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Hyundai Creta é SUV compacto com base do Elantra e motor do iX35

Hyundai Creta vai além do porte e da versatilidade de um SUV compacto: anda bem e é bom de dirigir

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 fev 2021, 12h22 - Publicado em 7 fev 2017, 20h11
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  • Plataforma do Elantra e motor flex 2.0 do ix35
    Plataforma do Elantra e motor flex 2.0 do ix35 (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)

    SUVs são como jeans: sabendo usar, servem para qualquer ocasião. Para ir ao shopping, ao sítio ou ao parque. Ninguém reclama do tamanho e da altura, mas os SUVs não encolhem com água quente. São os carros da moda, os modelos que 36% das pessoas veem como ideais para si, segundo pesquisa da QUATRO RODAS com 3.000 entrevistados.

    A Hyundai sabe muito bem que SUVs estão em alta. É dela uma das maiores gamas do segmento: além de duas carrocerias de Santa Fe, vende três gerações do Tucson (incluindo o ix35) na mesma concessionária. Só estava devendo um SUV compacto, justamente o que mais se vende hoje.

    É aí que o Creta entra na história. Com motores 1.6 e 2.0 e preços entre R$ 72.990 e R$ 99.490, ele promete noites mal dormidas para todos os modelos do segmento, desde Ford EcoSport e Renault Duster até Jeep Renegade e Honda HR-V.

    Traseira tem linhas que remetem ao New Tucson
    Traseira tem linhas que remetem ao New Tucson (Pedro Bicudo/Hyundai)

    É o primeiro SUV compacto global da Hyundai e o primeiro vendido pela Hyundai Motor Brasil – os outros são responsabilidade da Hyundai-Caoa. Ele nasce na fábrica de Piracicaba (SP), a mesma do HB20. Mas sua plataforma é diferente, vem do Elantra e do Kia Soul, e 33% de seu aço é de ultrarresistência, algo importante para quem busca por bons índices de segurança (mas a marca não divulgou nenhuma avaliação em crash tests).

    O design não é arrebatador, mas tem imponência – mais até do que os vendidos na Rússia e Índia. Nosso Creta tem grade maior (com borda cromada nas versões automáticas) e para-choque com linhas mais elaboradas. Até lembra o Santa Fe de frente.

    A traseira, com lanternas horizontais e placa na base da tampa do porta-malas, tem muito do New Tucson. Só no Brasil as lanternas têm a lente transparente para seta, luz de ré na base (não no meio), a régua da placa é cromada e o para-choque traseiro tem refletores na parte sem pintura.

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    Os iniciados em Hyundai sentirão algum déjà-vu ao entrar no Creta. Simétrico, o painel tem o rádio no centro, ladeado pelas saídas de ar. O ar-condicionado fica em nicho próprio, como no New Tucson.

    Revestimento de couro é sempre marrom
    Revestimento de couro é sempre marrom (Pedro Bicudo)

    Olhando no espelho

    O irmão maior também parece ter servido de inspiração para a qualidade da montagem e da costura dos bancos, que não são irregulares. O New Tucson também tem plásticos duros, mas os do Creta brilham ao sol como os de um HB20. Além dos reflexos no para-brisa, afetam a percepção de qualidade.

    Computador de bordo com controle de funções é item de série na Prestige
    Computador de bordo com controle de funções é item de série na Prestige (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)
    Comandos no volantes estão disponíveis em todas as versões
    Comandos no volantes estão disponíveis em todas as versões (Pedro Bicudo)

    Para o motorista, há volante com ajuste de altura e profundidade e banco com grande variação de altura. Para os passageiros do banco de trás, espaço correto para as pernas e assentos bem anatômicos. O túnel central é baixo e há três encostos de cabeça e cintos de três pontos, mas quem se sentar no meio poderá reclamar de espaço para os ombros.

    Para o motorista, há volante com ajuste de altura e profundidade e banco com grande variação de altura
    Para o motorista, há volante com ajuste de altura e profundidade e banco com grande variação de altura (Pedro Bicudo)
    Bom espaço interno e há saída de ar-condicionado para o banco traseiro
    Bom espaço interno e há saída de ar-condicionado para o banco traseiro (Pedro Bicudo)

    Por chegar tarde ao segmento dominado por Honda HR-V e Jeep Renegade, a Hyundai se esforçou para ter algo diferente no Creta. São as saídas de ar para o banco de trás e banco do motorista ventilados, raros até entre os SUVs médios. Bem, paga-se o preço de um para ter isso: a versão topo de linha, Prestige 2.0, custa R$ 99.490 – R$ 500 a menos que um ix35 básico – e também é a única com central multimídia e couro.

    Versão Prestige é a única com central multimídia e câmera de ré
    Versão Prestige é a única com central multimídia e câmera de ré (Pedro Bicudo)

    O motor 2.0 é exatamente o mesmo do ix35, com 166 cv e 20,5 mkgf no etanol. Mas o 1.6 é diferente daquele do HB20: no Creta, tem duplo comando de válvulas variável (Dual-CVVT), o que melhora o desempenho, ainda que não se traduza em tanta potência: são 130 cv e 16,5 mkgf, só 2 cv a mais e o mesmo torque máximo, com a vantagem de estar disponível às 4.500 rpm, não em 5.000 rpm. Tanto o 1.6 como o 2.0 têm partida a frio sem tanquinho e start-stop, com funcionamento bem discreto por sinal.

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    Motor 2.0 flex é o mesmo do ix35
    Motor 2.0 flex é o mesmo do ix35 (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)

    Completa, a versão Prestige é a mais pesada. Ainda assim, com 1.399 kg, é 101 kg mais leve que um ix35. O motor 2.0 tira de letra, e o Creta embala rápido até demais. Seja delicado com o acelerador ou o câmbio fará trocas só entre 3.500 e 4.000 rpm. Melhor deixar que antecipe as trocas para reduzir as rotações do motor. Os ouvidos serão gratos: o isolamento acústico é bom até as médias rotações, mas não consegue conter o ruído do motor em regime elevado.

    Bom para quem pega estrada

    Potência e torque que sobram na cidade ajudam na estrada. O motor tanto trabalha em confortáveis 2.500 rpm a 120 km/h quanto garante boas retomadas. O câmbio faz sua parte: reduz as marchas rápido, sem as segurar por muito tempo após uma ultrapassagem, por exemplo.

    Na versão Pulse 1.6 automática, não dá para dosar tanto o pé. O câmbio explora ao máximo as primeiras marchas nas acelerações, mas a terceira é a mais utilizada em trajetos urbanos. Não sobra força, mas há o suficiente para não se estressar.

    O motor 1.6 (que utiliza o mesmo câmbio automático de 6 marchas do 2.0) só mostra alguma limitação na estrada, em retomadas e acelerações – principalmente depois de romper a barreira dos 100 km/h. Se não tivesse dirigido o 2.0 antes, isso nem seria tão evidente.

    Porta do Creta é igual ao do velho Tucson
    Porta do Creta é igual ao do velho Tucson (Pedro Bicudo/Hyundai)

    Se você já teve a oportunidade de dirigir um HB20, não espere por uma dinâmica parecida. O Creta não tem aquele rodar seco. Pelo contrário: surpreende pela suavidade. As suspensões, do tipo McPherson na dianteira e de eixo torção na traseira, filtram irregularidades de um calçamento de pedras e não deixam os passageiros sentir o impacto seco com uma lombada, mas são firmes o suficiente para não permitir que a carroceria incline demais em curvas.

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    A direção elétrica é leve em manobras, mas pesada em alta velocidade. Passa segurança, mas parece artificial demais. É a pegada que se espera de um hatch esportivo, mas não em um SUV que nem borboletas para trocas sequenciais tem.

    O desempenho é bom, mas equipamentos importantes estão restritos às versões mais caras (veja o descritivo de todas as configurações mais abaixo). Ainda assim, a Hyundai espera ver entre 3.500 e 4.000 Creta ganhando as ruas por mês. Se ela está certa, saberemos depois.

    Porta-malas conta com 431 litros
    Porta-malas conta com 431 litros (Pedro Bicudo)

    Veredicto

    Dinâmica a hatch médio é o grande destaque do Hyundai Creta, junto do esperto motor 2.0. Mas limita muitos equipamentos importantes à versão mais cara.

    Teste de pista (com gasolina)

    Ficha técnica – Hyundai Creta Prestige 2.0

     

    A cara do Creta 1.6

    Sem mimos, o 1.6 tem faróis sem leds
    Sem mimos, o 1.6 tem faróis sem leds (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)
    A versão 1.6 traz painel preto, bancos em tecido, rádio simples com Bluetooth, ar-condicionado manual e quadro de instrumentos mais simples
    A versão 1.6 traz painel preto, bancos em tecido, rádio simples com Bluetooth, ar-condicionado manual e quadro de instrumentos mais simples (Pedro Bicudo)
    Motor 1.6 utiliza o mesmo câmbio automático de 6 marchas do 2.0
    Motor 1.6 utiliza o mesmo câmbio automático de 6 marchas do 2.0 (Pedro Bicudo)

    Versões e preços do Hyundai Creta

    ATTITUDE 1.6

    Manual: R$ 72.990

    Automático: R$ 69.990*

    Start-stop, direção elétrica, travas elétricas, volante com ajuste de altura eprofundidade, retrovisores externos elétricos e repetidores de seta, rodas de liga de 16″, monitor de pressão dos pneus isofix.

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    * Versão exclusiva para portadores de necessidades especiais (PNE)

    PULSE 1.6

    Manual: R$ 78.290

    Automático: R$ 85.240

    Soma controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa sensor de estacionamento traseiro. A versão automática ainda ganha piloto automático e rodas aro 17 diamantadas.

    PULSE 2.0

    Automático: R$ 92.490

    Adiciona faróis com projetor e DRL de leds, faróis com iluminação lateral (Cornering Light), saídas de ar-condicionado para o banco traseiro e abertura e fechamento dos vidros elétricos pela chave.

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    PRESTIGE 2.0

    Automático: R$ 99.490

    Única com couro (marrom), seis airbags, banco do motorista ventilado, ar automático digital, computador de bordo mais completo, retrovisores rebatíveis eletricamente, faróis automáticos, central com GPS e câmera de ré.

    Veja Também: Creta 2020, guia completo de preços, equipamentos, fotos e versão PCD.

     

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