6, mas a marca não fala sobre ele por aqui. Além disso, esse motor não é flex, caso do Fusion. “Não consideramos incorporar a tecnologia flex ao 2.5 do Altima por causa do baixo volume projetado”, diz uma fonte ligada à marca. Mas é bom que se diga: o quatro-cilindros de 2,5 litros é bem-servido de atributos. Conta com bloco de alumínio, comando de válvulas (de admissão e escape) variável e coletor do sistema de admissão com geometria também variável, para melhor resposta ao acelerador – ele encurta ou alonga o caminho a ser percorrido pela mistura ar/ combustível até as câmaras de combustão.

    Ao menos no que diz respeito aos números obtidos nas provas de desempenho, o Altima demonstrou capacidade de andar junto (ou mais) que a concorrência. Ele, Sonata e Fusion – este, o único flex do trio – cumprem a prova de aceleração de 0 a 100 km/h em 9,7, 10,1 e 10,7 segundos, respectivamente. Nas retomadas de velocidade (40 a 80/60 a 100/80 a 120 km/h), o equilíbrio foi ainda maior: na mesma ordem, 4,2/4,2/4,6; 5,5/5,5/5,8 e 7/7,1/7,4 segundos.

    Para atingir esses números tão próximos aos dos rivais, a receita do Altima tem um ingrediente típico Nissan: o câmbio CVT, de relação continuamente variável – também conhecido como câmbio infinito -, o mesmo do Sentra. O uso é idêntico ao de um automático convencional, com conversor de torque, mas é preciso acostumar os ouvidos: pisou fundo, o motor fixa uma alta rotação e o câmbio vai gradativamente imprimindo velocidade ao carro.

    Forçando a barra

    Com elevada rigidez (no cofre do motor, destaca-se a barra antitorção superior, algo raro no segmento), o Altima proporciona arrancadas controladas: o piloto não precisa aplicar correções no volante para manter o carro em linha reta. Nas curvas, a suspensão (McPherson na frente e multilink atrás) bem-acertada é auxiliada por controles de estabilidade e tração pouco intrusivos. Menos tolerante é o sistema de alerta de mudança involuntária de faixa de rolagem: o aviso sonoro dispara antes de as rodas ultrapassarem os limites da faixa. Ar-condicionado digital individual na dianteira, banco do motorista com ajuste elétrico, teto solar elétrico, volante multifuncional, câmera de ré e bancos de couro são os principais itens do pacote de equipamentos de conforto.

    Ao desenhar o Altima, a Nissan deu especial atenção à cabine. Com 2,78 metros de entre-eixos, ele tem espaço para cabeça, ombros e pernas semelhante ao encontrado no Fusion, mas perde no volume de porta-malas: 436 ante 514 litros – por fora, ambos têm comprimento de 4,87 metros.

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    Com preço sugerido de 99 800 reais, o Altima chega custando mais do que o seu principal alvo, o Fusion 2.5 top, de 95 900. O japonês é mais equipado (e caro), mas ainda não é tão atraente.

    DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

    O Altima é um carro gostoso de dirigir. Destaque para o bom acerto da suspensão e dos sistemas de controle e tração.

    ★★★★☆

    MOTOR E CÂMBIO

    Econômico e elástico, o motor poderia ser flex e um pouco mais silencioso.

    ★★★★

    CARROCERIA

    Apesar de recém-retocado, o Altima é muito mais conservador do que os principais nomes do segmento, Fusion e Sonata.

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    ★★★☆

    VIDA A BORDO

    Materiais e acabamento denotam qualidade e a extensa lista de equipamentos garante conforto e segurança aos convidados.

    ★★★★

    SEGURANÇA

    Cinco estrelas nos testes de impacto, múltiplos airbags e dispositivos complementares, como ESP e alerta de mudança involuntária de faixa. Tudo de série.

    ★★★★★

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    SEU BOLSO

    O baixo volume de vendas pode até garantir exclusividade, mas sem presença no mercado, o Altima tende a sofrer com uma desvalorização mais alta.

    ★★★☆

    OS RIVAIS Ford Fusion 2.5 flex

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    Com teto solar, vai a 99 900 reais) e empata em preço com o Altima. Design arrojado e motor flex são os pontos altos.

    Hyundai Sonata 2.4

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    Sonata e Azera exibem o que a Hyundai chama de escultura fluida, com vincos bem-definidos. Sonata custa 107 000 reais.

    VEREDICTO

    Pelo baixo volume de vendas projetado, o Altima tende a sofrer forte desvalorização. Mas, se você gostou do estilo e busca um sedã japonês com confiabilidade e robustez mecânica, confortável, bom de dirigir e discreto, vale a pena conhecê-lo.

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