O SX4, SUV compacto que a Suzuki acaba de tirar de produção, fez um sucesso além do esperado pela própria marca. Em 2014, foram vendidas 550 unidades, quase o dobro do projetado pela marca, segundo seu presidente, Luiz Rosenfeld. Simpático, o jipinho tinha 4,15 metros de comprimento (15 cm a mais do que um EcoSport, descontado o estepe), motor 2.0 de 145 cv e tração 4×4 de série. Saiu de cena custando de R$ 67 490 (com câmbio manual) a R$ 74 880 (com câmbio automático, na série especial Mormaii). Mas eis que chega a nova geração do SX4, linha 2016, na versão aventureira S-Cross. Maior no tamanho (4,30 metros de comprimento) e em alguns atributos mecânicos (câmbio manual de seis marchas e CVT de sete), tornou- se também mais seguro (com controles de tração e estabilidade) e capaz de agradar (tem teto solar elétrico e central multimídia). Sinais incontestáveis da evolução de um produto. Ainda assim, o antigo SX4 vai deixar saudade – até no presidente da Suzuki. “Quando mostramos o S-Cross no Salão do Automóvel de 2014 e anunciamos o início de suas vendas para o primeiro semestre de 2015, o plano era trazê-lo sem abandonar o SX4 antigo. O problema é que ele deixou de ser produzido”, disse Rosenfeld. Por que tanto saudosismo? O preço: com tração 4×4, o S-Cross custa entre R$ 95 900 (GLX) e R$ 105 900 (GLS).
4×2 e 4×4
Para nossa avaliação, a Suzuki cedeu a versão topo de linha,GLS. O catálogo oferece ainda duas opções com tração 4×2: também com câmbio manual (GL, de R$ 74 900) e automático (R$ 88 900) – veja a diferença de conteúdo entre as quatro versões do S-Cross. Outra novidade do S-Cross é o motor 1.6 16V de 120 cv. A troca do 2.0 de 145 cv por um de menor cilindrada e potência deve gerar polêmica entre os donos de SX4 que, eventualmente, estariam de olho na compra do modelo de nova geração. Os números obtidos na pista são um tanto modestos, é verdade, mas equivalentes aos de concorrentes igualmente novos, como o Peugeot 2008.
O câmbio CVT, de relações continuamente variáveis, poupa os ocupantes dos trancos nas trocas de
marcha. Mas sofre para administrar o motor de torque máximo humilde e só disponível em elevadas rotações (15,5 mkgf a 4 400 rpm). No SX4 antigo, para efeito de comparação, o torque do 2.0 era de 18,7 mkgf a 3 500 rpm. Na prática, isso significa ultrapassagens sempre embaladas por um nível de ruído muito alto de motor e câmbio. Em contrapartida, o acabamento, apesar dos materais de visual pouco refinado, é bom a ponto de não gerar ruído nem em vias esburacadas. Mesmo o teto solar elétrico se mostrou silencioso nessa condição.
O volante com assistência elétrica é muito leve nas manobras. Mas, com pouco efeito degressivo em função da velocidade, ele pede atenção redobrada acima de 120 km/h: muito sensível, exige pequenos movimentos de correção o tempo todo. Os freios, em compensação, param o carro sem desequilibrar a carroceria.
Quem investir em um S-Cross 4×4 ganhará um companheiro de trilha dotado de um seletor eletrônico
que permite adaptação quase que instantânea do sistema de tração do carro ao tipo de terreno, o AllGrip. No modo Auto, a mudança ocorre sem interferência do motorista. Recurso de uso fácil que os amantes do off-road devem gostar. Resta saber se a ponto de investir tão alto.
AS VERSÕES DO SUZUKI S-CROSS
GL 4×2: R$ 74 900
Rodas aro 16, câmbio manual, faróis de neblina, trio elétrico, volante multifuncional, direção com assistência elétrica, computador de bordo, ar-condicionado manual, som com Bluetooth e volante com ajuste de altura e profundidade.
GLX 4×2: R$ 88 900
Versão GL 4×2 mais câmbio CVT, rodas aro 17, rack de teto, retrovisores externos com rebatimento elétrico e pisca, borboletas do câmbio no volante, ar-condicionado automático bizona, piloto automático, limitador de velocidade e airbags laterais e do tipo cortina.
GLX 4×4: R$ 95 900
Versão GLX 4×2 mais seletor de modo de condução e tração AllGrip e revestimento interno de couro.
GLS 4×4 *: R$ 105 900
Versão GLX 4×4 mais teto solar elétrico, faróis de xenônio com lavadores, sensor de farol, sensor de chuva, retrovisor interno com escurecimento automático e sistema multimídia touch-screen.
* Como único opcional, e apenas para a versão GLS, a Suzuki oferece a pintura do teto de cor diferente da carroceria. O serviço é feito aqui no Brasil e custa R$ 1 000.
AVALIAÇÃO DO EDITOR
MOTOR E CÂMBIO
Na pista, o conjunto até que deu bons números ao S-Cross. No uso normal, porém, mostra-se ruidoso a maior parte do tempo.
★★★☆
DIRIGIBILIDADE
Em velocidade elevada, a carroceria se mostra sensível à ação de ventos laterais.
★★★☆
SEGURANÇA
ESP, TCS, sistema de partida em rampa, faróis de xenônio e seis airbags são de série na versão top.
★★★★☆
SEU BOLSO
O S-Cross terá trabalho para se mostrar como um bom negócio em meio a um segmento tão disputado e renovado.
★★★
CONTEÚDO
Completa, a versão top impressiona até os clientes mais exigentes.
★★★☆
VIDA A BORDO
A central multimídia e o ar digital, dão um toque de modernidade à cabine.
★★★★
QUALIDADE
A unidade avaliada tinha capô desalinhado e compressor do ar-condicionado ruidoso.
★★★★
VEREDICTO
A Suzuki fez sua fama no Brasil vendendo veículos 4×4. O problema é que, com esse atrativo, o S-Cross tem preços muito acima da média do segmento.
★★★★