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Mitsubishi L200 Triton 2021 anda mais e gasta menos com novo câmbio

Confira todos os números de desempenho da nova picape média, segundo as aferições da QUATRO RODAS

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 6 set 2022, 20h10 - Publicado em 12 nov 2020, 07h00
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Novidade é feita em Catalão (GO) e será oferecida em três diferentes versões (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Compradores de picapes são como torcedores de futebol: em tese, o modelo mais vendido é o melhor – como o time à frente no campeonato –, mas há defensores até para as opções que não chegaram à final.

Se a Mitsubishi L200 Triton Sport fica longe da liderança e, neste ano, está na quinta colocação do segmento, o visual renovado estampou a capa mais vendida da Quatro Rodas em 2019 (e uma chuva de interações no site). Agora a novidade chegou às lojas e eis aqui o primeiro teste.

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Por enquanto, serão vendidas três configurações da estreante. Para levar todos os recursos que chegam com a nova versão – dos quais falaremos adiante –, é preciso optar pela HPE-S, de R$ 237.990.

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Reestilização não mudou as dimensões da carroceria e nem o diâmetro de giro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Só que, abaixo dela, também há a HPE (R$ 217.990) e a GLS de entrada (R$ 193.990). Em comum, todas dividem o mesmo conjunto mecânico e são feitas na fábrica de Catalão (GO).

Para quem achou caro, o modelo anterior continuará disponível, agora com o sobrenome Outdoor, em quatro opções, de R$ 158.990 a R$ 211.990.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Na traseira, a picape perdeu as lanternas com prolongamento e grandes cromados (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Essa estratégia, que não é incomum no nosso mercado (e na própria Mitsubishi), resolve outro ponto importante: o visual pode ser diferente e ter uma legião de fãs, mas ainda é polêmico demais para uma parcela dos potenciais interessados.

Tudo bem que ele já não causa o mesmo impacto que teve no Eclipse Cross, no Outlander ou no Pajero Sport, que estrearam esse visual há anos.

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Nas versões mais caras, há tratamento que dispensa o protetor plástico (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Só que ele ainda é bem futurista, com faróis esticados, linhas retas, capô elevado e detalhes cromados no para-choque – que também tem os piscas.

Como essa é apenas uma reestilização profunda, não espere por mudanças no tamanho da nova L200 Triton Sport. Afinal, altura, largura e entre-eixos continuam exatamente iguais às medidas das versões Outdoor, enquanto o comprimento ficou 2 cm maior por conta do conjunto frontal.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Tampa não tem mola para abertura, mas oferece terceira luz de freio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Só que, em relação às opções mais baratas, a picape está com ângulos de ataque e de saída piores (32o e 23o, respectivamente, contra 33o e 24o). E o ângulo de rampa passou de 29o para 25o. O vão livre é de 22 cm.

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Só não vá pensar que agora a picape está com medo de sair do asfalto. Pelo contrário, já que, apesar da geometria piorada, o modelo ganhou novo sistema de tração nas quatro rodas com seletor de modos de condução para fora de estrada, com parâmetros específicos de areia, cascalho, lama/neve e pedra.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Difícil perceber as mudanças no painel: as linhas seguem praticamente iguais (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Esse recurso só pode ser ativado com o bloqueio central travado – a picape continua como uma das únicas do segmento capaz de circular com o 4×4 sempre ativado, além da VW Amarok, que oferece tração integral.

Como se tornou padrão entre as rivais (e já existia no modelo anterior), basta acionar os botões para controlar o envio da força às rodas ou bloquear o diferencial traseiro. Sem alavancas ou sofrimento, como acontecia nas picapes médias de antigamente.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Apesar do menor entre-eixos da categoria – mérito da curvatura da cabine com a caçamba –, não falta espaço (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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E, agora, a Mitsubishi passou a oferecer o sistema de controle de descida, que facilita a vida na hora de enfrentar ladeiras com pouca aderência. Esse é um recurso que estava disponível em várias das concorrentes e que mantém velocidade constante de 2 km/h a 20 km/h.

Outras questões também foram resolvidas com a atualização, como o pacote de segurança alinhado aos principais rivais: há sistema de frenagem de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa e sensor de pontos cegos.

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Há a vantagem do encosto não ser tão vertical, como era comum nas picapes médias (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Boa parte desses equipamentos existiam em Chevrolet S10 e Ford Ranger – que, no caso da segunda, ainda tem piloto automático adaptativo. E, como na Ranger e na líder Toyota Hilux, a Mitsubishi tem sete airbags, incluindo uma bolsa só para os joelhos do motorista.

O que você talvez não perceba é que o painel também mudou. Afinal, as novidades são bem mais discretas que do lado de fora, como a central multimídia da JBL com 7 polegadas, o quadro de instrumentos com tela digital colorida para computador de bordo e o polêmico sistema de recirculação de ar na cabine.

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Mitsubishi L200 Triton Sport
Sistema de ventilação para segunda fileira recebe o ar da própria cabine (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Na verdade, é apenas um ventilador no teto direcionado à segunda fileira, mas que está longe da eficiência do ar-condicionado bizona de quem viaja à frente e, em dias de calor, quase não faz diferença.

Se a opção mais barata é consideravelmente pelada, é a partir da intermediária que a nova L200 Triton Sport oferece equipamentos básicos para a faixa de preço, como borboletas para trocas de marchas, sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré, bancos com revestimento de couro e ajuste elétrico para motorista, acendimento automático de faróis e sensor de chuva.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Central tem Apple CarPlay, Android Auto e é simples de operar (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Na opção mais cara há também faróis bi-led com lavadores, navegador integrado, sensor de estacionamento dianteiro e retrovisor interno eletrocrômico.

Claro que, não romper completamente com o modelo anterior manteve algumas das boas características que já acompanham a picape há anos. Por exemplo, o diâmetro de giro de apenas 11,8 m é o menor do segmento.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Seletor eletrônico permite escolher o modo de tração (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No dia a dia, a suspensão bem acertada consegue garantir conforto e estabilidade mesmo em rodovias, ainda que seja firme e criada para enfrentar o trabalho pesado.

Uma das principais melhorias em relação à antecessora (e que não está disponível na opção Outdoor) é o novo câmbio automático de seis marchas, que garante mais fôlego ao já conhecido 2.4 turbodiesel de 190 cv e 43,9 kgfm.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Painel indica qual é a opção de terreno selecionada (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Desempenho e consumo melhoraram

Na nossa pista de testes, foram necessários 12 s para chegar aos 100 km/h – 0,5 s menos que antes –, além de retomadas bem mais vigorosas.

No consumo, também há vantagem: a média urbana de 8,2 km/l é praticamente empatada, mas, no rodoviária, são 11,5 km/l, contra 10,5 km/l. E, com uma marcha a mais, o motor trabalha mais silencioso.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Quadro de instrumentos agora tem tela digital colorida (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Não dá para ignorar que as picapes médias já cruzaram a barreira dos R$ 200.000 e que não é diferente com a estreante da Mitsubishi. Para quem está disposto a desembolsar esse valor, o modelo tem equipamentos suficientes, sistema de tração avançado e também se saiu bem melhor na pista de testes que a anterior.

Nessa briga, que mais parece uma Copa Libertadores, não há vencedora, mas aquela que mais atende o comprador. Então, se você já gostava da L200, fique tranquilo porque não foi apenas uma cirurgia plástica.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Há seis aibags, incluindo bolsa para os joelhos do motorista (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Veredicto

A Mitsubishi L200 Triton Sport já tem uma clientela fiel, mas o modelo atualizado pode atrair novos interessados pelo visual futurista e também pelo pacote de recursos – que agora está alinhado aos principais rivais.

Se preço, desempenho e capacidades estão na média da concorrência, essa picape se destaca pelo sistema de tração avançado e novos modos de condução que honram a tradição da marca em competições de rali.

Mitsubishi L200 Triton Sport
Roda tem desenho exclusivo na versão topo de linha HPE-S (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Teste – Mitsubishi L200 Triton Sport 2021

Aceleração
0 a 100 km/h (s) 12
0 a 1.000 m (s; km/h) 33,8/152
Velocidade Máxima (km/h*) 179
Retomadas
D 40 a 80 km/h (s) 5,1
D 60 a 100 km/h (s) 6,6
D 80 a 120 km/h (s) 8,6
Frenagens
120/80/60 km/h – 0 (m) 62,7/27,8/15,1
Consumo
Urbano/rodoviário (km/l) 8,2/11,5
Ruído interno
PM/ Rot. máx./80/120 km/h (dBA) 43,7/62,5/61,2/69,8
Aferição
Velocidade indicada (km/h) 100
Velocidade real (km/h) 96
Rotação do motor (rpm) 1.600
SEU Bolso
Preço (R$) 232.990
Garantia 3 anos
Seguro** R$ 5.150

Ficha técnica – Mitsubishi L200 Triton Sport 2021

Motor: diesel, dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, turbo, 2.442 cm3; 16V, 190 cv a 3.500 rpm, 43,9 kgfm a 2.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração 4×4, reduzida
Direção: hidráulica; diâmetro de giro, 11,8 m
Suspensão: duplo A (dianteira) / eixo rígido (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteiro e traseiro)
Pneus: 265/60 R18
Dimensões: comprimento, 530,5 cm; largura, 182 cm; altura, 179,5 cm; entre-eixos, 300 cm; altura livre do solo, 220 mm; ângulo de ataque, 32º; ângulo de saída, 23º; ângulo de rampa, 25º; peso, 2.042 kg; tanque, 76 l; capacidade de carga na caçamba, 1.055 kg

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