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Nissan X-Trail é SUV híbrido que só anda com motor elétrico e faz 22 km/l

O SUV japonês traz o conceito e-Power, que usa um motor térmico para alimentar dois elétricos, que são os que tracionam o veículo

Por Da Redação
Atualizado em 24 dez 2023, 13h37 - Publicado em 11 jul 2023, 23h39
X-Trail
 (Divulgação/Quatro Rodas)
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Quando a Nissan apresentou a primeira geração do X-Trail, há duas décadas, ele era considerado um modelo todo-terreno. Mas, com o passar dos anos, ele foi perdendo suas origens e acabou se tornando uma espécie de irmão maior do Qashqai. Como a transformação dele em crossover comum não foi muito bem apreciada pelos clientes, a montadora japonesa deu um passo atrás. Agora, na nova geração, que é sua quarta, o X-Trail está no meio do caminho aliando características de SUV com algo de 4×4 mais raiz.

O novo Nissan pode ser o carro da família, mas também serve para incursões em trilhas, especialmente na versão e-4ORCE, com tração integral, mostrada aqui, que custa 45.000 euros em Portugal.

X-Trail
Na quarta geração, X-Trail recupera sua vocação off-road (Divulgação/Quatro Rodas)

Com 4,68 m de comprimento, ele é 25 cm maior que o Qashqai, com o qual compartilha a plataforma CMF-C do Grupo Renault-Nissan. Além disso, é 8 cm mais alto e oferece versões de cinco e sete lugares. Uma das características mais especiais do X-Trail está no sistema de propulsão.

Não se trata de um princípio técnico inédito, mas é raro: o movimento das rodas é puramente elétrico, gerado por dois motores (um dianteiro de 204 cv e outro traseiro de 127 cv). A potência total combinada é de 213 cv, segundo a fábrica, o que significa que o todo é menor do que a soma das partes.

Xtrail
Além do painel e da central multimídia, controlados pelo volante multifuncional, ainda existe o recurso do head-up display (Divulgação/Quatro Rodas)

Até aqui, nada anormal. A diferença é que esses motores não são alimentados por uma grande bateria, como nos elétricos normais, mas por um motor térmico 1.5 de três cilindros, com 158 cv, e uma pequena bateria de 2,1 kWh (dos quais 1,8 kWh utilizáveis), que serve como gerador de potência. Arranjo incomum: mas o que conta é o resultado. E, dessa forma, o X-Trail consegue ser mais econômico do que um similar híbrido.

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X-Trail
Bancos têm revestimento de couro (Divulgação/Quatro Rodas)
X-Trail
(Divulgação/Quatro Rodas)

O motor a combustão traz ainda um recurso técnico que aumenta seu rendimento, que é a taxa de compressão variável. Quando se requer muita potência, a taxa de compressão diminui (até um mínimo de 8:1); se a aceleração é suave, a compressão sobe (até 14:1). A variação é feita por meio de um mecanismo que muda a altura do ponto de união da biela com o virabrequim. A razão é que, mesmo que o motor a combustão não esteja ligado às rodas, quando a aceleração é mais forte, ele produz mais potência para que os motores elétricos respondam.

X-Trail df
Tração integral, motor com compressão variável, central de 12,3” e ar-condicionado de três zonas são itens a bordo (Divulgação/Quatro Rodas)

Ao volante, o X-Trail é muito parecido com carro elétrico puro. Pisamos no acelerador e a resposta é quase instantânea. Quase, porque não chega a ser tão rápida como em um elétrico a bateria, mas ainda assim muito convincente. O arranque de 0 a 100 km/h é feito em apenas 7 segundos e a máxima é de 180 km/h. E ainda faz um consumo médio declarado de 22 km/l.

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O principal ponto negativo é que o motor a combustão gira a uma velocidade muito alta quando aceleramos mais fortemente, com a consequente elevação do ruído. Nas demais situações, o X-Trail é quase tão silencioso quanto um elétrico convencional.

X-Trailvb

Quando soltamos o pedal da direita, o X-Trail continua a se mover em roda livre, mas o motorista pode aumentar a recuperação de energia acionando a posição “B” (de “brake”) ou pressionando o botão “e-pedal”. Nesse caso, a redução da velocidade é mais evidente, mesmo que não se trate de uma função “one pedal drive”, ou seja, o X-Trail nunca se imobiliza por completo sem pressão no freio. Isso torna a utilização urbana mais confortável.

 

Xtrail
Sem terceira fila: 485 l no porta-malas (Divulgação/Quatro Rodas)

O comportamento em curva do SUV melhorou muito, graças a um maior equilíbrio entre estabilidade e conforto. Ainda assim, a carroceria se inclina um pouco nessas situações, o que é normal tendo em conta a altura do X-Trail. A direção está um pouco mais direta e tem assistência variável em função da velocidade, mas continua transmitindo sensação artificial.

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X-TRail
(Divulgação/Quatro Rodas)

O dispositivo e-4ORCE é indicado para as incursões off-road moderadas, mas nada muito exigente (a altura do solo é limitada). Superfícies com diferentes níveis de aderência também são bem digeridas pelo sistema. Uma câmera projeta no painel imagens do piso sob o carro, o que é útil para revelar obstáculos ou buracos difíceis de ver, e um guia importante para auxiliar em subidas íngremes, quando não se tem visibilidade logo à frente do para-choque.

O câmbio CVT tem borboletas no volante, que ajudam a simular passagens de marcha, mas nem sempre de modo satisfatório. Há quatro modos de dirigir – Eco, Standard, Sport e Off-Road –, que atuam na direção, no acelerador e na intervenção mais tolerante do controle de tração e do ABS. A função Eco retarda muito a resposta do acelerador.

X-TRail
(Divulgação/Quatro Rodas)

Por dentro, há muito espaço livre. Nas versões mais equipadas é possível mover o banco traseiro sobre trilho em 22 cm, aumentando o espaço para cargas ou passageiros, conforme a necessidade. Os dois assentos laterais dispõem de aquecimento, conforto negado ao quinto ocupante. Mas há saídas de ventilação com comandos específicos para trás, além de três zonas de climatização: motorista, passageiro dianteiro e banco traseiro.

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A terceira fila de bancos é indicada para crianças de até 1,60 metro de altura. A tampa traseira pode ser operada eletricamente (e com modo mãos livres). A peça é feita de material sintético, enquanto as portas e o capô são de alumínio. O porta-malas tem capacidade de 485 litros.

X-Trail
(Divulgação/Quatro Rodas)

Em termos de acabamento, é possível notar uma importante evolução, com couro de boa qualidade nas versões mais equipadas. Além disso, os bancos são confortáveis e oferecem suficiente apoio lateral. Conforme a versão, o quadro de instrumentos pode ser de 7” ou de 12,3”. E a tela central, de 9” ou 12,3”. Há também head-up display, com área de projeção equivalente a 10,8”.

A Nissan chegou a vender o X-Trail, de primeira (2000) e segunda gerações (2007), no Brasil e pensou seriamente em oferecer a terceira (2013), mas desistiu. Agora é improvável que traga a quarta, com sua tecnologia tão particular.

Perguntada sobre a possibilidade de vender o modelo no Brasil, oficialmente a empresa simplesmente disse que não comenta sobre seus planos. Essa resposta pode ser entendida como uma esperança para quem gostou do carro. Ou simplesmente uma forma polida de dizer não.

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X-Trail
(Divulgação/Quatro Rodas)

Veredicto Quatro Rodas

Com um sistema de propulsão híbrido estranho, o SUV voltou a ter as aptidões off-road que trazia nas gerações passadas

Ficha Técnica – Nissan X-Trail

Preço: 45.000 euros (R$ 250.000)
Motor: gas., 3 cil., turbo, inj. dir., compressão variável; 1.498 cm3, 158 cv a 2.400 rpm, 25,5 kgfm a 5.000 rpm
Elétricos: 204 cv, 33,6 kgfm (diant.); 127 cv, 19,9 kgfm (tras.); 213 cv, 53,5 kgfm (combi-nados); baterias de íons de lítio, 2,1 kWh
Câmbio: CVT, tração integral (elétrica)
Direção: elétrica
Suspensão: ind. McPherson (diant.), multibraços (tras.)
Freios: disco ventilado
Pneus: 235/60 R18
Dimensões: compr., 468 cm; larg., 184 cm; alt., 171 cm; entre-eixos, 270,5 cm; peso, 1.765 kg; porta-malas, 485 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 7 s; veloc. máx. de 180 km/h

*Dados de fábrica

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