Peugeot 2008 Active é versão mais barata com cara de topo de linha
A versão mais barata da linha não quer ser básica; ela tem visual de versão mais cara, bons equipamentos e custa até R$ 30.000 a menos

Ao ver um Peugeot 2008 como o destas fotos, você poderia pensar que se trata de uma das versões mais caras do SUV, certo? Mas não é, pelo contrário. Trata-se do 2008 Active, a versão mais barata, que parte de R$ 128.490, e passa longe de ser uma configuração “pé de boi”. A começar pelo visual, bastante próximo dos seus pares mais caros, Allure (R$ 138.490) e GT (R$ 158.490), e pela lista de equipamentos, que mantém itens primordiais na categoria.
Na aparência, o 2008 Active diferencia-se por detalhes, que podem passar facilmente despercebidos. A dianteira tem a mesma grade das demais versões, assim como a assinatura em três faixas de led, que representam garras de leão, símbolo da Peugeot.
Na parte inferior do para-choque, há um detalhe prateado, que se repete na versão Allure, mas é preto na de topo, GT. Os faróis são automáticos e de led como nas demais versões, mas por refletores. Apenas a versão mais cara tem iluminação por projetores e facho alto automático.

De lado, o friso inferior das portas é a única mudança: é de plástico sem pintura na Active. As rodas, de 17 polegadas e desenho ousado, são as mesmas em todas as configurações, assim como os retrovisores e as barras no teto pintados em preto brilhante.
Atrás, muda apenas o friso do para-choque, que é prateado nas duas versões mais baratas e preto brilhante na GT. Permanecem as lanternas full-led, a câmera e os sensores de estacionamento.

O interior vai pelo mesmo caminho e tem poucas diferenças. Estão lá o acabamento com materiais rígidos, mas em variedade, com apliques em preto brilhante, prateados e uma faixa central com estampa de fibra de carbono, além do volante de dois raios e diâmetro reduzido. A central multimídia de 10,3 polegadas também é a mesma, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, e há quadro de instrumentos digital. Ele só não tem o mesmo efeito 3D visto na versão GT, que não faz falta.

Mudam os revestimentos dos bancos, com material sintético nas laterais e costas, e nos encostos de cabeça, e tecido nas áreas centrais. Mais simples, mas ainda bonitos e confortáveis. Um erro, porém, também se repete: as superfícies brilhantes abaixo da multimídia refletem a luz do sol, quando a pino, diretamente nos olhos do motorista.
Mesmo sendo a versão mais barata, o 2008 Active vai bem na lista de itens de série. Além dos já apontados anteriormente, há também ar-condicionado digital automático de uma zona, freio de estacionamento eletrônico, sensor de chuva, piloto automático com limitador de velocidade, assistente de partida em rampas, quatro airbags e ESP.

Na comparação com as demais versões, ele perde carregador de celular por indução, chave presencial, airbags de cortina, sensores de estacionamento dianteiros, câmera 360° e teto solar panorâmico.
Ele também não tem os sistemas de auxílio à condução (ADAS), como frenagem automática de emergência, monitoramento de pontos cegos, leitura de placas de velocidade, detector de fadiga e alerta e correção de permanência em faixa. Ou seja, as maiores ausências do modelo ficam para os auxílios de condução que, de fato, influenciam na segurança. Mas há quem não faça questão, especialmente pela disponibilidade dos sistemas apenas na versão que custa quase R$ 160.000.

O SUV compacto oferece espaço o suficiente para pessoas de estatura média. Quem for atrás, terá conforto caso os ocupantes dos bancos dianteiros não ultrapassem 1,75 metro, e isso vale apenas para os passageiros das extremidades, já que acomodar alguém no assento central não é uma tarefa fácil pelo túnel pronunciado. Há duas portas USB, mas nada de saídas de ar.
Para o motorista, falta espaço. Enquanto a perna direita se apoia no console central, a esquerda fica encostada na porta. Incomoda, especialmente no calor. No porta-malas, são 419 l, na média da concorrência.

O conjunto mecânico não muda na linha 2008, com uma exceção óbvia para o e-2008, que é elétrico. Nas demais, o motor é sempre o 1.0 turbo de três cilindros com até 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque, acompanhado pelo câmbio automático CVT, que simula sete marchas na opção de trocas manuais.
Essa combinação dá agilidade ao modelo, que é um dos mais rápidos do segmento. Nos nossos testes, ele levou 10,6 segundos para ir de 0 a 100 km/h, melhor do que VW T-Cross, Renault Kardian e Citroën C3 AirCross – este último, que utiliza a mesma mecânica do Peugeot.

Assim, ele tem boas saídas e retomadas, tanto na cidade quanto na estrada, mesmo que o câmbio CVT não tenha nenhuma vocação para desempenho e faça com que o motor fique mais ruidoso. O foco do câmbio é, na verdade, o consumo. E nessa ele vai bem: em nossos testes, o 2008 obteve as médias de 11,2 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada, abastecido com gasolina.
Ainda na condução, o 2008 tem um bom acerto de suspensão, mais firme, que dá estabilidade e segurança ao SUV. Ela poderia, porém, ser mais silenciosa. Já a direção casa perfeitamente com a proposta de agilidade, com ajuste leve e direto, facilitando a vida do motorista não apenas em movimento, mas principalmente em manobras.

O volante de diâmetro reduzido complementa o conjunto e deixa a tocada mais divertida, mas sua localização, abaixo do quadro de instrumentos (já característica da Peugeot), dificulta que se encontre a posição ideal para dirigir. Além disso, se muito baixa, pode fazer com que o motorista esbarre com as pernas ao entrar e sair do carro.
O Peugeot 2008 Active é uma versão de entrada com jeito de carro mais caro. E, embora tenha diferenças que justifiquem os R$ 30.000 a menos em relação ao GT, ainda tem uma boa lista de equipamentos, além de aparência e acabamento caprichados.

Veredicto
O 2008 Active deve, ao menos, frenagem automática. Mas a falta é justificada pelo preço. É para quem quer economizar dinheiro sem que o vizinho perceba.
Ficha técnica – Peugeot 2008 Active
Motor: flex, diant. 3 cil., turbo, 999 cm³, 125/130 cv (g/e) a 5.750 rpm, 20,4 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: CVT, 7 marchas simuladas, tração diant.
Direção: elétrica
Suspensão: duplo A (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco vent. (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 215/60 R17
Dimensões: compr., 430,9 cm; larg., 177,6 cm; alt., 154,9 cm; entre-eixos, 261,2 cm; peso, 1.264 kg; porta-malas, 419 l; tanque de comb., 47 l
Testes QUATRO RODAS – Peugeot 2008
Aceleração
0 a 100 km/h – 10,6 s
0 a 1.000 m – 32,4 s / 158,5 km/h
Velocidade máxima – 194 km/h (dado de fábrica)
Retomadas
D 40 a 80 km/h – 4,6 s
D 60 a 100 km/h – 5,9 s
D 80 a 120 km/h – 8 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 – 13,7/24,7/56,4 m
Consumo
Urbano – 11,2 km/l
Rodoviário – 15,3 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. – 41/64 dBA
80/120 km/h – 59,3/65,9 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h – 98 km/h
Rotação do motor a 100 km/h – 1.800 rpm
Volante – 2,5 voltas
Seu bolso
Preço básico – R$ 128.490
Garantia – 3 anos