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Novo Kia Sportage: o terceiro elemento entre os SUVs médios

Com novo visual, interior mais sofisticado e bom pacote de equipamentos, ele quer repetir por aqui o sucesso da geração anterior

Por Ulisses Cavalcante Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 abr 2017, 13h29 - Publicado em 24 out 2016, 20h08
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  • Faróis lembram os do Porsche Panamera
    Faróis lembram os do Porsche Panamera (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    O Sportage foi totalmente renovado e estreou sua quarta geração em grande estilo. É a segunda vez que passa pelas mãos do designer Peter Schreyer – que também acumula o cargo de presidente da Hyundai Motor Company. Na primeira, o resultado foi ótimo: a terceira geração até hoje faz bonito nas ruas, mesmo sete anos após seu lançamento.

    Agora foi a vez de a Kia focar as alterações na dianteira, incorporando a grade hexagonal comum aos modelos da marca, com faróis que lembram os do Porsche Panamera. Atrás, as lanternas são integradas por um friso horizontal iluminado, criando um belo efeito à noite.

    Com a nova plataforma (a mesma do New Tucson), as proporções do Sportage mudaram pouco, com um aumento de 4 cm no comprimento (448 cm), 3 cm na altura (166,5 cm) e 3 cm de entre-eixos (267 cm). O resultado é um espaço interno um pouco maior.

    No Brasil, o Sportage custa R$ 112.990 (na configuração denominada P.776) e R$ 139.990 (P.787), sem opcionais. A Kia brasileira optou por simplificar o leque de versões em duas (antes eram três). Avaliamos a mais cara, que conta com novos equipamentos, como o controle de assistência em aclives, faróis de neblina de led, detector de pontos cegos e gerenciamento eletrônico de modo de condução (Eco Drive, Sport e Normal).

    Lanternas traseiras são unidas por um friso horizontal
    Lanternas traseiras são unidas por um friso horizontal (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    Por aqui só haverá uma opção de motor e câmbio: o 2.0 flex de 167/156 cv conectado a uma caixa automática de seis marchas – com opção de trocas por borboletas atrás do volante. E nada de tração 4×4. Essa estratégia é parecida com a da Hyundai, que nunca ofereceu tração integral nem no ix35, nem no mais recente New Tucson.

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    Em nossa pista de testes, os números de desempenho do novo Sportage foram satisfatórios, com aceleração de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e retomadas ágeis, equivalentes às de um sedã médio.

    Mas o consumo não é dos melhores: com 9,3 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada (sempre com gasolina), ele foi pior em nosso ciclo de medições que o veterano ix35, com quem compartilha o mesmo motor.

    Novo Kia Sportage: o terceiro elemento entre os SUVs médios
    Motor 2.0 flex é o mesmo do ix35: até 167 cv e 20,6 mkgf (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    Mas estranho mesmo é perceber que, como no irmão mais velho da Hyundai, o computador de bordo não informa os dados de consumo. O dono não tem como saber se anda dirigindo de forma econômica – algo inadmissível em uma época em que até os modelos populares já oferecem tal funcionalidade.

    A suspensão continua independente nas quatro rodas, mas usando agora molas mais rígidas. A dianteira recebeu um acerto para reduzir a tendência de sair de frente em curva rápida, situação em que a inclinação da carroceria está relativamente bem controlada. Nesse caso, porém, o motorista perceberá que a direção elétrica é macia demais e precisa de menos.

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    Painel integrado ao console central é envolvente
    Painel integrado ao console central é envolvente (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    O nível de conforto da suspensão se mostrou muito bom em qualquer tipo de piso, assim como o interior está mais silencioso. Mérito da rigidez do chassi (40% maior graças ao uso de aços especiais e ao para-brisa mais espesso) e coeficiente aerodinâmico que foi de 0,35 para 0,33 (isso teria reduzido em 2 dB do ruído do vento).

    A configuração mais acessível do Sportage, porém, tem um pecado grave: não oferece controles de estabilidade e tração, itens essenciais num SUV de mais de 100 mil reais. Ficam de fora também os airbags laterais e de cortina, assistentes de partida e frenagem em rampas e o assistente de tráfego – tudo exclusivo da versão topo de linha.

    Hora de falar do habitáculo. O Kia passou por reforma completa. Tem cockpit voltado para o motorista, com painel que se estende ao console até os bancos traseiros, onde termina com saídas dedicadas para os passageiros de trás – o ar-condicionado digital dualzone também só está disponível na versão mais equipada.

    Tela de 7 polegadas vem de série na versão mais cara - a básica tem 5 polegadas
    Tela de 7 polegadas vem de série na versão mais cara – a básica tem 5 polegadas (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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    O painel revela superfícies com  uma mistura de materiais macios (em cima) e duros (embaixo). No geral, a sensação é de um nítido ganho na qualidade de construção e acabamento, com ajustes elétricos nos bancos dianteiros e teto solar panorâmico duplo.

    A turma do fundão viaja com conforto. O entre-eixos maior ajudou a valorizar o espaço para as pernas de quem ocupa os assentos traseiros, que possuem encosto com inclinação variável. Até o formato das portas e janelas facilitam a vida desses ocupantes: é mais fácil de entrar e sair com cadeira infantil, por exemplo.

    Atrás, espaço amplo e acesso facilitado
    Bom espaço atrás, com acesso facilitado, saídas de ar-condicionado dedicadas e teto solar duplo (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    Na frente, a tela touch de 7 polegadas é quase vertical, como uma lousa, e exibe dados de multimídia, GPS, câmera de ré e até vídeos. Mas isso na versão mais cara. O Sportage básico traz um visor de 5 polegadas, mas preserva os comandos de áudi, celular e velocidade de cruzeiro no volante.

    Veredicto

    Na configuração completa, o novo Sportage tem um pacote de equipamentos tão ou mais abrangente que os rivais (como Jeep Compass e Hyundai New Tucson). O problema é que, por preços parecidos, o Compass já oferece a opção de motor a diesel (o Longitude 4×4 parte de R$ 134.990), enquanto o New Tucson (R$ 147.900) traz o desempenho e a economia superiores do novo motor 1.6 turbo. Vai ser difícil incomodá-los.

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    Teste de pista (com gasolina)

     

    Ficha técnica – Kia Sportage

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