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Suzuki Jimny

Agora brasileiro, o jipinho Jimny preserva suas habilidades no off-road e o preço elevado

Por Ulisses Cavalcante | fotos: Marcos Camargo
Atualizado em 20 mar 2024, 08h05 - Publicado em 4 abr 2013, 14h13
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Embora eu goste dos Fusca (os antigos), reconheço que são inseguros até parados, barulhentos em qualquer velocidade e capazes de privar os ocupantes de qualquer sopro de conforto. Ainda assim, é um gosto dividido com milhares de fãs que preservam o clássico. O Suzuki Jimny é uma espécie de Fusca off-road japonês.Aos 43 anos, não tem os mesmos charme e defeitos do Volks, mas suas quatro décadas de experiência serviram para acumular uma legião de adoradores. Sem sinais de aposentadoria, o pequeno desbravador acaba de ganhar nacionalidade brasileira.

O Jimny é o primeiro Suzuki a ser fabricado no Brasil. Sua produção está a cargo do grupo Souza Ramos, que é a empresa responsável pelas operações da Mitsubishi no país. Nascido em Goiás, ele parte de 55990 e esbarra nos 70000 reais, dependendo da quantidade de acessórios escolhidos pelo dono. Uma das principais características do jipinho é sua flexibilidade quanto à customização. Além de acrescentar equipamentos, o comprador pode modificar a suspensão, o tipo e o tamanho dos pneus e até alargar as caixas de roda. As novas versões 4Sport e 4Work lançam mão dessa característica. A primeira é voltada para quem curte uma aventura nível avançado, enquanto a outra é feita sob medida, atendendo às especificações do cliente. Só não é possível alterar o motor 1.3 a gasolina e a caixa manual de cinco marchas. O sistema de tração conta com reduzida, roda livre pneumática e engates eletrônicos, feitos por meio de botões no painel. Na posição 2WD, a tração é apenas traseira. A até 100 km/h, o 4×4 pode ser engatado em pisos de baixa aderência, enquanto a reduzida exige que o carro esteja parado. Mesmo sem um diferencial central, é até possível utilizar o 4×4 em pisos molhados de asfalto, visando melhorar a estabilidade, já que o entre-eixos curto reduz o esforço no cardã. Ainda assim, o recurso é voltado para o fora de estrada.

Enquanto a maioria dos carros é feita para morar na cidade, o Jimny faz o caminho contrário. Vai bem na terra, mas é afeito ao asfalto. É sobre pisos ruins e de baixa aderência que o pequeno se sente à vontade, embora não desaponte em pisos lisos – desde que a velocidade seja baixa. Na estrada, acima dos 110 km/h, é suscetível a ventos laterais e a direção recebe a vibração vinda dos pneus, no entanto a suspensão de eixo rígido com molas helicoidais na frente e na traseira mostra competência em ambas as situações. Avaliamos a versão 4Sun, que é idêntica à 4All (de entrada), mas com teto solar. Fornecido pela Webasto, o acessório é feito de lona e tem acionamento elétrico. Ele acrescenta 4 000 reais ao preço do veículo e alguns decibéis a mais na cabine. Em uso rodoviário, a 120 km/h, o ruído extra exige mais dos alto-falantes.

Desde a versão mais em conta, 4All, o Suzuki vem com direção hidráulica, vidros e retrovisores elétricos e ar-condicionado, mas fica devendo os freios ABS e airbags para motorista e passageiro. Os equipamentos de segurança, aliás, não estão disponíveis para nenhuma configuração. Segundo informações da marca, ambos serão adotados até novembro. Não poderia ser diferente, pois a dupla de segurança será obrigatória em 2014. O rádio é completo, conta com Bluetooth e USB. No entanto, não espere ajustes de altura nem nos assentos dianteiros nem na coluna de direção. Embora carregue quatro, apenas os passageiros da frente viajam com conforto. O banco traseiro não chega a ser desconfortável, mas acessá-lo requer elasticidade de criança. Como está instalado sobre o eixo, os trancos de obstáculos maltratam quem está nele. No porta-malas o espaço também é restrito, mas o rebatimento do encosto compensa essa limitação. Aliás, é possível unir o encosto do banco dianteiro ao assento traseiro, formando uma cama improvisada – apesar da pequena carroceria.

Na faixa dos 60 000 reais, o Jimny oferece vantagens na selva urbana por ser compacto e ter carroceria elevada. É fácil de manobrar e cabe em vagas apertadas. É caro perto do EcoSport, a escolha de quem não pretende se distanciar do asfalto, mas uma opção atraente para os que gostam de aventuras radicais e não precisam de muito espaço. O nanico não se intimida diante de alguns machões, como Land Rover Defender, Jeep Wrangler ou Troller T4. Um casal de adultos poderá até viajar sem reclamar do espaço ou do motor pequeno. Para o Jimny, como em nenhum outro, tamanho não é documento.

DIREÇÃO, FREIO
E SUSPENSÃO

Direção é lenta, mas precisa com pneu de uso urbano. Os freios precisam melhorar. Usa disco sólido na dianteira. A suspensão tem curso longo e não dá sustos, desde que a velocidade fique em até 110 km/h.

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★★★

MOTOR E CÂMBIO

A falta de potência não chega a incomodar.
Os engates são curtos e leves, o que é louvável para um 4×4.

★★★★

CARROCERIA

O visual quadradão e quase inalterado desde 1998 tem seu charme.

★★★★

VIDA A BORDO

Confortável, apesar
do espaço restrito. Com poucos ajustes, demora até se achar a posição ideal para dirigir.

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★★★

SEGURANÇA

Tem barras protetoras nas portas e carroceria com deformação programada. Faltam freios ABS e airbags.

★★

SEU BOLSO

Há carros bem mais equipados e confortáveis pelo mesmo preço, mas quem olha para o Jimny procura outros valores. Não há off-road tão valente como ele por cerca de 60 000 reais, mas isso não o torna uma pechincha.

★★★

OS RIVAIS Mitsubishi TR4

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É objeto de desejo da categoria e queridinho entre o público feminino. Tem câmbio automático e versão 4×2.

Renault Duster

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O menos robusto do trio, é mais carro de passeio do que jipe. indicado para aventureiros que não pretendem se arriscar tanto.

VEREDICTO

Divertido e gostoso de guiar, cativa mais pelo carisma do que pela ficha técnica. É no off-road que suas qualidades se revelam, situação de uso em que a simplicidade se converte em virtude. Não é voltado para famílias, mas atende bem até no uso diário.

>> Confira a Ficha Técnica do carro

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